quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rad Racer


Você certamente conhece a Square. Hoje conhecida como Square-Enix após a fusão com a rival Enix em 2004, a Square foi uma das maiores produtoras de jogos dos anos 90, expandindo e revolucionando no gênero dos RPGs. Seu maior feito é a franquia Final Fantasy, uma das maiores franquias de jogos da história, cujas histórias e personagens marcaram jogadores por todos os cantos do mundo.

Mas havia uma época, antes de Sephiroth, Tifa, gunblades e moogles. Uma época em que uma das maiores produtoras de jogos do mundo começou como simplesmente uma divisão de uma fábrica de linhas de força. Após alguma relutância e a conquista da independência, a Quadrado (trocadilhos everywhere...) lançou diversos jogos para o NES e todos tiveram recepção que variava do mediano ao medíocre. Este é um deles.

Rad Racer foi lançado para o NES em 1987, poucos meses antes da chegada de Final Fantasy, na verdade. É considerado um jogo de corrida muito bom, apenas das inevitáveis com Out Run, um jogo da Sega lançado no ano anterior (e que falarei sobre aqui no blog posteriormente). A fama do game aumentou após aparecer em uma cena do filme The Wizard (PT - O Gênio do Videogame), onde o vilão começa a jogá-lo usando a Power Glove, um dos mais famosos periféricos do NES, com a falhas podendo ser notadas claramente na cena.

Bom, Super Mario Bros. 3 teve sua primeira aparição pública nesse filme, e é considerado um dos melhores jogos de todos os tempos. Talvez isso seja um bom sinal para Rad Racer, certo?

Certo...?


O jogo não tem nenhum traço sequer de história, o que torna essa parte do texto desnecessária.

Porém, como eu gosto de escrever, falarei sobre a infâme cena.

Na cena, Jimmy, Corey e Haley, no caminho para o Video Game Armaggedon, encontram um garoto chamado Lucas Barton, outro jogador e colecionador de jogos. Ele decide exibir seu acessório favorito, a Power Glove, e exibe jogando justamente Rad Racer. Logo após seu pequeno show, ele manda a seguinte frase "I love the Power Glove. It's so bad."

Tal cena aumentou a popularidade do periférico e a frase se tornou um meme anos depois. Apesar disso, a Power Glove logo caiu em desuso, por não ser muito funcional e também não garantir muita diversão.


Pois bem, vamos ver se o jogo é um colírio para os olhos ou é capaz de traumatizar os mais sensíveis.

Pra ser sincero, não é nem uma coisa nem outra. Apesar disso, a apresentação do jogo é respeitável.

Os cenários dos jogos são belos. Há pistas no deserto, na cidade grande e na costa, e todos eles foram reproduzidos com qualidade. Há detalhes nos coqueiros, as luzes da metrópole são até bonitas e dá até pra ver algo que parece o Grand Canyon no deserto. Há até mesmo passagem de tempo, que muda o cenário totalmente.

Os carros são de um tamanho normal para os jogos de corrida na época. Há dois carros, um conversível e um carro de corrida de F-1, que também são bem desenhados, apesar de parecerem bem achatados, como o DeLorean, mas acho que faz sentido, pois era meio difícil criar modelos maiores com a capacidade do NES. Apesar de tudo, os carros rivais não receberam tanto cuidado, mesmo que ainda estejam bem-feitos.

A trilha sonora foi composta por ninguém menos que Nobuo Uematsu, compositor oficial da série Final Fantasy, que na época já colaborava com a Square. Apesar de seu trabalho aqui não ter sido imortalizado, já percebe-se seu talento como compositor com uma música empolgante, que realmente te dá ânimo para correr.


Como você já percebeu, isso é um jogo de corrida. Entretanto, não é um jogo de corridas como os outros.

Jogos de corrida geralmente funcionam da seguinte maneira: você escolhe um carro, compete em circuitos com várias pistas, cada uma contendo um número de voltas. Vence quem chegar na primeira posição, ou dependendo do modo de jogo, há um sistema de pontuação que vence quem obtiver mais pontos.

Em Rad Racer, não funciona assim.

Claro, seu objetivo é completar pistas, porém não há mais voltas nem posições. Cada pista se divide em vários trechos, e você deve alcançar certos pontos dentro de alguns segundos. Quando você alcança esses pontos, o contador reseta e você possui mais alguns segundos para chegar ao outro ponto. Porém, se você não alcançar um dos pontos a tempo, você perde todo o progresso. Há uma pontuação, porém ela funciona como outros jogos e vai aumentando à medida que você vai avançando. Ou seja, no fim das contas é um rally, uma corrida contra o tempo.

Você pode escolher dois carros, uma Ferrari e um carro de Fórmula 1. Mas por mais incressa que parível, não há basicamente nenhuma diferença aparente entre eles, algo que é debatido por diversos fãs. Porém, uma comparação quadro-a-quadro demonstrou que eles são realmente iguais e a velocidade máxima é igual a 255 kh/m.

E pra fechar com chave de ouro, você pode jogá-lo em 3D! Sem brincadeira.

Ao apertar select, a tela ficava vermelha e azul, como desenhos 3D, e o jogo vinha com aqueles óculos bizarros, que todos adoramos e te permitia jogar o jogo em um 3D primitivo. Até onde eu me lembre, foi a tentativa mais antiga de algo assim. Caso esteja errado, podem me corrigir.


Como um dos primeiro jogos do gênero pro NES, Rad Racer fez considerável sucesso e recebeu muitas críticas positivas. Apesar disso, a Square ficou no vermelho e foi forçada a apostar seu futuro em um único jogo, cópia descarada de outro jogo de sucesso. Como bem dizia o nome, poderia ser a fantasia final da empresa...

E nesse mês de junho: já que estou sem absolutamente nada pra fazer, posso atualizar o blog sem maiores problemas. E pra compensar esse mês sem postar, é hora das sombras invadirem este site e os trolls da net tremerem com seu nome.

Sim, meus caros, é hora do cruzado encapuzado tomar conta da bagaça toda. It's time for Batman!

Por hoje é só, pessoal!