O ano era 1989. Animada devido ao recente sucesso das histórias O Cavaleiro das Trevas e A Piada Mortal, a Warner decide que está na hora de fazer um novo filme do Homem Morcego, e para isso chama o jovem diretor Tim Burton, que fez um respeitável sucesso dirigindo um filme do personagem Pee-wee. Inspirado pelo tom escuro e sério das histórias, Burton apresenta um ambiente totalmente único e uma batalha épica contra o terrível Coringa. O mundo adorou o filme, que foi responsável por apresentar o personagem a muitas pessoas que nem conheciam o morcegão direito.
Pulemos três anos à frente, em 1992. Os donos do Pernalonga, animadíssimos com o sucesso e o impacto do primeiro filme, começaram a fazer planos para uma sequência. Tim Burton não estava querendo muito isso, mas foi convencido pelo script apresentado. Com um ambiente ainda mais amedrontador, o que gerou muita controvérsia na época, o mundo recebeu mais esse golpe de fodicidade, mesmo que tenha rendido menos que o primeiro.
Essa é a história do jogo baseado nesse filme.
Batman Returns para SNES foi lançado em 1993 pelas mãos da Konami. Seguindo a onda de sucesso iniciada com Final Fight, BR é um beat-em'-up da melhor qualidade, e ao contrário do jogo anterior, segue a história mais precisamente, mas apenas por cutscenes.
Todos sabemos que a Konami não brinca em serviço. Será que ela foi capaz de satisfazer a galera ou esse jogo é mais vergonhoso que o filme Batman & Robin?
Isso é cientificamente impossível, mas eles podem ter tentado.
Como disse antes, o jogo segue a história do filme.
Pra quem, devido a motivos além da compreensão humana, não conhece a história, vou tentar resumi-la da melhor maneira novamente.
Após ser abandonado por seus pais, Oswald Cobblepot, conhecido como o Pinguim devido a deformações físicas que o assemelham ao animal, aparece na cidade de Gotham e com a ajuda do milionário Max Shreck, decide se tornar parte da elite da cidade elaborando um plano para se tornar prefeito. Enquanto isso, surge a Mulher-Gato, codinome adotado por Selina Kyle, secretária de Shreck que é morta por ele ao descobrir seu plano de drenar a energia da cidade para controlar Gotham, mas volta à vida com habilidades e tendências felinas. Cabe a nosso herói manter a ordem na bagaça toda e arruinar o plano de todos eles.
Como eu disse no artigo anterior, eu sei que meu resumo não ficou muito bem formulado. Pra mais informações, se dê a decência de ver o filme ou ao menos reveja, vale a pena.
E assim como o jogo do NES, a história é contada somente através de cutscenes, não há nenhum diálogo dentro do jogo em si ou mesmo nelas próprios. A história é contada através de textos bem resumidos enquanto mostram imagens excelentemente reproduzidas do filme.
Lembram do que eu falei sobre como os cenários do jogo do NES transmitiam todo o clima sinistro que Tim Burton criou no filme? Em Batman Returns, acontece a mesma coisa, porém com mais precisão.
Todos os cenários se aproximam bastante dos originais do filme, muitos inclusive praticamente os mesmo. A qualidade gráfica do jogo é excelente, assim como em muitos beat-em'-ups da época. Assim como o jogo do NES, como eu disse antes, o jogo passa um clima bem sério e um pouco pesado, porém com mais cores, levando em conta a potência gráfica do SNES. Graças a isso, os cenários são incrivelmente detalhados, destacando ainda mais a atmosfera do jogo.
Os personagens também estão bem próximos do apresentado no filme. O uniforme do Batman está igual ao do filme, apesar de não haver muitos detalhes sobre o rosto do Bruce, interpretado pelo Michael Keaton no filme. O Pinguim e a Mulher-Gato também são cópias fiéis dos atores do filme, Danny DeVito e Michelle Pfeiffer respectivamente. Já os capangas, apesar de serem incrivelmente detalhados e semelhantes aos subordinados do Pinguim, caíram na generalidade dos capangas de jogos do estilo.
As cutscenes do jogo mostraram toda a potência do Super Nintendo. As imagens são incríveis reproduções dos atores. Percebe-se que não é uma cópia exata, mas o detalhamento é impressionante e envelheceu muito bem. O falso 3D clássico do SNES também aparece nas animações e em uma fase do jogo.
A trilha sonora é adaptada da trilha de Danny Elfman. É fantástica e atende todas as expectativas dos fãs. Ela parece ser realmente orquestrada, e assim como a do NES, transmite todo o clima sério, sinistro e calafrioso do filme. Uma trilha excelente para um jogo excelente.
Batman Returns possui uma jogabilidade bem simples, o que pode ser um mau sinal.
O jogo é um beat-em'-up na sua melhor fase. É só seguir em frente surrando todos no caminho. Você pode socar, dar golpes voadores, agarrar e usar um especial em você ataca com a capa. porém gasta energia. Ao chegar no chefe, você precisa de um pouco mais de estratégia.
Você pode também usar bat-bugigangas, como o Batrang e o Bat-Lançador. Em certas fases, você usa Bat-Shurikens ao invés dos punhos, além de um item especial, o Test Tube. Há também itens dentro de latas que dão mais pontos e recuperam vida. Mas são apenas corações flutuantes e não pernil assado.
A dificuldade é bem justa. Você não precisa ter um doutorado pra terminar o jogo, mas não quer dizer que sua vida será fácil. Apesar de tudo, a jogabilidade é meio redundante, o que pode desanimar um pouco.
Batman Returns é um bom jogo. Sim, a jogabilidade é repetitiva, porém bastante satisfatória. Garanto uma boa hora de diversão, sendo bat-fã ou não. Quem sabe você se anima e vê o filme de novo.
Porém, o próximo jogo não será tão bom assim. Assombrado pela Maldição de E.T., veremos o que não se deve fazer em um jogo baseado em um filme, não importa o quão vergonhoso ele seja.
Por hoje é só, bat-pessoal!
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