quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Final Fight 3


As crônicas de Metro City estão perto do final. Finalmente, chegou o tempo da batalha final de Haggar & Amigos contra o crime.

Final Fight 3 foi um beat-em'-up da Capcom lançado em 1995 para o SNES. Como acabei de dizer, é o último jogo da série Final Fight e, de certa forma, reflete o clima da época em sua jogabilidade, que lembra muito jogos de luta. Ao ver as reclamações sobre a jogabilidade repetitiva do jogo anterior, a Capcom realmente deu uma incrementada no jogo. Vamos decidir se isso foi para o melhor.

É hora do duelo! Não, pera...


Após uma aventura pelo mundo, a terrível gangue Mad Gear foi eliminada. Graças aos esforços valorosos do prefeito Mike Haggar e de seus amigos (como Haggar é quem geralmente partia na frente para o resgate, eu o considero líder e protagonista), esses bandidos encontraram seu fim e deixaram tanto Metro City quanto o planeta em paz.

Mas se há uma coisa que aprendemos com vilões de quadrinhos, sempre vai ter alguém disposto a tomar seu lugar.

Sai a Mad Gear, entra a Skull Cross, uma gangue ainda mais perigosa que a anterior. Dispostos a fazer Metro City cair no crime novamente, eles preparam um ataque aos bairros mais distantes e tomá-los como seu território.

Claro que um prefeito como Mike Haggar não poderia deixar isso passar quieto. Com a ajuda de Guy, que havia voltado de sua jornada de treinamento, Lucia, uma detetive da Unidade de Crimes Especiais, e Dean, um lutador de rua que teve os pais mortos por membros da Skull Cross, ele parte para mais uma cruzada contra as forças do mal.

Mas ao contrário dos anteriores, o jogo possui finais diferentes, dependendo do personagem escolhido, do caminho usado e da dificuldade selecionada, o que é uma melhoria de respeito, se me permite dizer. Adoro jogos com múltiplos finais.


Pra ser honesto, não vejo tanta diferença em relação à qualidade desse em relação ao segundo. Pra ser honesto, ambos são incríveis.

Os cenários voltaram a ser urbanos, afinal o jogo ocorre em Metro City novamente. Os cenários são bem parecidos com os do primeiro jogo. Pode até considerar os novos versões remasterizadas dos antigos, porém certamente melhores e belamente detalhados, assim como no segundo jogo.

Quando aos personagens vemos grandes mudanças. Quero dizer, Haggar e Guy continuam o mesmo de antes, com sua calça verde e seu trejeitos vermelhos respectivamente. Lucia veste uma roupa curta demais para os padrões da corporação que expõe seu corpo para diversos ataques e Dean parece realmente um lutador de rua, mas com um penteado bizarro e uma bela lapa de nariz. E os vilões sofreram uma repaginada total. Apesar de alguns manterem um ar de genérico e até lembrarem outros vilões, eles ainda possuem um diferencial, já que se tratam de uma gangue completamente diferente.

A trilha sonora, não sei por quê, me soou diferente. Talvez eu esteja exagerando, mas ela realmente me empolgou dessa vez. Eu realmente curti essas músicas e eu as peguei pra ouvir depois. Inclusive, a música do primeiro estágio, cujo nome é " For Metro City" é usada no jogo Street Fighter Alpha Antolhogy como tema de Guy em um modo de um jogo secreto.


A jogabilidade de Final Fight foi incrementada e saiu um pouco do bom (há divergências) e velho "aperta e soca".

Na verdade, ele ainda está aqui. Seu objetivo primário ainda é seguir pelos seis estágios, socando capangas e humilhando os chefes da Skull Cross, parando para um ou outro bônus. Você pode usar combos básicos, mas dessa vez, você poderá usar deslizes nos seus ataques, de uma maneira similar a Captain Commando. Você também pode agora agarrar o inimigo por trás (mas sem indecência), jogá-los e até se mover com eles.

A influência de Street Fighter é poderosa aqui. Os personagens possuem agora uma barra de combo que se enchem a cada ataque normal usado pelos personagens, assim como em Super Street Fighter II Turbo (Eta nominho longo). Quando cheia, um personagem pode excecutar um super-ataque, ativado por um comando específico, o que esvazia a barra. Se você demorar muito e não usá-la, a barra esvaziará automaticamente.

Já citei que a trilogia Final Fight se passa no mesmo mundo de Street Fighter, o que justifica as aparições dos personagens nos jogos e spin-offs dá série? Se não, antes tarde do que nunca.

As armas também estão presentes aqui no jogo, porém cada um dos personagens possui afinidade com uma arma específica. Pegando a arma certa, você pode usar um poderoso ataque finalizador, que pode fazer a diferença. Não podemos nos esquecer dos crássicos itens restauradores que, assim como as armas, podem ser encontrados debaixo de objetos quebráveis.


Pra mim, Final Fight 3 é o melhor da série. Ele realmente fez o que alguns jogos tentam mas não conseguem, que é melhorar o próprio gênero (explicarei melhor em novembro). Sim, esses extras foram descaradamente copiados de Street Fighter, mas roubar de si mesmo não é necessariamente roubar.

E agora que fechamos a metade SNES da torta, é hora de comermos a metade Mega Drive. Vamos passear por ruas de pura fúria a seguir.

Por hoje é só, pessoal!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Final Fight 2



E cá estamos nós (eu imagino que alguém leia isso aqui), continuando o mês especial do MEU aniversário com duas trilogias que marcaram a vida de muitos gamers. Agora, voltemos para o jogo do dia.

Final Fight 2 é um jogo para SNES lançado pela Capcom em 1993 (que coincidência, eu também!). Mas ao contrário de seu antecessor, ele não foi uma conversão doméstica e sim uma sequência original derivada do sucesso do primeiro jogo. Não estou mentindo ao dizer que Final Fight 2 é uma versão melhorada do primeiro, com todos os recursos e melhorias possível para torná-lo um jogo superior.

É hora de vingança!


Um tempo se passou após a destruição da terrível gangue Mad Gear e o resgate de Jessica pelas mãos de seu namorado Cody, seu pai e prefeito de Metro City Mike Haggar e o amigo convenientemente ninja Guy. Após esse incidente, Haggar continou a expurgar o crime da cidade, já que os bandidos mais perigosos estavam fora do caminho. Ou era isso que eles pensavam.

Secretamente, os membros restantes se reagruparam e, com um novo líder, começaram a arquitetar uma terrível vingança. Eles sequestraram a noiva de Guy, Rena, junto com o pai dela e sensei do Guy, Genryuusai. Já que o cara simplesmente sumiu do mundo, a irmã mais nova de Rena, Maki, pede pela ajuda de Mike, que junto de seu amigo Carlos Miyamoto, parte para a Eurásia e, junto com menina, socam alguns bandidos.

O que me faz levantar muitas questões. A Mad Gear era a maior gangue de Metro CIty, mas eles foram praticamente desmantelados nos eventos do primeiro jogo. Como eles conseguiram dinheiro para viajar para a Eurásia e sequestrar dois ninjas? Eles são uma organização internacional e a gangue de Metro City era apenas uma subdivisão? Ou algum dos membros ganhou uma herança na sorte e conseguiu os recursos.

E outra: eu entendo que jornadas de treinamento são importantes e tal, mas um cara não ficaria sem reação ao saber do desaparecimento de sua noiva, a não ser que ele não esteja afim de se amarrar e veja isso como  uma oportunidade de se livrar do compromisso, o que é bem cruel da parte dele.


Como Final Fight 2 não é simplesmente uma conversão de um jogo já existente, há uma melhoria significativa nos gráfios.

As cores estão muito mais fortes do que no jogo anterior. Os contornos dos personagens estão bem mais detalhados. Haggar está ainda com mais musculos, Carlos lembra um pouco Cody em postura e Maki uma versão infante e menos indecente da Mai Shiranui, além de loira.

Ao contrário do jogo anterior que se limitava aos bairros de Metro City, o jogo se passa em diversos lugares que, pela ordem de aparição são Hong Kong, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Japão. Os cenários são simplesmente um show, muito bem construídos e incrivelmente detalhados. Você pode se divertir batendo nos bandidos e observar o que ocorre por trás da luta.

Como já disse, os personagens estão ainda mais detalhados, porém eu acho que os sprites ficaram um pouco menores. Os vilões são totalmente diferentes dos do primeiros, apesar de algumas semelhanças. Os únicos vilões que retornaram foram o gigante Andore, que acabou se tornando uma marca registrada da série e Rolento, o chefe excluído de Final Fight.

A trilha sonora também não é muito parecida que o anterior, mas possui melhor qualidade e é bem agradável quanto, apesar de eu tê-la achando um pouco "genérica". Não sei como explicar, mas tanto as músicas desse jogo quanto do primeiro não me deixaram animado e nem me influenciaram de nenhuma maneira. Eu as peguei pra ouvir depois e elas ficaram na minha cabeça um pouco, mas não me marcaram mais. Eu sei que isso não é um bom método de julgamento, mas espero que entendam o quis dizer.


A jogabilidade, entretanto, não mudou nada. E quando eu digo nada, é nada mesmo.

Tudo que você tem que fazer é andar e socar. Assim como no primeiro jogo, a visão é lateral, você pode andar de um lado pra outro em um ângulo meio isométrico (espero que não esteja errado, geometria não é meu forte). Você varre o chão com os inimigos pra então ser varrido pelo chefe. Você tem ataque simples, pulo e ataque especial, além de poder segurar seus inimigos para socá-los ou então jogá-los em cima de outros.

Carlos substitui Cody como o tipo equilibrado, com um bom arsenal de ataques, mas ele pode finalizar com a espada em certos momentos (por que ele não a usa o tempo todo é um mistério pra mim). Haggar continua sendo aquele tanque de guerra, com socos pesados e usos de técnicas de curto alcance, como pilões. Maki é a veloz do grupo, com mais agilidade e com algumas técnicas ninjas em seu arsenal. Você também pode usar três armas, uma tonfa, um pé-de-cabra e uma faca. Você também pode arremessar barris.

Assim como no anterior, você pode recarregar sua energia comendo um delicioso pernil assado ou bebendo uma garrafa de refri achados debaixo de latas de lixo. Além disso, há dois tipos de bonecos, um do Genryusai, que dá invulnerabilidade por alguns segundos, e um boneco do Guy, que dá uma vida extra.

Você pode controlar a dificuldade, assim como em diversos jogos do gênero, mas cada uma delas revela um pedaço do fim. Para liberar o fim completo, só jogando no modo expert. Mas dessa vez, há um modo cooperativo liberado e até mesmo um código que permite que os dois jogadores escolham o mesmo personagem.


Final Fight 2 é melhor. Sim, a jogabilidade é repetitiva, mas isso acontece com todo o jogo do gênero. Os incrementos em comparação ao primeiro jogo o tornaram melhor e mais divertido e não há dúvidas de por que este jogo é considerado um dos melhores do SNES.

Mas se George Lucas nos ensinou alguma coisa, é que tudo fica melhor em uma trilogia (até você ficar gagá, claro). A lenda de Metro City ainda não chegou a um final.

Por hoje é só, pessoal!

Final Fight


Só pra deixar claro, falarei sobre Separation Anxiety em novembro. Como tenho estado meio enrolado com assuntos da faculdade e o texto não têm saído como eu gostaria, prosseguirei com meus planos normais e voltarei a falar do Homem-Aranha em novembro.

E agora, mês de aniversário!

Assim como fiz no ano passado, falarei sobre uma série específica de jogos. Mas ao contrário do ano passado, falarei sobre DUAS séries, duas trilogias para ser exato. Duas trilogias CRÁSSICAS do beat-em'-up, uma do SNES e outra do Mega Drive. E começarei falando da do SNES.

Final Fight era originalmente planejado como uma sequência de Street Fighter, de 1987. Você pode inclusive ver a imagem de divulgação. Entretanto, o game se diferenciou demais do jogo original e decidiram o distanciar da franquia, se tornando um jogo próprio.

O primeiro jogo da trilogia foi lançado no fim de 1989 para as máquinas de fliperama e foi adaptado em 1990 para o Super Famicom, sendo lançado em 1991 para o SNES. O jogo possui diferenças substanciais entre a versão original, o que é motivo de discussão até hoje, mas ainda é considerado um dos melhores jogos do gênero e do console.

Agora vamos aprender por que não se ferra com a família de um lutador profissional


Nossa história começa na cidade de Goth... Metro City, uma típica metrópole americana, consumida pelo crime, pela corrupção, por tudo que há de ruim nesse mundo, um ambiente de perdição liderado pela gangue Mad Gear, a maior gangue criminosa da cidade. Mas um homem decidido e honrado chegou ao poder decidido a acabar com a esbórnia.

Seu nome era Mike Haggar.

Um ex-lutador profissional, Mike Haggar foi eleito prefeito de Metro City e fez uma limpa geral na cidade. O crime e o caos deram lugar à lei e a ordem. O crime foi praticamente erradicado das ruas e os cidadãos finalmente puderam dormir. Todos estavam felizes. Menos a Mad Gear.

Dispostos a fazer com que Mike se submetesse às suas vontades, assim como todos os outros prefeitos antes dele, os membros do grupo sequestraram sua filha Jessica e exigiram total obediência pela garantia de sobrevivência dela. Só que já é notável a falta de bom senso da gangue. Se já perigoso mexer com um lutador profissional, mexer com a família do cara é suicídio.

Então Mike fez o que qualquer pai. Vestiu uma roupa de combate, chamou o namorado de Jessica, Cody, e seu amigo ninja vagabundo Guy, e partiu para dar uma surra na Mad Gear e resgatar sua filha com as próprias mãos.

Uma perfeita reação de um protagonista de beat-em'-up.

E, apesar de imaginar que todos vocês saibam, a ausência de Guy foi uma das alterações do jogo na versão do SNES, mas a Nintendo relançou Final Fight algum tempo depois, com Guy no lugar de Cody como protagonista e mais algumas alterações. Já dá pra perceber o nascimento do estilo Capcom de lançar extras que não fazem muita diferença ao invés de lançar um jogo completo.


Uma das partes mais arriscadas em se fazer uma versão doméstica de um jogo de arcades é a parte gráfica. Máquinas de fliperama eram mais poderosas em diversos aspectos do que um videogame doméstico, com sons melhores e gráficos mais coloridos. Uma conversão poderia significar uma perda considerável de qualidade, o que a tornava inviável em diversos casos. Como no caso de Final Fight, eles decidiram cortar diversos aspectos do jogo, mas pelo que pude ver, não há uma perda de imagem aqui.

Os gráficos são excelentes e envelheceram bem, mas pra mim pareciam um pouco estoicos, apesar dos bons controles. Ao contrário da maioria dos beat-em'-ups da época, os sprites dos personagens eram bem maiores que o normal, permitindo muito mais detalhes. Claro que isso se deve ao fato de ser um jogo de fliperama e pelo poder gráfico do SNES.

Metro City é retratada como uma cidade ferrada. Apesar do sucesso de Haggar em reconstruí-la, nós temos que entrar no território da Mad Gear, e vemos a parte ruim e negativa da cidade, que é dominada  pelo crime. O domínio da gangue se espalha por diversas áreas da cidade, desde a parte pobre do subúrbio até os bairros mais ricos, onde a influência negativa da organização é claramente mostrada.

Mike e Cody são muito diferentes, pois Cody é um cara comum, com estatura normal e músculos normais enquanto que Haggar é baita dum gigante, devido a seu status de lutador, e você não duvida de que ele seja capaz de partir um carro ao meio. O elenco de vilões, ao contrário de muitos jogos, acabaram se tornando imortalizados, desde os chefes Sodom e Rolento até mesmo os bucha-de-canho como os Andore e Poison.

Sim, a polêmica Poison. Eu duvido que vocês não saibam da história, mas adoro contar de qualquer jeito. Poison era uma inimiga feminina no jogo original, porém a censura pesada da Nintendo of America não admitiria violência contra a mulher nos seus jogos, então a Capcom japa decidiu redesenhá-la como uma transexual, na tentativa de evitar problemas futuros (WTF?). Apesar dela ter sido retirada de qualquer jeito, sua sexualidade se tornou um dos maiores mistérios dos games. Apesar de muitas fontes confirmarem essa história, ainda há algumas dúvidas, mas ela é considerada uma das personagens mais sexy já criadas, o que acaba gerando certos inconvenientes.

A trilha sonora da série é simplesmente um crássico. Lembra um pouco a música de Street Fighter II, mas possui identidade própria e vai badalando na sua cabeça por algum tempo. Apesar disso, ela se tornou amada o suficiente para ser refeita e reutilizada nas aparições dos personagens em outros jogos, como nas aparições dos personagens em Street Fighter.


Final Fight é um beat-em'-up no seu ápice. Muitos consideram este jogo aquele que refinou o gênero e que o ajudou a crescer em popularidade (até ser destronado por Street Fighter e os jogos de luta).

O jogo transcorre lateralmente, pois você segue de um lado para o outro, podendo se movimentar pra baixo e pra cima numa forma isométrica. Há cinco fases aqui (eram seis, mas uma foi removida), além de duas bônus. Assim como em diversos outros, você deve ir socando o máximo de capangas que puder, até chegar no chefe, que você derrotar para seguir para a próxima fase.

Há dois personagens aqui, Cody e Haggar. Cody é o típico personagem regular, nem muito forte e nem muito rápido, sendo ideal pros iniciantes e praqueles que curtem um certo desafio. Ele é um mestre das artes marciais e se utiliza de diversas formas de lutar, como combos de socos e chute. Haggar, ao contrário, é uma massa de músculos. Ele possui maior força, porém menor velocidade, e usa técnicas de agarrão e pilão, além de socos maciços para derrubar o oponente. O terceiro personagem da versão original, Guy, seria como um ninja, muito rápido, porém mais fraco. Ele foi um dos diversos fatores excluídos do jogo.

Há também diversas armas escondidas pelo cenário, como pés-de-cabra, facas e armas de fogo, que podem fazer a diferença em um momento decisivo. E caso esteja com pouca energia, você sempre pode contar com os mais suculentos pernis assados que podem ser encontrados debaixo das latas de lixo.

É, eu também nunca entendi isso.

A dificuldade do jogo é bem equilibrada. Você pode terminá-lo tranquilamente em um dia inteiro de jogatina, mas as fases possuem limite de tempo e há continues limitados. As fases bônus são apenas minigames, como o de destruir o carro (assim como em Street Fighter) e destruir janelas. Não há um modo co-op aqui, ele foi um dos detalhes técnicos removidos na conversão.


Final Fight é um jogo fantástico e muito divertido. Se ele tivesse realmente se tornado uma sequência de Street Fighter, não creio que ele seria tão bem lembrado como é agora. Mas não se preocupem, meus amigos, este é apenas o começo.

A vingança é um prato que se come frio... junto com um pernil assado debaixo da lata de lixo.

Por hoje é só, pessoal!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Spider-Man and Venom: Maximum Carnage


Um mês sem postar... não acredito que cometi este crime terrível contra meus leitores (se é que alguém lê isso aqui). Mas não se preocupem, não farei mais esse tipo de coisa, ao menos sem avisar. E pra compensar isso, nada melhor do que outro mês temático!

Em agosto de 1962, a exatos 50 anos atrás, surgia um dos maiores de todos os tempos, o herói mais querido da Marvel, aquele que se tornou o Amigão da Vizinhança, o primeiro e único (da Terra-616, pelo menos) Homem-Aranha. Ele é meu herói favorito, sua posição no meu coração é acima até do Batman e, apesar de muitos acharem ele um bundinha (Lília, ainda vou provar que você está errada), Peter Parker é muito mais forte do que todos pensam.

Então, se é pra falar de jogos antigos do Homem-Aranha, vamos começar com um dos mais famosos. Maximum Carnage foi desenvolvido pela LJN para o Super Nintendo e o Sega Mega Drive em 1994. É notável por ser um dos primeiros jogos a ser totalmente baseado numa história do personagem, ao invés de uma história original ou pegar um ou outro elemento. Mas irei elaborar isso melhor mais pra frente.

Apesar de eu estar animado com esse jogo, fiquei temeroso ao ver a produtora dele. Se você é um verdadeiro especialista em jogos do NES ou um fã do Angry Videogame Nerd (como eu), sabe que ela criou simplesmente alguns dos piores jogos do console, a maioria baseado em filmes e quadrinhos. Será que esse jogo é apenas mais uma decepção, ou ela se redimiu por uma década de falhas?

Pois bem, é hora de descobrir.


A história em que o jogo se baseou também se chama Maximum Carnage. É um crossover do Homem-Aranha com diversos outros personagens que durou de março a agosto de 1993, dividido em 14 partes. Pra que vocês entendam melhor, farei uma breve recapitulação.

Se vocês viram o terceiro filme do Homem-Aranha, já devem saber quem é o Venom e o que são simbiontes. Por coincidência do destino, Eddie Brock, já separado do simbionte, se tornou companheiro de cela de um psicopata chamado Cletus Kasady. Eventualmente, ele se reúne com a forma de vida, que no momento, gera uma espécie de "filho", pois ele se reproduz assexuadamente. Esse "filho" acaba se unindo a Cletus, se fundindo a ele através de uma ferida, o transformando no monstruoso Carnificina. Ele acaba fugindo da pressão e cometeu diversos assassinatos, mas é detido pela trégua de Homem-Aranha e Venom.

Em Maximum Carnage, Cletus se reúne com o simbionte, que havia sobrevivido a luta por ter se fundido ao seu sangue. Ele escapa do manicômio onde ele estava preso, libertando outros supervilões no processo. Juntos, eles decidem espalhar o caos por nova Yorque, pois todos possuem uma visão distorcida do mundo. Homem-Aranha e Venom acabam se unindo novamente, dessa vez contando com a ajuda de diversos super-heróis, como Capitão Aranha, Punho de Ferro e Gata Negra para atrapalhar os planos do psicopata.

O jogo segue exatamente essa premissa. Cletus dá um jeito de escapar, se encontra com outros vilões e começa a fazer barbaridades nada agradáveis. Cabe a você pará-lo.


O visual... bem, ele é meio porco.

Não me levem a mal, ele é até regular, mas é 1994, ano de lançamento de Final Fantasy VI, Earthworm Jim  e Donkey Kong Country. Nós sabemos muito bem que o SNES podia gerar gráficos muito melhores que isso. Mas levando em conta que estamos falando da LJN, ficaria surpreso se eles tivessem um trabalho primoroso. Procure pelos jogos Who Framed Roger Rabbit e The Uncanny X-Men no Google e você vai entender do que estou falando.

Mas tenho que admitir, eles tentaram dar um visual mais próximo aos gibis. As cutscenes do jogo correm como quadrinhos, o que não era muito comum na época, por incressa que parível. E considerando que o jogo já é baseado em um arco que realmente existe, dá um clima bem legal ao jogo.

Os personagens possuem traços cartunescos similares aos quadrinhos, tanto os heróis quanto os vilões e capangas. Creio que seja por isso que o visual me pareceu um pouco porco, pois eles podiam deixar os personagens como nas HQs, mas com um melhor trabalho gráfico.

Entretanto, a trilha sonora é sensacional. Ela foi composta pela banda Green Jellÿ e possui um tom mais pesado, mais obscuro, e ainda sim, é eletrizante e combina bastante na ação. A banda até gravou uma versão da música de abertua, que você pode ouvir aqui. Obviamente, as músicas do jogo não são gravadas em estúdio e sim rendições computadorizadas.


O jogo é um beat-em'-up dos mais legais.

Como sempre, você só precisa seguir em frente, batendo nos diversos vilões que encontra, ocasionalmente encontrando com um chefe no fim da fase. Mas você não é simplesmente um lutador de rua, mas sim o Homem-Aranha. Você pode usar sua teia como escudo quando estiver parado, além de poder atrair vilões pra perto de você no melhor estilo Scorpion e amarrá-los com sua teia. Há também um ataque especial, só que ao invés de custar energia, custa uma vida.

E assim como o título diz, você pode jogar com o Venom também, se você jogar como player 2. Ao contrário do Homem-Aranha, que é mais rápido e ágil, o Venom é mais bruto e sistemático, porém com os mesmos ataques, já que ambos tem os mesmos poderes.

Mas você não lutará contra o mal sozinho. Há diversos itens secretos escondidos pelos cenários, que dão a você a habilidade de invocar outros heróis, heróis esses que aparecem na história original. Em ordem de aparição: Manto, Gata Negra, Adaga, Flama, Homem-Aranha/Venom (dependendo de qual você estiver jogando), Morbius, Deathlok, Punho de Ferro e Capitão América.

Apesar de tudo, o jogo não é fácil. Você precisa ter bons reflexos aqui, ou você perderá muito rápido, além da dificuldade aumentando drasticamente, complicando cada vez mais sua vida. E pra piorar, não há nenhum meio de salvar, nem mesmo passwords, e você só possui um único continue. Resumindo: ou você vira o jogo de uma vez, ou você gasta muuuuuuito tempo tentando terminar.


Maximum Carnage é um excelente jogo baseado em uma excelente história de um excelente personagem. Apesar de ser bem difícil, creio que você vai divertir bastante, pois o jogo é empolgante, a trilha é excelente e a possibilidade de jogar com um dos maiores heróis da história e um de seus maiores inimigos é sempre divertido.

E uma trívia rápida: quando o jogo foi lançado, o cartucho era vermelho em ambos os sistemas, um dos poucos cartuchos coloridos do SNES e do Mega Drive. Mas foi relançado algum tempo depois, com a cor padrão de ambos os sistemas.

Por hoje é só, pessoal!

sábado, 30 de junho de 2012

Batman - Return of the Joker


Pois bem, só falamos dos jogos baseados nos filmes, hora de um material mais original baseado no morcegão, dessa vez numa versão baseada dos gibis, afinal Batman não é só feito de filmes.

Batman - Return of the Joker é um jogo original produzido pela Sunsoft e lançado em 1991 para o NES e, apesar de ser um jogo mais baseado na versão dos gibis, alguns o consideram uma sequência do jogo baseado no primeiro filme, daí a parte do retorno.

Vamos ver agora uma verdadeira batalha entre o Maior Detetive do Mundo e o Príncipe Palhaço do Crime.

Why so serious?


A história segue um roteiro bem típico das histórias.

Coringa acabou de fugir do Asilo Arkham e com a ajuda de vários bandidos quer jogar Gotham ao caos, e cabe ao Batman derrotar todos esses bandidos e destruir os planos do Coringa.

Eu sei que a descrição é muito fraca, mas a história é praticamente essa. Não há participações de outros heróis ou vilões, é apenas Batman e Coringa, como sempre deve ser.

Mas como quero aumentar o texto, vou contar uma historinha pra vocês. Sabiam que o Alfred já tentou destruir a Dupla Dinâmica?

Nas histórias pré-Crise, Alfred se sacrificou para salvar os dois mas foi ressuscitado por um cientista louco, com uma aparência alterada, poderes super-humanos e um desejo de destruir os dois heróis. Usando outros como fantoches, como Zatanna e até o Batmóvel, mas durante sua primeira e única luta com Batman, ele foi atingido pelos raios regenerativos que o ressuscitaram da primeira vez e voltou ao normal, se esquecendo de tudo que fez como vilão.

Vocês também sabiam que o Alfred surgiu depois até mesmo do Robin?

Tudo bem, essas informações não são relevantes, mas gostei de escrevê-las mesmo assim.


A qualidade do primeiro jogo mantêm-se nesse segundo jogo.

O ambiente é fantástico, os gráficos são belíssimos, detalhados e muito bem construídos. A paleta de cores é mais extensa do que o primeiro jogo, mas ainda não perde aquele toque mais sério que faz parte do universo do morcegão. Mas dá pra dizer que o visual ficou mais cartunesco do que o jogo anterior.

Aliás, o jogo todo tem um ar mais cartunesco, o Batman está mais claro, os inimigos continuam genéricos e assim como no primeiro jogo, não há a participação de nenhum outro personagem do universo. Os sprites são de uma qualidade respeitável. Dá até pra fazer o Batman dançar ao ritmo da música ao apertar o direcional pra cima, que ele vira de costas.

A música, assim como todos os outros jogos, é fantástica e possui uma batida mais animada, mas não chega a ser tão séria e sinistra quanto às outras. Ela foi feita pelos mesmos caras que criaram a do Batman para NES e também é incrivelmente grudenta.

E é sempre bom fazer o Batman dançar.


O jogo é uma plataforma, assim como o primeiro jogo, porém a mecânica é diferente.

Ao invés de usar os punhos e uma gama de equipamentos, a única arma que você pode usar uma pistola. Havia vários power-ups, que davam a essa pistola diferentes projéteis como batrangs e projéteis multidirecionais. É de uma maneira muito similar a Contra e outros diversos Run-and-Gun. Entretanto não há mais a habilidade de wall jump pois as fases ficaram mais lineares e simples.

Além de power-ups e itens que regeneram energia, há também um item especial que acaba enchendo uma barrinha embaixo da barra de vida, Quando ela está cheia, Batman entrar em "Modo Super Sonic", fica dourado e não para de atirar. Eu posso estar enganado, mas não creio que o Batman tenha um poder ou equipamento desse tipo. Acho que leio menos gibis do que pensava.

Apesar de tudo, o verdadeiro destaque do jogo é sua dificuldade. No começo, tudo dá certo e você prossegue normalmente, mas ao chegar à terceira fase... todos chora. O jogo se torna cada vez cabeludo e os obstáculos te fazem chorar cada vez mais, fica simplesmente impossível prosseguir. Há também o detalhe de que, toda vez que você é atingido você cai pra trás, não importa o que aconteça. Algumas vezes, parece que você acaba sendo sugado pelo buraco. Infelizmente, é um difícil ruim, você acaba ficando frustrado e pode acabar desistindo infelizmente.


Batman ROTJ é um belo jogo. Apesar de eu ter desanimado alguns com o último parágrafo, é um jogo de plataforma muito divertido, a dificuldade pode te fazer sofrer bastante, mas se você quer testar sua persistência até o limite, esse jogo é pra você.

Pois bem amigos, com este jogo encerro este mês especial dedicado ao nosso querido Cavaleiro das Trevas, o Cruzado Encapuzado, o Maior Detetive do Mundo, Bruce Wayne, mais conhecido como Batman. Agora voltaremos a nossa programação normal e eu tentarei atualizar na medida do possível.

Por hoje é só, bat-pessoal!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Batman Forever


Oh God, why...

O ano era 1995. Batman Returns fez um enorme sucesso, porém seu tom muito mais sinistro e perturbador refletiu nos lucros do filme. Por causa disso, a Warner tentou dar uma repaginada na série, a tornando mais familiar e mainstream, chamando o diretor Joel Schumacher para a missão. Essas mudanças e a pressão do estúdio mudaram todo clima criado pelos filmes anteriores, o que gerou um desapontamento em massa por parte dos fãs, mas foi um verdadeiro sucesso graças ao público geral, os noobs da vida.

O jogo, entretanto, mostra que ideias mal-executadas arruínam tudo.

Batman Forever para SNES foi lançado em 1995 pelas mãos da Acclaim Entertainment. O jogo, apesar de estar bem próximo da história e ter uma aparência bela e moderna, tem uma jogabilidade horrenda e foi um fail total, assim como muitos jogos feitos a partir dos filmes.

Pois bem, vamos ver uma tortura que nem mesmo o Coringa seria capaz de planejar.


Como você já percebeu, o filme foi baseado na história do terceiro filme, incluindo a aparição de Robin, com até a roupa tosca baseada nos gibis.

Assim como no último filme, Batman enfrentará dois vilões, Duas-Caras e o Charada. Duas-Caras era o promotor Harvey Dent, um dos exemplos de justiça de Gotham, mas sofreu um atentado durante um julgamento, pois um gangster joga ácido e teve metade do rosto desfigurado, além de ter desenvolvido uma desordem psicológica e enlouqueceu. Charada é codinome empregado por Edward Nygma, um "gênio incompreendido" que após ser demitido da Wayne Enterprises, se alia a Duas-Caras e elabora um plano para absorver a inteligência dos cidadãos de Gotham.

Batman, como sempre, deve impedir que eles obtenham sucesso em suas maldades, mas desta vez contará com ajuda. Dick Grayson, um acrobata circense que teve sua família morta por Duas-Caras durante uma apresentação, descobre que Bruce Wayne é Batman e decide se unir a ele em uma busca por vingança, adotando o nome Robin. Uma amizade surge e eles se tornam aquela que seria conhecida como a Dupla Dinâmica.


Tenho que admitir, a parte gráfica do jogo é fantástica, apesar de diversas escolhas ruins.

Os cenários são muito semelhantes a Donkey Kong Country, ou seja, os cenários são pre-renderizados e absurdamente detalhados, mas ao contrário do filme, que possuía um clima mais surreal e colorido, o jogo passava um clima sério e obscuro, bem sinistro na verdade. Eu pessoalmente não entendi essa mudança, mas até que dá certo, a não ser quando o cenário começa a atrapalhar no jogo.

Enquanto você passa pelo cenário, você começa a ver colunas que deveriam dar a sensação de um cenário tridimensional, o que não seria tão ruim se não bloqueasse sua visão. Você pode estar socando um bandido quando, do nada, uma coluna fica na sua frente, interrompendo seu combo e te atrapalhando na hora da pancada.

O jogo usa a mesma tecnologia usada em Mortal Kombat para seus personagens: eles filmava um ator, digitalizava os movimentos e os colocavam no jogo, uma tecnologia de captura de movimentos basicamente. Por mais tosco que possa parecer, é uma tecnologia fantástica, pelo menos na época. Apesar de tudo, a comparação com MK é inevitável, pois a maioria dos movimentos de ataques tanto do Batman quanto dos vilões genéricos são iguaizinhos aos movimentos dos lutadores.

A música segue a tradição dos jogos da franquia e é fantástica. Combinando perfeitamente com o cenário, a música passa um clima perfeitamente sombrio, sério, é muito bem executada. Sei que tenho usado a mesma descrição pras outras trilhas, mas os jogos do Batman possuem um belo histórico de trilhas e, apesar de tudo, Batman Forever segue a tradição.

Apesar de tudo, há um fato curioso: durante os cenários, há uma tela onde aparece escrito "HOLD ON", semelhante a uma tela de loading dos CDs de hoje em dia. Apesar disso não ser necessário na mídia dos cartuchos, é meio engraçado de qualquer forma.


Infelizmente, o nível gráfico não compensa a jogabilidade falha desse jogo.

Batman Forever é um beat-em'-up, você só precisa seguir de um lado pro outro socando e derrotando os bandidos, até chegar aos chefes e usar um pouco de estratégia, tanto como Batman quanto como Robin. Você também pode usar bat-bugigangas clássicas, além de diversos novos itens, dos quais você pode escolher dois antes de cada fase. Infelizmente, não é tão simples quanto parece e isso é culpa dos controles.

Você possui golpes simples e a habilidade de pular, porém os botões principais são apenas para os golpes físicos, você pula apertando o direcional pra cima e isso atrapalha muito. Para usar as bugigangas, você usa comandos semelhantes a combos. Pra usar o gancho, é Select e qualquer direcional , para o Raio de Calor é > < > < A, para as Botas-Foguete é > > X e por aí vai.

Posso até tentar imaginar que eles tenha tentado criar uma nova forma de jogabilidade, mas pra mim não deu certo. Os controles acabaram ficando desnecessariamente complicados, o que não combina com um jogo do estilo, que deve ter jogabilidade simples e ao mesmo satisfatória. Esses combos simplesmente não funcionam com um jogo assim, e pra mim foi um fail total.

Há também duas formas de modo cooperativo. A primeira deles é um modo totalmente cooperativo, Batman e Robin não podem se ferir e eles dividem os pontos e itens. O segundo é mais competitivo, eles podem tirar energia um do outro e não dividem pontos e itens, mas ainda precisam enfrentar os inimigos.

Caso você esteja a fim de socar todo mundo sem querer salvar a cidade, há o Training Mode, onde você pode lutar como Batman, Robin ou qualquer outro personagem do jogo contra outro personagem controlado pelo jogo mesmo ou por outro jogador.


Batman Forever é um jogo ruim. Mesmo que tenha usado a mesma engine de Mortal Kombat, a jogabilidade é muito ruim e complicada demais, o que pode afastar muitos jogadores. Não chega a ser tão vergonhoso quanto ao filme, mas também não o redime de nenhuma forma.

E no próximo artigo, é hora de um pouco de vingança, afinal vilão que é vilão não desiste nunca.

Por hoje é só, bat-pessoal!

domingo, 24 de junho de 2012

Batman Returns


O ano era 1989. Animada devido ao recente sucesso das histórias O Cavaleiro das Trevas e A Piada Mortal, a Warner decide que está na hora de fazer um novo filme do Homem Morcego, e para isso chama o jovem diretor Tim Burton, que fez um respeitável sucesso dirigindo um filme do personagem Pee-wee. Inspirado pelo tom escuro e sério das histórias, Burton apresenta um ambiente totalmente único e uma batalha épica contra o terrível Coringa. O mundo adorou o filme, que foi responsável por apresentar o personagem a muitas pessoas que nem conheciam o morcegão direito.

Pulemos três anos à frente, em 1992. Os donos do Pernalonga, animadíssimos com o sucesso e o impacto do primeiro filme, começaram a fazer planos para uma sequência. Tim Burton não estava querendo muito isso, mas foi convencido pelo script apresentado. Com um ambiente ainda mais amedrontador, o que gerou muita controvérsia na época, o mundo recebeu mais esse golpe de fodicidade, mesmo que tenha rendido menos que o primeiro.

Essa é a história do jogo baseado nesse filme.

Batman Returns para SNES foi lançado em 1993 pelas mãos da Konami. Seguindo a onda de sucesso iniciada com Final Fight, BR é um beat-em'-up da melhor qualidade, e ao contrário do jogo anterior, segue a história mais precisamente, mas apenas por cutscenes.

Todos sabemos que a Konami não brinca em serviço. Será que ela foi capaz de satisfazer a galera ou esse jogo é mais vergonhoso que o filme Batman & Robin?

Isso é cientificamente impossível, mas eles podem ter tentado.


Como disse antes, o jogo segue a história do filme.

Pra quem, devido a motivos além da compreensão humana, não conhece a história, vou tentar resumi-la da melhor maneira novamente.

Após ser abandonado por seus pais, Oswald Cobblepot, conhecido como o Pinguim devido a deformações físicas que o assemelham ao animal, aparece na cidade de Gotham e com a ajuda do milionário Max Shreck, decide se tornar parte da elite da cidade elaborando um plano para se tornar prefeito. Enquanto isso, surge a Mulher-Gato, codinome adotado por Selina Kyle, secretária de Shreck que é morta por ele ao descobrir seu plano de drenar a energia da cidade para controlar Gotham, mas volta à vida com habilidades e tendências felinas. Cabe a nosso herói manter a ordem na bagaça toda e arruinar o plano de todos eles.

Como eu disse no artigo anterior, eu sei que meu resumo não ficou muito bem formulado. Pra mais informações, se dê a decência de ver o filme ou ao menos reveja, vale a pena.

E assim como o jogo do NES, a história é contada somente através de cutscenes, não há nenhum diálogo dentro do jogo em si ou mesmo nelas próprios. A história é contada através de textos bem resumidos enquanto mostram imagens excelentemente reproduzidas do filme.


Lembram do que eu falei sobre como os cenários do jogo do NES transmitiam todo o clima sinistro que Tim Burton criou no filme? Em Batman Returns, acontece a mesma coisa, porém com mais precisão.

Todos os cenários se aproximam bastante dos originais do filme, muitos inclusive praticamente os mesmo. A qualidade gráfica do jogo é excelente, assim como em muitos beat-em'-ups da época. Assim como o jogo do NES, como eu disse antes, o jogo passa um clima bem sério e um pouco pesado, porém com mais cores, levando em conta a potência gráfica do SNES. Graças a isso, os cenários são incrivelmente detalhados, destacando ainda mais a atmosfera do jogo.

Os personagens também estão bem próximos do apresentado no filme. O uniforme do Batman está igual ao do filme, apesar de não haver muitos detalhes sobre o rosto do Bruce, interpretado pelo Michael Keaton no filme. O Pinguim e a Mulher-Gato também são cópias fiéis dos atores do filme, Danny DeVito e Michelle Pfeiffer respectivamente. Já os capangas, apesar de serem incrivelmente detalhados e semelhantes aos subordinados do Pinguim, caíram na generalidade dos capangas de jogos do estilo.

As cutscenes do jogo mostraram toda a potência do Super Nintendo. As imagens são incríveis reproduções dos atores. Percebe-se que não é uma cópia exata, mas o detalhamento é impressionante e envelheceu muito bem. O falso 3D clássico do SNES também aparece nas animações e em uma fase do jogo.

A trilha sonora é adaptada da trilha de Danny Elfman. É fantástica e atende todas as expectativas dos fãs. Ela parece ser realmente orquestrada, e assim como a do NES, transmite todo o clima sério, sinistro e calafrioso do filme. Uma trilha excelente para um jogo excelente.


Batman Returns possui uma jogabilidade bem simples, o que pode ser um mau sinal.

O jogo é um beat-em'-up na sua melhor fase. É só seguir em frente surrando todos no caminho. Você pode socar, dar golpes voadores, agarrar e usar um especial em você ataca com a capa. porém gasta energia. Ao chegar no chefe, você precisa de um pouco mais de estratégia.

Você pode também usar bat-bugigangas, como o Batrang e o Bat-Lançador. Em certas fases, você usa Bat-Shurikens ao invés dos punhos, além de um item especial, o Test Tube. Há também itens dentro de latas que dão mais pontos e recuperam vida. Mas são apenas corações flutuantes e não pernil assado.

A dificuldade é bem justa. Você não precisa ter um doutorado pra terminar o jogo, mas não quer dizer que sua vida será fácil. Apesar de tudo, a jogabilidade é meio redundante, o que pode desanimar um pouco.


Batman Returns é um bom jogo. Sim, a jogabilidade é repetitiva, porém bastante satisfatória. Garanto uma boa hora de diversão, sendo bat-fã ou não. Quem sabe você se anima e vê o filme de novo.

Porém, o próximo jogo não será tão bom assim. Assombrado pela Maldição de E.T., veremos o que não se deve fazer em um jogo baseado em um filme, não importa o quão vergonhoso ele seja.

Por hoje é só, bat-pessoal!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Batman


Sejamos sinceros, todos amam o Batman.

Mesmo que infelizmente haja muitos posers por aí, é inegável que Batman é um dos super-heróis mais populares de todos, se pá o mais popular mesmo. A história do menino órfão que decidiu fazer justiça com as próprias mãos para varrer o crime de sua cidade não é só uma jornada épica, mas também inspira e marca a vida de muitas pessoas (Comic Shoppers, estou olhando pra todos vocês). Eu não sou um mega-fã, mas tenho um respeito considerável pelo que ele representa. E já que tem filme novo chegando, é hora de deixar a escuridão invadir este humilde site.

E pra começar, nada como um jogo baseado no primeiro filme. Batman foi lançado para o NES em 1989, tendo sindo produzido pela Sunsoft. Apesar de não ter sido o primeiro jogo do morcegão, é o primeiro baseado nos filmes da franquia, que é adorado até hoje por muitos fãs. Apesar disso, não segue fielmente a história, o que pode influenciar a opinião de todos.

Será que o jogo corresponde à expectativa ou sofre da "Maldição de ET", como eu gosto de chamar?

It's time for Batman!


Como eu disse, a história do jogo é levemente baseada na história do filme. Mas se você não conhece a história do filme... véi... nem falo nada.

Porém, como eu sou um menino muito educado farei um resumo bem rápido pra vocês.

O filme conta história de Bruce Wayne, um milionário que, durante a noite, combate o crime da cidade de Gotham como o cruzado encapado Batman. Porém, uma ameaça ainda maior aparece na forma do Coringa, um mafioso enlouquecido por produtos químicos que quer, resumidamente, ferrar com todo mundo.

Tá, eu sei que resumi bastante, mas também, a não ser que você tenha vivido em cavernas nos últimos 20 anos, você não tem desculpa pra ver esse clássico.

O jogo, entretanto, não aborda muito a história, se resumindo somente ao Batman indo atrás do Coringa batendo em diversos bandidos pelo caminho. Nenhum dos outros personagens coadjuvantes aparecem, como Vicky Vale, Harvey Calrissian (quem viu o filme vai entender) e nem mesmo Alfred, o que deveria ser considerado crime.

Apesar de tudo, não creio que isso seja um ponto negativo, já que o jogo compensa por tudo isso.


A aparência do jogo  é incrivelmente próxima ao clima obscuro passado pelo filme, como uma reprodução fiel da película.

O jogo é escuro. Escuro no sentido de que, assim como no filme de Tim Burton, tudo se passa à noite. O jogo reproduz fielmente, na minha opinião, a Gotham que Burton representou no filme, toda sinistra e amedrontadora em cada canto. Você não vê um pingo de alegria por aqui, tudo foi feito em tons escuros, dando um verdadeiro "bat-toque" à coisa toda.

O jogo não segue necessariamente a história do filme, então você não verá cenários tão familiares aqui, na verdade eles são semelhantes a cenários genéricos de side-scrollers, mas com o já citado "bat-toque", deixando claro que tudo se passa em Gotham,  seja nas ruas, na fábrica ou no subterrâneo.

Mas pra garantir que você pense dessa maneira, há cutscenes incríveis. Se você for realmente um fã do Batman vai pirar na primeira cena, em que o Batmóvel surge seguindo em direção ao cenário, e o Batman sai do carro. As cutscenes aqui são de excelente qualidade e não deixam a dever pros jogos mais recentes.

A trilha sonora contribui ainda mais para o jogo. Ela é simplesmente arregaçadora e combina perfeitamente com todo o jogo. Ela é séria e ao mesmo enérgica, transmitindo toda a seriedade do jogo, o que a une totalmente ao cenário. Claro que não se compara ao trabalho de Danny Elfman, mas não estou exagerando ao dizer que ela está em nível bem acima da média.


Batman é um típico side-scroller dos anos 80, porém com o bat-toque, tudo fica sempre melhor.

Existem cinco níveis aqui, e você deve chegar de um ponto a outro varrendo os bandidos do mapa no caminho. Você encontrará malucos com armas, malucos com lança-chamas, malucos ninjas, máquinas malucas e muitas outras maluquices. Eu sei que minha explicação é meio redundante, mas não há muito o que acrescentar nessa parte.

Mas não podemos esquecer que estamos falando do Maior Detetive do Mundo aqui, o que sempre traz algo mais. Como as bat-bugigangas são parte essencial do seu arsenal, claro que você poderá usá-los aqui. No caso, são somente três, o batrang, o bat-shuriken e o que parece ser uma arma de fogo (mesmo que Batman tenha sempre recusado a usar uma , mas tudo bem), além de seus próprios punhos. Você não possui munição ilimitada pra nenhum deles, mas infelizmente todos eles compartilham do mesmo contador, ou seja, se você gastar munição de um acaba gastando a munição de todos.

Batman também utiliza um elemento meio incomum em side-scrollers, mas é famoso em muitos outros jogos, o wall jump. Pros noobs da vida que não sabem o que seja, é quando o carinha pula numa parede, se segura nela, toma impulso e pula para o outro lado. Muitos personagens demonstraram essa habilidade em vários jogos, como Mario, Alex Kidd e Ryu Hayabusa. Em Batman, essa é habilidade é muito bem aplicada, praticamente essencial para se prosseguir no jogo.

Principalmente levando em conta, a dificuldade chutadora de bundas desse jogo. Batman faz jus ao legado de jogos impiedosos do NES, mostrando que, se você não é um menino-prodígio, prepare-se para se ferrar muito nesse jogo. Felizmente, há infinitos continues aqui, então não chega a ser desesperador, mas não quer dizer que seja tranquilo.


O que eu posso dizer? É um jogo fantástico. É difícil de doer, mas é um excelente jogo na minha opinião. Creio que eles acertaram com tudo que podiam tudo, os cenários são fantásticos, a música é perfeita e Batman, como sempre, combatendo o crime, como ele faz a mais de 70 anos.

E no próximo artigo, veremos uma Gotham mais dark, mais sinistra, com vilões ainda mais aterrorizantes e jogabilidade mais simples e repetitiva.

E aí, já dançaram com o demônio sob a luz do luar hoje?

Por hoje é só, bat-pessoal!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rad Racer


Você certamente conhece a Square. Hoje conhecida como Square-Enix após a fusão com a rival Enix em 2004, a Square foi uma das maiores produtoras de jogos dos anos 90, expandindo e revolucionando no gênero dos RPGs. Seu maior feito é a franquia Final Fantasy, uma das maiores franquias de jogos da história, cujas histórias e personagens marcaram jogadores por todos os cantos do mundo.

Mas havia uma época, antes de Sephiroth, Tifa, gunblades e moogles. Uma época em que uma das maiores produtoras de jogos do mundo começou como simplesmente uma divisão de uma fábrica de linhas de força. Após alguma relutância e a conquista da independência, a Quadrado (trocadilhos everywhere...) lançou diversos jogos para o NES e todos tiveram recepção que variava do mediano ao medíocre. Este é um deles.

Rad Racer foi lançado para o NES em 1987, poucos meses antes da chegada de Final Fantasy, na verdade. É considerado um jogo de corrida muito bom, apenas das inevitáveis com Out Run, um jogo da Sega lançado no ano anterior (e que falarei sobre aqui no blog posteriormente). A fama do game aumentou após aparecer em uma cena do filme The Wizard (PT - O Gênio do Videogame), onde o vilão começa a jogá-lo usando a Power Glove, um dos mais famosos periféricos do NES, com a falhas podendo ser notadas claramente na cena.

Bom, Super Mario Bros. 3 teve sua primeira aparição pública nesse filme, e é considerado um dos melhores jogos de todos os tempos. Talvez isso seja um bom sinal para Rad Racer, certo?

Certo...?


O jogo não tem nenhum traço sequer de história, o que torna essa parte do texto desnecessária.

Porém, como eu gosto de escrever, falarei sobre a infâme cena.

Na cena, Jimmy, Corey e Haley, no caminho para o Video Game Armaggedon, encontram um garoto chamado Lucas Barton, outro jogador e colecionador de jogos. Ele decide exibir seu acessório favorito, a Power Glove, e exibe jogando justamente Rad Racer. Logo após seu pequeno show, ele manda a seguinte frase "I love the Power Glove. It's so bad."

Tal cena aumentou a popularidade do periférico e a frase se tornou um meme anos depois. Apesar disso, a Power Glove logo caiu em desuso, por não ser muito funcional e também não garantir muita diversão.


Pois bem, vamos ver se o jogo é um colírio para os olhos ou é capaz de traumatizar os mais sensíveis.

Pra ser sincero, não é nem uma coisa nem outra. Apesar disso, a apresentação do jogo é respeitável.

Os cenários dos jogos são belos. Há pistas no deserto, na cidade grande e na costa, e todos eles foram reproduzidos com qualidade. Há detalhes nos coqueiros, as luzes da metrópole são até bonitas e dá até pra ver algo que parece o Grand Canyon no deserto. Há até mesmo passagem de tempo, que muda o cenário totalmente.

Os carros são de um tamanho normal para os jogos de corrida na época. Há dois carros, um conversível e um carro de corrida de F-1, que também são bem desenhados, apesar de parecerem bem achatados, como o DeLorean, mas acho que faz sentido, pois era meio difícil criar modelos maiores com a capacidade do NES. Apesar de tudo, os carros rivais não receberam tanto cuidado, mesmo que ainda estejam bem-feitos.

A trilha sonora foi composta por ninguém menos que Nobuo Uematsu, compositor oficial da série Final Fantasy, que na época já colaborava com a Square. Apesar de seu trabalho aqui não ter sido imortalizado, já percebe-se seu talento como compositor com uma música empolgante, que realmente te dá ânimo para correr.


Como você já percebeu, isso é um jogo de corrida. Entretanto, não é um jogo de corridas como os outros.

Jogos de corrida geralmente funcionam da seguinte maneira: você escolhe um carro, compete em circuitos com várias pistas, cada uma contendo um número de voltas. Vence quem chegar na primeira posição, ou dependendo do modo de jogo, há um sistema de pontuação que vence quem obtiver mais pontos.

Em Rad Racer, não funciona assim.

Claro, seu objetivo é completar pistas, porém não há mais voltas nem posições. Cada pista se divide em vários trechos, e você deve alcançar certos pontos dentro de alguns segundos. Quando você alcança esses pontos, o contador reseta e você possui mais alguns segundos para chegar ao outro ponto. Porém, se você não alcançar um dos pontos a tempo, você perde todo o progresso. Há uma pontuação, porém ela funciona como outros jogos e vai aumentando à medida que você vai avançando. Ou seja, no fim das contas é um rally, uma corrida contra o tempo.

Você pode escolher dois carros, uma Ferrari e um carro de Fórmula 1. Mas por mais incressa que parível, não há basicamente nenhuma diferença aparente entre eles, algo que é debatido por diversos fãs. Porém, uma comparação quadro-a-quadro demonstrou que eles são realmente iguais e a velocidade máxima é igual a 255 kh/m.

E pra fechar com chave de ouro, você pode jogá-lo em 3D! Sem brincadeira.

Ao apertar select, a tela ficava vermelha e azul, como desenhos 3D, e o jogo vinha com aqueles óculos bizarros, que todos adoramos e te permitia jogar o jogo em um 3D primitivo. Até onde eu me lembre, foi a tentativa mais antiga de algo assim. Caso esteja errado, podem me corrigir.


Como um dos primeiro jogos do gênero pro NES, Rad Racer fez considerável sucesso e recebeu muitas críticas positivas. Apesar disso, a Square ficou no vermelho e foi forçada a apostar seu futuro em um único jogo, cópia descarada de outro jogo de sucesso. Como bem dizia o nome, poderia ser a fantasia final da empresa...

E nesse mês de junho: já que estou sem absolutamente nada pra fazer, posso atualizar o blog sem maiores problemas. E pra compensar esse mês sem postar, é hora das sombras invadirem este site e os trolls da net tremerem com seu nome.

Sim, meus caros, é hora do cruzado encapuzado tomar conta da bagaça toda. It's time for Batman!

Por hoje é só, pessoal!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Chrono Trigger


Nos anos 90, haviam duas empresas que lutavam pelo domínio do mercado de J-RPGs: Square e Enix. Ambas produziam as maiores séries da época, Final Fantasy e Dragon Quest, que disputavam a atenção do máximo de jogadores possíveis. Mas em 1995, algo aconteceu, algo que transformou o mundo dos jogos para sempre. Elas se uniram.

Não se uniram como hoje, numa fusão empresarial. Elas se uniram no sentido de seus principais nomes se juntarem para criar um jogo único. Hironobu Sakaguchi, criador de Final Fantasy, Yuji Horii, criador de Dragon Quest, Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, além de nomes como Hiroyuki Ito, Masato Kato, Yasunori Mitsuda e Nobuo Uematsu se uniram para formar o Dream Team, e juntos criaram aquele que é considerado o jogo perfeito.

Chrono Trigger foi lançado em 1995 para o SNES e publicado pela SquareSoft. Como eu disse antes, ele é considerado o jogo perfeito, um dos RPG mais bem-feitos de todos, um dos melhores jogos da história, com todos os aspectos recebendo notas máximas nos reviews e conquistando milhões de fãs ao redor do mundo, gerando mais duas sequências.

O futuro se recusou a mudar. Vamos ver como um garoto ruivo, uma princesa fugitiva, uma jovem cientista, um homem-sapo, um robô redondo, uma mulher das cavernas e um mago negro mudaram a história.


Assim como muitos jogos, Chrono Trigger começa num dia tranquilo. Nosso protagonista é Crono, um jovem de cabelo vermelho que parte para a Feira Milenar, em comemoração aos mil anos da fundação do reino de Guardia. Ele está indo para ver a apresentação da nova invenção de sua melhor amiga Lucca, um teletransportador.

No caminho da apresentação, Crono esbarra em uma garota chamada Marle e faz amizade com ela, a levando junto para a apresentação. Durante a apresentação, ambos servem de cobaia, porém algo dá errado na vez de Marle, e ela é sugada por uma fenda no tempo-espaço, indo parar na Guardia de 400 anos atrás. Crono parte em busca de Marle e luta para restaurar a linha do tempo correta, mas ao retornar ele é perseguido por soldados do reino e foge com Marle e Lucca para o futuro.

Chegando lá, eles descobrem que, em 1999, um ser alienígena chamado Lavos emergiu do centro da Terra e destruiu grande parte do mundo, transformando o planeta numa terra desolada, com poucos recursos naturais e dominada pelas máquinas, onde os sobreviventes fazem o possível para sobreviver, se esforçando para manter a esperança acessa. Ao ver o sofrimento das pessoas, as crianças decidiram usar os portais para viajar pelo tempo e impedir esse evento catastrófico, conhecido como o Dia de Lavos.

Durante suas viagens, eles fazem amizades com seres dos diversos períodos da história, que simpatizaram com a causa dos três. Junto às crianças, estão Frog, um guerreiro da idade média que foi amaldiçoado a uma forma de sapo pelo líder dos monstros, Robo, um robô do futuro que foi salvo por Lucca e começou a se humanizar pelo contato com grupo e Ayla, líder de uma tribo da pré-história que está em guerra com uma raça reptiliana chamada de Reptites. Também é possível recrutar Magus, um mago negro responsável pela maldição de Frog e líder dos monstros na guerra contra os humanos.

Entre os antagonistas estão Ayala, líder dos Reptites na pré-história, cujo principal objetivo é exterminar os humanos e tornar os Reptites a espécie dominante, Rainha Zeal, uma rainha da antiguidade que foi corrompida pelo poder de Lavos ao tentar usar seu poder para fazer seu reino evoluir ainda mais, os Místicos, uma raça de monstros da idade média liderados por Magus que querem invocar Lavos para destruir os humanos e dominar Guardia.

O vilão principal, porém, é Lavos, um parasita extraterrestre que se abrigou no centro da Terra para absorver sua energia e espalhar larvas pelo universo e repetindo o processo indefinidamente, forçando a evolução das formas de vida para poder cultivá-las e se tornar forte no processo. Ele também possui enorme influência nos principais eventos do jogo, como a extinção dos Reptites, a queda do reino de Zeal, a derrota dos Místicos e o Apocalipse, que foi a principal motivação dos heróis partirem para derrotá-lo.

A história do jogo foi aclamada pelos jogadores, com personagens como Robo e Frog se tornando queridos do público, enquanto Magus é considerado um dos vilões mais badasses de todos, graças a seus poderes e sua atitude anti-herói. Lavos não é tão fodão quanto Magus, mas Lavos é muito respeitado, principalmente por sua já citada influência nos eventos do jogo.


O jogo não tem apenas uma boa história, mas tem bons gráficos pra sustentar a história, pois os caras do Dream Team não estavam de brincadeira.

CT possui o mesmo nível de qualidade gráfica de Final Fantasy VI, mas possui uma ambientação mais fantasiosa em comparação ao clima steampunk de VI. Porém, cada época é completamente diferente uma da outra, já que o mundo não parou de mudar através dos tempos.

A pré-história é um paraíso tropical, com enormes florestas e vulcões ainda ativos. A antiguidade, já é um lugar gelado, já que eles estavam passando por uma era glacial, porém como a sociedade se dividiu entre os  usuários de magia e os não-usuários, ambos se desenvolveram de formas diferentes, com os Enlighted Ones (os usuários de magia) vivendo em castelos luxuosos e requintados, enquanto os Earthbound Ones (os não-usuários) vivendo em cavernas simples. A idade média e o presente são bem parecidos entre si, uma típica ambientação medieval de RPGs. O futuro, entretanto, é a época mais diferenciada, pois o mundo se tornou um simples deserto, com domos e fábricas abandonadas e destruídas, onde os habitantes vivem quase como mendigos. E temos também o End of Time que é onde o tempo literalmente acaba, que é habitado por um homem misterioso e o deus da guerra Spekkio, sendo um ambiente simples, lembrando uma alameda escura do século XIX.

Os cenários são fantasticamente bem-construídos, cada um se encaixando perfeitamente em cada época, como os domos do futuro, demonstrando tecnologia avançada mesmo depois de serem destruídos no Dia de Lavos, enquanto que os castelos do presente e da idade média lembram construções medievais. Os castelos do reino de Zeal possuem um estilo muito distinto, lembrando castelos medievais novamente, porém com leves diferença e a pré-história não tem construções, sendo apenas aldeias e cavernas, sem nos esquecermos das florestas vastas. No End of Time, não há quase nada, além de portais pra todos os períodos, uma sala pra Spekkio, uma sala pra Epoch e um poste onde o Velho fica, próximo a um portal para o Dia de Lavos.

Há uso de Mode 7 em certos momentos do jogo, como na corrida de motos no futuro e a primeira viagem da Epoch. Há também o clássico efeito visual da viagem no tempo, na minha opinião, um verdadeiro marco,  pois os efeitos são incríveis e eu realmente nunca vi algo assim. Os efeitos visuais dos ataques também são fantásticos, talvez até mais que os de Final Fantasy VI.

Todos os personagens e monstros foram desenhados por ninguém menos que Akira Toriyama, mangaká lendário e criador de obras como Dragon Ball e Dr. Slump. Dá pra perceber claramente seu estilo de desenho em certos chefes específicos, que são reproduções fiéis de seus desenhos, assim como os sprites dos personagens. Isso acabou sendo um dos fatores de sucesso de jogo, pois ele é reconhecido em todo o mundo, mas não podemos nos esquecer da qualidade também.

A trilha é simplesmente excepcional e fantástica, composta por Yasunori Matsura, que começou sua carreira como compositor nesse jogo e ganhou fama com ele, e Nobuo Uematsu, que não precisa de apresentações. Ela é incrível e envolvente, e fica grudada na sua cabeça, combinando perfeitamente em todas situações. Por exemplo, as músicas do presente é alegre e tranquila enquanto que as músicas do futuro são melancólicas e tristes, lembrando a tragédia que aconteceu. A música que eu destaco é justamente Chrono Trigger, tema principal do jogo, que toca durante os créditos iniciais e em diversos momentos do jogo.


Tenho que admitir que o sistema não é TÃO inovador e tal, mas admito que é muito bem-feito e flui perfeitamente.

Vamos começar pela viagem no tempo. Há duas maneiras de se viajar no tempo. O primeiro a ser apresentar são os Portais, fendas no espaço-tempo supostamente geradas pela máquina de teletransporte de Lucca e que ela achou um jeito de abrí-los à vontade adaptando essa tecnologia. O segundo meio é a Epoch, uma máquina do tempo criada por um dos três ministros de Zeal, Balthasar, no futuro (se quer saber a história toda, jogue) e que foi dada aos protagonistas durante um ponto crítico na história. Ela também ganha a habilidade de voar e que dá acessos a inúmeros sidequests.

E como o tema principal é viagem no tempo, não poderíamos esquecer do fator de futuros alternativos, e com isso, Chrono Trigger não tem menos do que 12 finais! Cada final pode ser gerado dependendo do momento na história em que você derrota Lavos, podendo ter até o final de quando você perde a batalha final.

E pra esse finais se tornarem acessíveis, Chrono Trigger é o primeiro jogo a vir com o recurso New Game+. Basicamente, quando você termina o jogo, você pode recomeçá-lo no nível em que parou, com todos os equipamentos, itens e dinheiro com os quais você terminou o jogo, facilitando infinitamente o trabalho dos jogadores. Até por que não faria sentido ter tantos finais enfrentando o chefe final com um nível menor que 20.

CT é um dos primeiros e poucos jogos a não ter batalhas no world map. Você pode andar e circular pelo mapa e não vai encontrar uma única batalha. As batalhas, em sua minoria, são opcionais. Sim, sua minoria, pois as batalhas opcionais existem na teoria. Mais da metade das batalhas são obrigatórias, tirando os chefes obviamente.

O sistema de batalhas é bem semelhante ao da série Final Fantasy, com o uso de ATB, o Active Time Battle. E assim como em FF VI, há dois modos, o Active e o Wait, onde no modo Wait, o tempo parava quando você está escolhendo um comando, e no modo Active não. Entretanto, os comandos são bem mais simples, se resumindo a atacar, usar técnicas especiais, itens e fugir.

As técnicas merecem um certo destaque. A origem da magia no mundo não é claro, mas isso acabou dividindo o muito, como eu bem disse antes. Porém, após a queda do reino de Zeal, a magia acabou se perdendo e pouquíssimos sabiam usá-la, mas todos ainda tem talento inato para ela. Quando Crono e seus amigos chegarem na End of Time, Spekkio despertou esses talentos nos protagonistas dando a eles a habilidade da mágica, e cada representando um elemento: Crono tem poder do relâmpago, Marle e Frog tem o poder da água, podendo usar magias curativas, Lucca tem o poder do fogo e Magus tem o poder da sombra. Os únicos que não aprendem são Ayla, pois ela nasceu antes do nascimento da magia, Robo, pois ele não é um ser vivo, e Magus, pois ele já é mestre da magia.

Você pode usar técnicas físicas e mágicas, que podem ser ofensivas, defensivas e curativas. Mas CT traz novas formas de técnicas, as combinações. Quando dois ou três personagens, que é o limite do grupo, possuem duas técnicas compatíveis, eles aprendem uma combinação dessas técnicas, que é muito mais forte e útil do que as singulares.


Creio que não há mais dúvidas de por quê todos amam Chrono Trigger. Uma trama envolvente e surpreendente, gráficos fantásticos, música que prende na sua cabeça e uma jogabilidade simples e ao mesmo tempo bem detalhada. Em suma, é indubitavelmente um jogo perfeito.

E agora, voltaremos à programação. Claro que tenho responsabilidades com a faculdade, mas manterem o blog atualizado na medida do possível.

E comecem a ler o blog em que sou o mais novo colaborador, o Almoxarifado Nerd. Nerdearei aqui e lá de agora em diante.

Por hoje é só, pessoal!