sábado, 19 de janeiro de 2019

Streets of Rage 2


Por mais que seja divertido e interessante resolver o problema do crime organizado na porrada, um vilão criminoso de verdade não se deixa abater por vigilantes. Ele se esconde, ele planeja, e volta pior ainda do que antes.

Streets of Rage 2 foi desenvolvido por uma equipe conjunta de vários desenvolvedores e publicado pela Sega em 1992. Programa pela mesma equipe do jogo original, todas as melhoras na jogabilidade, que levaram para uma alteração das especificações do cartucho, fazem esse jogo ser considerado o melhor da série pelo público.

E devo admitir, o que me foi apresentado realmente me leva a concordar com essa animação. Mas vamos falar com calma sobre isso.


A história se passa um ano depois do primeiro jogo. Depois da derrota de Mr. X e do desmantelamento do Sindicato, o trio de heróis segue com sua vida: Axel Stone e Blaze Fielding se mudaram de Gotham (ao contrário de Final Fight, a cidade não ganhou nome, então vou chamar de Gotham porque REFERÊNCIA), com Axel trabalhando de guarda-costas e Blaze dando aulas de dança, enquanto Adam Hunter voltou para a polícia e vive com seu irmão mais novo, Eddie "Skate" Hunter.

Sim, o apelido dele era Skate.

Nada contra skates ou skatistas, mas acho que é possível conseguir um apelido, tanto dentro quanto fora da comunidade do esporte.

Mas um dia que tinha tudo para ser comum se torna uma tragédia quando Skate volta da escola e vê sua casa revirada de cabeça pra baixo e seu irmão desaparecido, com uma foto colada na porta, mostrando Adam acorrentado aos pés de Mr. X. O Sindicato está se refazendo, e os níveis de criminalidade estão piores do que nunca. Ao ver essa situação, Skate liga para Blaze pedindo ajuda.

Agora Axel e Blaze estão de volta, e com a ajuda de Skate e do lutador profissional Max Thunder, amigo de Axel que decide ajudar no resgate de Adam, eles andam as Ruas da Raiva mais uma vez, para limpar o crime na porrada, salvar o amigo e dar um aos planos do Mr. X de uma vez por todas.


Não é qualquer jogo que força seus produtores a expandir e melhorar as capacidades técnicas da mídia onde ele é colocado. E como vocês já perceberam, eu não sou o melhor na hora de avaliar os aspectos e visuais de um jogo. Mas se formos fazer um comparativo com o anterior, a melhora é clara e significativa.

Acho que o mais notável é que o jogo parece realmente uma adaptação de um arcade. Apesar da Sega ser uma das gigantes da época dos fliperamas, podendo se utilizar disso para atrair jovens para os prazeres de um Mega Drive com adaptações como Golden Axe e Strider, a série SoR é um conceito "original", feito para o console mesmo. Então mesmo que o design dos inimigos não mudaram tanto de fato, o nível de detalhes aumentou de um jeito que realmente parecem diferentes.

Do lado dos protagonistas, Axel não mudou praticamente nada, enquanto Blaze voltou com uma roupa ainda mais curta do que antes, o que, na real, é uma pena. Talvez lutar de minissaia e uma brusinha seja mais prático do que eu penso, mas seria muito melhor se eles tivessem expandido na ideia da jaqueta, como uma guerrilheira urbana. Dos novatos, Skate é o mais... inusitado, afinal ele é um recém adolescente com luvas de boxe e que, apesar do apelido, ele usa patins pra se locomover no cenário (não espere consistência dos anos 90), enquanto Max não precisa nem de camisa, uma calça collant azul com um relâmpago desenhado e uma sunga por cima é tudo que ele precisa.

E a trilha sonora desse jogo... uau. As músicas não tem muita coisa em comum e não sei exatamente se combinam com o cenário e com a situação em si, mas são músicas sensacionais. Elas não se acomodam no fundo dos seus ouvidos, elas chegam e fazem você se balançar, como você estivesse jogando numa boate. Há também a presença de dublagem como no primeiro jogo, não apenas para os gemidos de dor como para falas do personagens na hora dos ataques especiais. Infelizmente, as limitações técnicas as tornaram praticamente impossíveis de entender, mas sempre fico admirado pela iniciativa.

Pensar nisso me fez refletir como a Sega tentava inserir dublagem bem mais do que a Nintendo, provavelmente tentando criar um diferencial.


Streets of Rage felizmente pertence à lista de sequências que pegaram o que o original tinha de bom e melhorou ainda mais.

O básico ainda é o mesmo, mas os personagens são realmente diferentes uns dos outros. São quatro personagens com estilos de lutas diferentes, com Axel focado nos punhos, Blaze usando técnicas de artes marciais, Skate se aproveita de sua agilidade e velocidade pra compensar a falta de força (ele ainda está na escola, pelo amor de Deus) e Max substitui Adam como o fortão, sendo mais lento mas com mais força no soco entre os quatro.

Todos eles possuem técnicas especiais de dois tipos relacionadas a seu estilo de luta: uma que não consome energia da barra de vida, que é bem eficiente e pode ser executada apertando o direcional duas vezes antes do botão de ataque, e outra que gasta energia da barra de vida, mas é executada com um botão específico e causa bastante dano. Cada estilo tem seus prós e contras e tudo depende do qual você se sente mais confortável ou acha que vai ser mais efetivo, dando uma dificuldade justa e uma camada extra de desafio.

No meu caso, eu escolhi a Blaze, por ela ser a mais equilibrada mas ainda ter um pouco da agilidade do primeiro jogo, além de ter um quase-hadouken que manda todos pra longe e pode ajudar na hora do aperto.

As armas também voltaram, melhoradas e mortíferas. A faca agora pode ser atirada de propósito, mas causa menos dano desse jeito, assim como a kunai, e o taco de beisebol foi substituído por uma katana, que é a arma mais eficiente e uma preciosidade que deve durar o máximo possível.

E ao contrário do jogo anterior (e do seguinte também), SoR 2 não tem finais múltiplos, sua única missão é se vingar do Mr. X e salvar Adam.


Apesar de mais melhorias chegarem na sequência é um jogo equilibrado e divertido, com certeza o melhor beat'em up do Mega Drive e uma adição válida pra qualquer coleção, seja como cartucho, seja como parte de uma dessas coletâneas nostálgicas. E apesar de ser uma opinião polêmica, gostei muito mais desse jogo do que de Final Fight 2.

A paz foi alcançada e o crime perdeu mais uma vez. Será que dessa vez é pra valer?

Como já falei que essa série é uma trilogia, todos vocês já sabem que não. Então aguardem a conclusão da saga de Blaze & Amigos (já que ela é a verdadeira protagonista pra mim) na próxima semana.

Por hoje é só, pessoal!

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