sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Phantasy Star IV - The End of the Millennium


Sim, meus amigos, estamos chegando ao final dessa jornada.

Com três incríveis jogos, Phantasy Star ficou marcada no coração de muitos jogadores. Sua narrativa fantástica, que mistura ficção científica e magia, foi uma ótima novidade para aqueles que estavam cansados das ambientações medievais e clichês típicos de RPGs (apesar de eles também aparecerem aqui). Mas como toda grande história, ela precisa de um final, que veio na forma de PS4.

Phantasy Star IV - The End Of The Millennium foi lançado pela Sega em 1993 para o Mega Drive, chegando aqui no ocidente em 1995. sendo a sequência de Phantasy Star II, o jogo marcou o final da série original, sendo o último jogo a se passar no sistema solar de Algol, já que PS3 não se passa lá.

Será que Phantasy Star IV é o final que essa lenda merece? Ou será que ela merecia um final melhor?

Respondo tranquilamente que não, esse foi o melhor final possível.


PS4 se passa 1000 anos depois de PS2, novamente no planeta Motavia (aqui chamado novamente de Motavia), depois da batalha entre Rolf e seus amigos contra a Mother Brain e Dark Falz e de um grande desastre, denominado de Grande Colapso, que está ligado à jornada de Rolf. Claro que não te contarei o que é, pois isso seria um baita spoiler.

Enfim, depois de tudo isso, Algol passou por maus bocados. Milhões de pessoas morreram nesse desastre, que afetou o sistema inteiro, causando uma crise ecológica de proporções épicas. Depois de anos de provação, o povo começou a dar a volta por cima, fazendo a vida e a esperança retornarem àqueles planetas. A paz parecia ter voltado pra ficar.

Claro que isso não ia durar muito tempo, senão eles não teriam se preocupado em fazer um novo jogo. O mal volta pra estragar o dia, com o retorno dos biomonstros e o agravamento da crise ambiental, com Motavia voltando a ser um planeta desértico, algo que foi mudado à milhares de anos com a tecnologia.

Manter esse monstros sob controle é o trabalho dos Hunters. Você assume o comando de dois hunters, Chaz Ashley e Alys Brangwin. Seu primeiro trabalho é investigar a aparição desses monstros numa faculdade. No entanto, essa investigação se revela ser o começo de uma incrível jornada, que os levará aos segredos de Algol, e eles verão que há muito mais mais por trás desses acontecimentos.

Pra variar, eles não passaram por isso sozinhos, pois eles ganhar a ajuda do professor Hahn Malay, do misterioso Rune Walsh, do guerreiro Gryz, da numan Rika, dos androides Wren e Demi, do sacerdote Raja, da ESPer Kyra Tierney e do arqueólogo Seth.

O vilão da vez é Zio, o Mago Negro, líder de um culto e o aparente responsável por todos os problemas que Motavia vem passando. Logo descobre-se que ele possui um plano muito maior, que ameaça não só Algol, mas como toda a existência.

Como PS4 é o último jogo da série, nele todas as dúvidas que tivemos nos jogos são respondidas. Finalmente descobrimos o que é a Dark Falz, a razão dela atacar Algol e os segredos mais obscuros desse sistema solar, incluindo um quarto planeta.

Não reclame. Nem é um spoiler tão grande assim.


De cara, já vemos a melhoria gráfica do jogo.

Os cenários estão maiores e melhores, mais detalhados até. Há muito mais cor do que nos outros jogos, o que é uma melhoria e tanto, na minha opinião. No Master System, é até justificável, já que não possui uma palheta tão grande, mas no Mega Drive, não dá pra entender. Os cenários e as cidades tinham tons semelhantes, de azul e verde. Aqui não, mesmo com a ideia de um clima desértico e com pouca vida, o cenário é até mais colorido que antes.

Não sei exatamente o que dizer dos sprites. Pra mim, eles poderiam ter sido melhores, como os de PS3, que eram mais detalhados. Mas eles não são feios, pelo contrário, são até bonitinhos. Os monstros, como sempre, estão um capricho só.

Mas pra nos compensar, recebemos as animações de batalha de volta! UHUUUUL!!!

Assim como PS2, você pode ver seus personagens de costas e atacando os monstros. Aliás, os efeitos visuais são ótimos também, tanto pros ataques quanto pras técnicas e magias.

E não podemos nos esquecer das cutscenes. Elas são como nos outros jogos, uma sequência de cenas estáticas que passam enquanto o diálogo rola, mas aqui, elas possui um certo toque de anime que achei bem legal. Claro, isso pode ser meu lado otaku falando.

A trilha sonora, na minha humilde opinião, é a melhor de toda a série. Ela combina bem com o jogo e é capaz de bater de frente a outras trilhas consagradas, além de ser incrível, levando em conta a capacidade sonora do Mega. Eles, com certeza, aprenderam com o Team Sonic.


O sistema de batalha de batalha evoluiu bastante e se tornou um dos grandes destaques do jogo. Eles Se tornaram mais similares a um RPG comum, mas com adições interessantes que tornam o jogo único.

Antes de mais nada, a batalha não é mais automatizada. Assim como a maioria dos RPGs, você deve escolher os comandos a cada turno. Comandos esses que também são bem típicos, como ataque, magia, item, defesa e técnica. Mas eu quero me focar nas técnicas e magias.

Vamos começar pela nova inclusão, as técnicas. Ao contrário dos outros jogos, onde os personagens só tinham magias, agora cada um deles possui um conjunto de "skills", que são técnicas individuais e muito uteis na hora do combate, algumas inclusive, muito poderosas. No caso dos seres orgânicos, você aprende skills enquanto aumenta de level e no caso dos androides, você os encontra em baús e equipa neles. Porém, em ambos os casos, cada uma delas possui um número limitado de uso, dependendo do level que você está.

Outra adição legal foram as técnicas combinadas. Quando se usa certas magias ou skills em uma determinada sequência, você acaba conjurando um ataque específico, muito mais poderoso que o normal. Entretanto, deve-se levar em ordem dos personagens atacarem, que é determinada por suas estatísticas.

Mas não se preocupe. Há um recurso chamado Macro, que é uma ordem de combate programável. Funciona assim: suponhamos que você, por pura sorte, descobriu uma técnica fantabulosa. Só que os personagens não atacam na ordem que você precisa para que a técnica aconteça geralmente. então você vai na seção de macros do menu principal, organiza a ordem e os comandos necessários para que essa técnica aconteça (lembre-se, tem que ser na ordem certa) e pronto, você poderá usá-la na hora que quiser. Isso pode ser a diferença entre a vitória e a derrota.

Tirando essas adições incríveis, o jogo segue bem o esquema de um RPG comum, com exploração de dungeons, interação com NPCs e o já citado combate baseado em turnos.

Ah, e não posso me esquecer da dificuldade, que agora está muito mais equilibrada e justa. Ainda há a velha história das batalhas consecutivas, mas você precisa ficar perdendo tempo fazendo grinding pra conseguir sobreviver. Com um level decente, você pode sobreviver nas lutas mais complicadas sem problema.


Sem dúvida nenhuma, Phantasy Star IV foi um dos melhores RPGs que eu tive a chance de conhecer e jogar. Com uma história fantástica, gráficos incríveis e jogabilidade simplesmente demais, PS4 fechou a saga de Algol com chave de ouro.

A propósito, mil perdões pelo atraso. Prometi que isso não ia mais acontecer e acabou acontecendo. Mas não se preocupem, outubro também será um mês especial aqui no blog. Como é época de Halloween e tal,  irei divagar por jogos aterrorizantes, que farão você tremer de medo.

E pra começar: CHICOTADA NELES, SIMON!!!

Por hoje é só, pessoal!

sábado, 17 de setembro de 2011

Phantasy Star III - Generations of Doom


E aqui estamos nós novamente, prontos pra desbravar novamente essa grande aventura pelo sistema de Algol. E vamos falar da ovelha negra da série.

Toda série, seja de jogos ou filmes, tem sua ovelha negra. Aquele filme que não encaixa bem na história ou aquele jogo que não explica nada e te deixa com ainda mais perguntas, como Super Mario Bros. 2 (que não é 2 coisa nenhuma). PS3 é um desses jogos.

PS3 - Generations of Doom foi lançado em 1991 para o Mega Drive pelas mãos da própria Sega. Seu predecessor foi um dos maiores sucessos do console e mostrou uma história muito maior que o primeiro, mas eles não podiam revelar tudo em PS2 e deixaram muitas respostas no ar, pra te fazer comprar as sequências. Pra resumir, as respostas que você procura... não estão aqui exatamente.

Mas como assim? Permita-me esclarecer melhor.


Pra começar, PS3 não tem um lugar na cronologia especificado. Na tradução inglesa, o jogo se passa em conjunto com Phantasy Star IV, o que não faz muito sentido. Na tradução japonesa, entretanto, o jogo se passa depois de PS4, o que fa mais sentido, mas nem tanto assim.

Lembra que eu disse que PS imitou Zelda? Pois bem, a série é notória por sua cronologia confusa de doer. Agora sabemos de onde veio essa ideia de mandar a sequência de tempo pro saco. Tanto que o único que sabe realmente a cronologia é seu criador, Shigeru Miyamoto.

Mas estou me adiantando. Guardarei meus pensamentos sobre o assunto pra novembro.

Mas enfim, voltando ao que importa. Esse baita furo na continuidade não incomoda muito praqueles que não se importam, mas enche os fãs da série até hoje. Por isso, ele é considerado um dos piores da franquia e esculachado pelos fãs. Mas chega de embromação e vamos a história.

1000 anos antes do começo do jogo, houve uma puta guerra entre duas facções, os Orakianos, liderados pelo espadachim Orakio (O RLY?) e os Layanos, liderados pela feiticeira Laya (YA RLY). Os dois lutaram e lutaram e lutaram, até que tomaram vergonha cara e decidiram se encontrar pra negociar um cessar-fogo. Só que depois desse encontro, os dois desapareceram.

Sem seus líderes, os dois exércitos ficaram desamparados e então começou o festival de acusações. Um exército acusava o outro do desaparecimento de seus líderes. Eles cortaram qualquer laço de comunicação, viagens entre seus mundos foi proibida e o risco de uma guerra mortal se tornou constante.

Pense na Guerra Fria, só que mais legal e mortal.

Enfim, o tempo passou e a ameaça de guerra diminuiu. Você assume o papel de Rhys, príncipe do Reino Orakiano de Landen. É o dia do seu casamento com Maya, uma garota com amnésia que ele encontrou na praia. Obviamente, algo dará errado, senão o jogo não teria nem cinco minutos. Um monstro voador, identificado como um layano sequestra a princesa no melhor estilo Bowser, causando a possibilidade de um novo conflito. Rhys não deixará isso barato e decide partir em busca de sua amada.

Claro que você encontra muitos aliados no caminho, como os andróides Mieu e Wren, o misterioso Lyle e a princesa Lena. Isso na primeira geração. Ainda há mais duas, com uma maior gama de personagens, aumentando a história.

Como esperado, você vai descobrir que há muito mais por trás da guerra. Você começa a perceber que a linha do bem e do mal é muito mais tênue e os verdadeiros motivos de cada lado. Além de um segredo horrível envolvendo os líderes originais e um terrível mal que iniciou tudo...

Que é óbvio que é Dark Falz. Sim, é um possível spoiler, mas já deu pra perceber depois de dois artigos quem é o vilão-mor da série. E se você não percebeu, tá na hora de prestar mais atenção no que eu leio.


Muitos podem discordar, mas notei uma grande melhoria gráfica, principalmente nos cenários.

As cidades se tornaram mais limitadas de certa forma, mas não se percebe isso, já que as lojas e casas se tornaram muito maiores, o que foi uma bela sacada.

O overworld recebeu mais atenção também dessa vez, se tornando muito mais detalhado do que nos jogos anteriores. A tonalidade está mais escura e simples, mas não estraga a paisagem de nenhuma forma.

Os sprites dos personagens também receberam uma repaginada séria, deixando de ser os bonequinhos alegres de antes. Eles também se tornaram mais detalhados que antes. Você pode ver as roupas muito mais desenhadas, E como já esperado, os monstros continuam com uma ótima arte gráfica, mas seus sprites se tornaram melhores, o que os fez perder um pouco do detalhismo.

Não só eles se tornaram menores, como os personagens também perderam as animações de batalha. Assim como no primeiro jogo, você só vê uma linha passando pelos monstros simbolizando os ataques. Mas em compensação, o cenário de batalha voltou a ser variado e mudar de acordo com o ambiente, ao invés daquele cenário genérico que parecia mais um simulador de realidade virtual.

A trilha sonora, bom, também foi melhorada, mas perdeu um pouco do charme. Ela se tornou uma trilha genérica de RPGs, sem o encanto dos outros jogos.

E já que toquei no assunto,permitam-me ressaltar um certo detalhe. Aqui em PS3, a série perdeu seu toque de ficção científica e isso é uma das maiores reclamações dos fãs. Geralmente, procuro não julgar algo pelo que falam dele, preferindo vê-lo com meus olhos, mas darei crédito aos fãs chatos dessa vez. Essa mistura de futurismo e magia foi um dos grandes destaques da série e, mesmo que PS3 tenha certos traços de ficção científica, como androides, não é a mesma coisa.

Enfim, chega de reclamar da aparência. Vamos a estrutura do jogo, que inclui uma das melhores sacadas que já vi.


O jogabilidade não mudou praticamente nada. A história continua progressiva e o sistema de batalha continua praticamente o mesmo de PS2, mas com uma adição.

Assim como em PS2, você pode deixar o computador lutar sozinho ou programar os comandos pra ele lutar sozinho. Mas aqui, você pode fazer ele lutar sozinho ou por só um turno, mudando os comandos entre os turnos. Comandos que não mudaram nada, como ataque, defesa, magia e item.

Isso de certa forma, facilitou as batalhas, pois permite uma economia de tempo. Você pode curtir muito mais a história e o jogo, sem perder tempo com lutas desnecessariamente longas.

De resto, nada de incomum em relação ao RPG. A não ser pelo sistema de gerações, um dos pontos fortes do jogo e motivo de destaque.

Quando Rhys resgata sua noiva Maya, você chega a um impasse interessante: você pode escolher com quem vai se casar. Você se casará com Maya, a desmemoriada de cabelo azul ou Lena, princesa de um reino vizinho que te acompanhou pela jornada de resgate?

Cada casamento gera um filho diferente, com aspectos diferentes, e cada filho parte em uma jornada diferente. Na verdade, é a mesma história, mas de pontos de vista diferentes. E cada filho pode chegar a um mesmo impasse, dando a possibilidade de quatro aventuras diferentes na terceira geração.

Entendeu? Suas escolhas aqui realmente influenciam seu futuro. Mesmo que seja a mesma história, vê-la sobre pontos de vista diferentes é uma grande experiência, que torna esse jogo ainda mais único.


Resumindo, é um bom RPG. Sim, tem a história de não se encaixar na continuidade nem ter muito futurismo presente, mas ainda acho que ele tem chance. Os gráficos são estupendos, a dificuldade é equilibrada e o sistema de gerações foi uma grande sacada, que não entendo por que ninguém copiou a ideia.

É, amigos, nossa jornada está no fim. Semana que vem, falaremos do último jogo da série original, e considerado um dos melhores RPGs da história.

Por hoje é só, pessoal!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Phantasy Star II


O fim dos anos 80 foi tumultuado.

Era a queda do socialismo, o mundo estava mudando de uma forma nunca vista antes. A Guerra Fria acabou, com uma vitória de lavada dos Estados Unidos. Mas é pra essas coisas que servem a aula de história. Esse momento histórico não tem vez aqui.

Só uma coisa desse período importa pra nós: o lançamento do Mega Drive. A Sega, querendo competir com o NES, que era um fenômeno na época, e o TurboGrafx-16 (mais informações mês que vem) decide lançar seu console da geração 16-Bits. Com seus incríveis ports de arcades, que a Sega tinha um certo domínio, ele chegou pra arregaçar com o mercado e complicar a vida de Miyamoto & Cia. Muitas das franquias famosas da Sega, como Sonic, surgiram, enquanto muitas outras, como Alex Kidd, migraram pra geração seguinte. Phantasy Star é do segundo grupo.

Phantasy Star II foi lançado pela Sega em 1989 para o Mega Drive. O jogo é uma continuação direta do primeiro e um dos primeiros jogos da vida do console. É também um dos RPGs mais aclamados da própria série e da história dos games em geral, só perdendo em popularidade para o PS IV, mas aí já é outra história.

Vamos focar no que interessa, o segundo capítulo dessa lenda.


A sequência se passa mil anos depois do jogo original. Muita coisa mudou depois que Alis e seus companheiros arruinaram a vida de Lassic e derrotaram Dark Falz (o correto é Dark Force, mas esse foi o nome usado no original, e acho ele muito mais legal que o verdadeiro), o terrível mal por trás de todos os problemas.

Lembram-se de Motavia (aqui chamado de Mota), o planeta desértico e praticamente sem vida? Pois bem, ele se tornou um verdadeiro paraíso, cheio de vida por todo o lado, graças a tecnologia. A criação do super-computador Mother Brain foi a chave dessa nova era. Ele é responsável por tudo que acontece em Motavia, controlando o clima, as plantações, o desenvolvimento dos animais... enfim, ele é praticamente o coração do planeta.

Tava tudo na maior paz, até que PÁ!! Aberrações monstruosas e que não pertencem ao ecossistema começaram a pipocar por todo o planeta. O governo não sabe o que fazer, e acham que pode ser culpa da Mother Brain, já que ela é a responsável por toda a vida no planeta. Mas por que ela estaria fazendo isso...?

O protagonista aqui é Rolf, um hunter, nome dado a guerreiros mercenários, que são designados a várias tarefas. Ele recebe a missão de investigar o que raios está gerando os monstros e o que está acontecendo com o planeta. Junto com Nei, um numan, híbrido de humano e animal, ele parte em busca de respostas, sem nem imaginar o que o aguradava.

Agora, você possui muito mais aliados, sete pra ser exato. Você será acompanhado por Nei, a já citada numan, Rudo, sucessor espiritual de Odin, Amy, A típica curadora, Hugh, o biólogo lutador e útil na luta contra os biomonstros, Anna, a caçadora de recompensas, Josh, o mecânico especializado em destruir e Shir, a ladra do grupo.

O vilão aqui, obviamente, é Mother Brain. Mas tem outro ser por trás, um mal muito maior, que deveria ter sido destruído a mil anos...


Como ouve um salto de gerações de consoles, uma melhoria era inevitável.

Os gráficos foram muito melhorados. As cidades estão bem maiores e há muito mais prédios, muitos deles servindo de cenário, não podendo ser acessados. É a primeira vez que eu vi algo do tipo. O overworld também foi melhorado, assim como os dungeons

Os personagens também sofreram melhorias.O Mega, por ser mais potente, permitiu a possibilidade o uso de sprites maiores, o que garantiu mais detalhes nos personagens. Não só isso, agora eles possuem animações de batalha. Durante os comandos, você os vê de costas, enquanto eles encaram os monstros. Depois que os comandos são dados, você vê eles atacando os inimigos. Pode não parecer muita coisa, mas em relação ao primeiro, é uma bela melhora. Os monstros continuam incrivelmente bem detalhados, como de costume.

Os dungeons sofreram uma baita mudança. Agora, eles não são mais e, primeira pessoa. Eles se tornaram dungeons de vista superior mesmo, como visto em diversos JRGs, como Dragon Quest. Os cenários de batalha sofreram um certo retrocesso. Ao contrário de PS I, que tinha um cenário pra cada ambiente, agora ele se tornou um cenário genérico, sendo o mesmo até pro chefe final.

A trilha sonora também foi muito melhorada. Obviamente, O Mega possui uma placa de som melhor, garantindo aquele upgrade legal nas músicas. Há também um maior repertório em relação ao primeiro jogo. A trilha condiz bem com o jogo. Como ele possui uma ambientação mais negra, por assim dizer, as músicas não tem muita animação, mas também não te fazem chorar.

O enredo aqui sofreu uma bela melhora. Há muito mais desenvolvimento de personagens aqui, já que todos eles possuem algo contra a Mother Brain, uns mais ligados a ela do que outros. O sonho de Rolf no começo do jogo já dá uma ideia de que eles já estavam destinados a algo grande. Só um lerdo não perceberia que a batalha em seu pesadelo é o conflito final entre Alis e Dark Falz.


Vamos a mecânica das batalhas, um dos aspectos mais aclamados e queridos do jogo.

Existem duas opções aqui: Fght (fight, luta) e Stgy (strategy, estratégia). Os personagens já começam a batalha com comandos pré-determinados, geralmente ataque. Personagens de nível mais baixo ou sem equipamento começam com defesa.

Ao selecionar Fght, os personagens atacam sozinhos, seguindo os comandos escolhidos. Ao selecionar Stgy, você pode escolher entre Ordr (order, ordem) e Run (correr). Se for em Ordr, você pode selecionar a ação de cada personagem, que pode ser ataque, defesa, magia e item, nada além do convencional. Se for em Run, você foge da batalha.

Aí entra o diferencial do jogo. Ao contrário da maioria dos RPGs, em que você precisa escolher os comandos em cada turno, você pode escolher seus comandos e deixá-los assim por toda a batalha. É assim: você escolhe o comando que quer e pode deixar seu personagem usá-lo pelo resto da batalha. Mas não se preocupe, pois você pode escolher os comandos pra cada rodada. O elemento estratégia não é prejudicado aqui.

E antes que alguém pergunte, você não pode mais falar com os monstros. A opção Talk foi tirada do jogo e nunca mais foi usada nas sequências.

Mas, assim como o sistema de batalha foi melhorado, a dificuldade foi piorada. Você não encara mais quatro ou cinco batalhas consecutivas, o que te dá uma falsa sensação de alívio. Em compensação, as chances de fugir de uma batalha se tornaram bem menores. Isso sem falar na necessidade de muito grinding. Como todo personagem novo entra no grupo com nível 1, você precisa evoluí-lo de forma decente, pra que ele não morra de primeira. E a necessidade de evoluir se torna maior no decorrer do jogo.

E só pra encerrar. Lembra que citei que tem uma ladra no grupo? Pois então, se você entrar com ela nas lojas, ela pode roubar diversos itens, alguns impossíveis de se obter comprando normalmente. Mas você precisa deixá-la e reencontrá-la na sua casa, para conseguir o item especial.


Phantasy Star II possui tudo de bom do primeiro, com uns detalhes a mais. A dificuldade foi incrementada, mas a história melhorada e cheia de reviravoltas, junto com a repaginada gráfica o tornam um excelente RPG. Não é a toa que ele sempre aparece em listas de melhores jogos, quase sempre no topo.

Ah, e assim como primeiro jogo, ele também recebeu uma tradução pela Tec Toy. Suas sequências também.

A seguir: por que imitar a série Zelda nem sempre é uma boa ideia. E não tem a ver com a jogabilidade.

Por hoje é só, pessoal!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Phantasy Star


SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!!!!!

Eu estou de volta, melhor, mais legal, mais nerd e com novo nome. Percebi que "Retronix" não tinha muito a ver com minha ideia de voltar ao passado através dos jogos. Ter o mesmo nome de uma empresa de condutores elétricos também pesou na minha decisão.

Então, agora vocês me conhecerão como o Retronauta. Sim, existem muitos retronautas na rede e o nome não é muito criativo, mas tentarei o melhor possível para ser único.

Agora, chega de introdução. Esse mês é o mês do meu aniversário, mas como dizem aquelas propagandas de supermercado bregas, o aniversário é meu, mas quem ganha o presente é você. Esse mês, falarei de uma série de RPGs que muitos brasileiros conhecem: Phantasy Star!

Pros noobs que chegaram agora, Phantasy Star é o Final Fantasy da Sega. Com uma história única que unia magia com ficção científica, essa série conquistou milhões de fãs ao redor do mundo e mostrou que a Square e a Enix não eram as únicas que podiam criar histórias de qualidade.

O primeiro jogo da série foi lançado em 1987 no Japão e em 1988 nos Estados Unidos pela própria Sega para o Master System.

Vamos ver o porque de tamanho sucesso.


A história do jogo se passa no sistema solar de Algol, formado pro três planetas, Palma, Motavia e Dezoris. O sistema vem passado por maus bocados, graças ao reinado tirânico de Lassic, um bom governante que, de uma hora pra outra, se tornou o pior regente possível. Paralelo a isso, monstros começaram a se proliferar nos três planetas, e há a suspeita do envolvimento de Lassic nessa história.

A protagonista aqui é Alis Landale. Ela era uma jovem normal até que seu irmão Nero se rebelou contra Lassic e foi morto por seus soldados-robôs. Antes de morrer, ele dá a Alis a tarefa de vingá-lo, e como boa irmã caçula, ela aceita prontamente.

Mas o que seria uma simples vingança se torna uma jornada épica para salvar Algol de um terrível mal, maior do que Lassic e que ameaça todo o sistema de Algol.

No decorrer da história, você encontrará outras pessoas que compartilham do desejo de dar a Lassic uma passagem só de ida para o quinto dos infernos, ao lado de personalidades do mal como Kefka e Zog.

Temos Myau, um gato algoliano que pode falar e possui um poder secreto necessário para derrotar Lassic, Odin, um nobre guerreiro que lutou junto com Nero e agora, se une a Alis para vingá-lo e continuar a luta e Noah, um poderoso feiticeiro que não tem interesse na batalha, mas seu senso de honra o faz se juntar ao grupo.

Não podemos esquecer dos vilões, claro. Não há muito desenvolvimento dos vilões, todos são lacaios do chefão, no caso, Lassic. Porém, Lassic não é o verdadeiro vilão aqui. Há algo muito maior e mais obscuro por trás de tudo...


Hora de falar do visual do game, o que eu tenho que dizer que é incrível.

Os cenários não são um exemplo para detalhes, mas são incrivelmente bem-desenhados e detalhados, mesmo para o poder do Master System. Se bem que, depois do que eu vi com a Turma da Mônica, eu não fiquei surpreso.

Os personagens só podem ser vistos no overworld ou dentro das cidades. Os sprites são bem simples, típicos dos RPGs de 8-bits. Já os monstros, por outro lado, são consideravelmente mais detalhados e mais animados.

Os cenários de batalha mudam de acordo com o lugar que você está. Se você está na floresta, ele vira uma floresta, se você está no litoral, ele vira uma vista do oceano, se você está no deserto, ele vira uma paisagem seca e morta e por aí vai. O que eu achei legal é que você pode dar um passo e alterar o cenário completamente, já que eles estão interligados.

E os dungeons? Aí é que está o trunfo do jogo: eles são em primeira pessoa. Pode parecer ridículo e simples a primeira vista, mas para a época foi um estrondo. Com um efeito tridimensional incrível, PS foi um dos primeiros RPGs a apresentar uma estrutura desse tipo. Mas explicarei melhor na próxima parte.

A trilha sonora é pouco variada, porém incrível. Ao contrário da maioria dos RPGs, em que cada cidade tem seu tema, as cidades de cada planeta possuem o mesmo tema. A variabilidade só acontece nos FPDs. Mas o que elas pecam em quantidade, elas ganham em qualidade. Os caras levaram a placa de som ao limtie aqui.


Agora que já falei da aparência, é hora do recheio.

PS é um RPG bem típico da época. É linear, bem simples e se resume a ir de uma cidade a outra cumprindo missões e pegando itens.

Eis um dos primeiros problemas do jogo. Sabe aqueles jogos que você nunca sabe pra onde ir e acaba ficando preso num lugar, ficando completamente perdido? Phantasy Star é um desses jogos. Apesar de você saber o que fazer, você nunca sabe pra onde ir, ficando perdido. E, obviamente, isso é irritante.

O sistema de batalha é bem normal, apesar das lutas serem vistas em primeira pessoa, daí a razão dos monstros serem tão bem-desenhados. Você pode escolher entre ataques físicos, magias, itens e falar com os monstros.

Peraí, falar com monstros? Sim, exatamente. Através de um comando ou uma magia especial, você pode falar com certos monstros, evitando uma batalha desnecessária e arriscada.

E eis um outro problema do jogo. As batalhas são randômicas, como de praxe. Você poderá estar andando tranquilamente e dar de cara como um monstro chato, pra variar. O chato aqui é que você pode sair de uma batalha e ir direto pra outra. Você pode enfrentar até cinco batalhas consecutivas! E isso não é muito bom quando você não tem muitos itens ou está sem MP.

E não podemos esquecer dos dungeons. Como eu disse antes, eles são explorados em primeira pessoa, como os tão aclamados jogos FPS, ou como chamarei aqui, FPD (First-person dungeon). Na época, os FPDs de Phantasy foram não só uma revolução tecnológica, pelo efeito tridimensional, mas também um grande acréscimo a jogabilidade. Mas não foi muito bem planejado.

Não sei se é falta de costume, ou algum outro motivo, mas não fiquei muito à vontade com esse novo estilo. Além do quê, a dificuldade aumentou exponencialmente. Você pode se perder muito fácil nesses dungeons. Eu, por exemplo, fiquei um tempão perdido tentando encontrar Noah numa caverna. Tive que apelar para mapas espalhados pela net.

E tome cuidado. Muitas caixas de tesouro, principalmente as dos FPDs, tem armadilhas. E pior, elas estão quase sempre vazias.


Phantasy Star é um grande jogo e o recomendo piamente. A dificuldade pode assustar no começo, mas aqueles que persistirem terão uma grandiosa jornada pela frente. Phantasy Star fez tanto sucesso que recebeu uma versão traduzida oficial pelas mãos da Tec Toy, a mesma dos jogos da Turma da Mônica.

Esse jogo seria o começo de uma incrível e fantástica franquia de jogos, que se estenderia por muitos anos, ganhando uma sequência em apenas dois. E é dela que falarei semana que vem.

A seguir: por que ninguém aprende que criar uma hiper-inteligência artificial pra controlar seu mundo nunca é uma boa ideia?

Por hoje é só, pessoal!