domingo, 27 de janeiro de 2019

Streets of Rage 3


E vamos terminar esse mês com o (aparente) fim de uma das aventuras mais briguentas e gloriosas da história dos 16-bits. É hora de mostrar uma vez por todas que a justiça sempre ganha e que o crime não compensa.

Streets of Rage 3 foi desenvolvido e publicado pela Sega em 1994 para o Mega Drive. Apesar de basicamente melhorar e expandir ainda mais a série do que o jogo anterior, com uma história mais complexa, um elenco expandido e uma jogabilidade refinadíssima, uma falha crucial o impediu de superar SoR 2 como deveria, apesar de ainda ser um enorme sucesso.

É hora de andar pelas Ruas da Raiva uma última vez.


O jogo se passa um tempo depois do jogo e Gotham (vejam o texto do jogo anterior) parece estar finalmente tranquila e livre de problemas com o crime. Mas uma organização tão maligna quanto o Sindicato não desiste tão fácil e logo um plano digno de um episódio de Além da Imaginação é construído: substituir os oficiais de alto escalão da cidade por robôs subordinados a Mr. X, dando controle total das instituições para o crime organizado. Os criminosos esconderam bombas pela cidade, cuja destruição resultante seria mais que o bastante para distrair a polícia e garantir que as trocas ocorram sem problemas.

Mas eles não contavam com a presença de Dr. Zan, um cientista ciborgue, que descobre os planos do grupo e pede ajuda a Blaze Fielding, professora vigilante. Ela entra em contato com Axel Stone e Adam Hunter, que não pode comparecer devido a confusão e envia seu irmão Skate, e os quatro se juntam para impedir os planos dos vilões uma última vez.

Entretanto, essa história só é válida se você jogou a versão americana do jogo. A versão japonesa do jogo é focada na substância explosiva Raxine, que é descoberta pelo Dr. Zan mas que explode no meio da cidade, causando a morte de milhares de pessoas. Ao contrário de robôs dominando a cidade. Mr. X planeja usar Raxine e o sequestro de um general (na versão americana, é o chefe de polícia) para causar uma guerra mundial, o que mostra que suas ambições mudaram muito depois de tantas derrotas.

Um dos extras do jogo são personagens secretos, acessados através de códigos e hacks. Shiva, o braço-direito de Mr. X no jogo anterior, pode ser destravado através de uma sequência de botões. Roo, um canguru com luvas de boxe, pode ser destravado de dois jeitos: deixando ele viver na luta com ele e seu domador, ou com outro código no menu de seleção. Um dos chefes e o terceiro personagem secreto, Ash, foi removido da versão america por representar um estereótipo bem agressivo de homens homossexuais, mas ainda pode ser destravado através de hack.

Ao contrário dos outros jogos, SoR3 usa cutscenes pela primeira vez para contar a história, o que com certeza garante pontos a mais comigo. Apesar da discrepância, as alterações não são perceptíveis, e eu mesmo só descobri que tinha diferença ao pesquisar mais sobre o jogo.


A beleza desse jogo mostra que o fim dessa saga (até o momento) teve todo o esmero que conhecia.

O visual de quase todos personagens mudou para o melhor, apesar do sprite um pouc reduzido. Skate não deixou a regata de lado, mas comprou uma camisa pra complementar, além de patins menores, enquanto Axel jogou fora a camisa branca e o jeans azul por uma combinação de amarelo e preto. Infelizmente, Blaze parece estar usando uma roupa ainda menor do que a do jogo anterior. O estreante Dr. Zan, por ser quase todo robô, usa apenas uma calça, o que faz sentido, já que robôs não se importam com roupas, mas ciborgues sim. Os inimigos foram basicamente remasterizados, há apenas um acréscimo nos detalhes.

A trilha sonora merece um destaque especial, por estar a frente do seu tempo. Continua parecendo a trilha de uma balada, mas agora é muito mais carregado na influência eletrônica, e fãs de chiptune como eu vão se amarrar. Entretanto, o único tema que se manteve foi o do fim de fase.

E pela primeira vez, consegui entender a dublagem do jogo!


Se o segundo jogo arrumou as deficiências do primeiro, o terceiro evoluiu tudo que o segundo tinha de melhor para o máximo. Como não há porque eu me repetir muito, vou focar apenas nas principais mudanças.

Os personagens seguem o mesmo esquema de estilos do primeiro, com Zan substituindo Max Thunder como o porradeiro. Você ainda tem que percorrer os cenários limpando os bandidos do seu caminho, seja com os ataques especiais ou com armas. Mas agora ambos possuem uma barra de energia própria. Os blitz, como são chamados os ataques especiais não drenam mais da barra de vida, tendo agora uma barrinha própria. Mas se você for impaciente e não conseguir esperar a energia do ataque encher, ele ainda drena um pouco da sua força.

As armas possuem um uso mais limitado, também com sua barra de força própria, mas também podem integrar ataques especiais. Os ataques mais simples continuam presentes, e os estágios podem ser tão agressivos quanto os inimigos, com suas armadilhas, como no primeiro jogo. Entretanto, Dr. Zan os transforma em bolas de energia ao pegá-los, e os personagens secretos não podem usá-los.

O único defeito real é a dificuldade. Provavelmente inspirado pelos jogos de fliperama, a dificuldade normal do jogo foi consideravelmente elevada, ficando mais difícil até do que o modo difícil da versão japonesa. E nem adianta mudar para o fácil, pois só dá progredir até o nível 5, e o jogo tem 7 níveis, prendendo o jogador em alguns dos finais ruins do jogo. O único jeito de fazer o final bom do jogo é com muito sofrimento e cumprindo requisitos simples, mas que são sabotados pela dificuldade.


Apesar da dificuldade estragar o jogo pra mim, longe de mim deixar de recomendá-lo. Se você gostou da história, nada mais justo do que buscar o encerramento. Mas também não vou te julgar se você preferir pular esse e esperar por Streets of Rage 4, que tem lançamento previsto para esse ano.

E com as pendências resolvidas, podemos voltar à programação normal. Dessa vez, decidi montar um planejamento e os próximos jogos não serão simples análises, mas referências da minha juventude, aquela época boa pra qual eu quero voltar toda vez que lembro quem é nosso presidente. E pra começar, mais um clássico do Mega Drive estrelado pelo ratinho mais querido dos cinco continentes, e que vai entrar em domínio público daqui a 5 anos!

Se vocês acham que ser iludido pela crush é ruim, imagina por um castelo.

Por hoje é só, pessoal!

Nenhum comentário:

Postar um comentário