quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Phantasy Star


SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!!!!!

Eu estou de volta, melhor, mais legal, mais nerd e com novo nome. Percebi que "Retronix" não tinha muito a ver com minha ideia de voltar ao passado através dos jogos. Ter o mesmo nome de uma empresa de condutores elétricos também pesou na minha decisão.

Então, agora vocês me conhecerão como o Retronauta. Sim, existem muitos retronautas na rede e o nome não é muito criativo, mas tentarei o melhor possível para ser único.

Agora, chega de introdução. Esse mês é o mês do meu aniversário, mas como dizem aquelas propagandas de supermercado bregas, o aniversário é meu, mas quem ganha o presente é você. Esse mês, falarei de uma série de RPGs que muitos brasileiros conhecem: Phantasy Star!

Pros noobs que chegaram agora, Phantasy Star é o Final Fantasy da Sega. Com uma história única que unia magia com ficção científica, essa série conquistou milhões de fãs ao redor do mundo e mostrou que a Square e a Enix não eram as únicas que podiam criar histórias de qualidade.

O primeiro jogo da série foi lançado em 1987 no Japão e em 1988 nos Estados Unidos pela própria Sega para o Master System.

Vamos ver o porque de tamanho sucesso.


A história do jogo se passa no sistema solar de Algol, formado pro três planetas, Palma, Motavia e Dezoris. O sistema vem passado por maus bocados, graças ao reinado tirânico de Lassic, um bom governante que, de uma hora pra outra, se tornou o pior regente possível. Paralelo a isso, monstros começaram a se proliferar nos três planetas, e há a suspeita do envolvimento de Lassic nessa história.

A protagonista aqui é Alis Landale. Ela era uma jovem normal até que seu irmão Nero se rebelou contra Lassic e foi morto por seus soldados-robôs. Antes de morrer, ele dá a Alis a tarefa de vingá-lo, e como boa irmã caçula, ela aceita prontamente.

Mas o que seria uma simples vingança se torna uma jornada épica para salvar Algol de um terrível mal, maior do que Lassic e que ameaça todo o sistema de Algol.

No decorrer da história, você encontrará outras pessoas que compartilham do desejo de dar a Lassic uma passagem só de ida para o quinto dos infernos, ao lado de personalidades do mal como Kefka e Zog.

Temos Myau, um gato algoliano que pode falar e possui um poder secreto necessário para derrotar Lassic, Odin, um nobre guerreiro que lutou junto com Nero e agora, se une a Alis para vingá-lo e continuar a luta e Noah, um poderoso feiticeiro que não tem interesse na batalha, mas seu senso de honra o faz se juntar ao grupo.

Não podemos esquecer dos vilões, claro. Não há muito desenvolvimento dos vilões, todos são lacaios do chefão, no caso, Lassic. Porém, Lassic não é o verdadeiro vilão aqui. Há algo muito maior e mais obscuro por trás de tudo...


Hora de falar do visual do game, o que eu tenho que dizer que é incrível.

Os cenários não são um exemplo para detalhes, mas são incrivelmente bem-desenhados e detalhados, mesmo para o poder do Master System. Se bem que, depois do que eu vi com a Turma da Mônica, eu não fiquei surpreso.

Os personagens só podem ser vistos no overworld ou dentro das cidades. Os sprites são bem simples, típicos dos RPGs de 8-bits. Já os monstros, por outro lado, são consideravelmente mais detalhados e mais animados.

Os cenários de batalha mudam de acordo com o lugar que você está. Se você está na floresta, ele vira uma floresta, se você está no litoral, ele vira uma vista do oceano, se você está no deserto, ele vira uma paisagem seca e morta e por aí vai. O que eu achei legal é que você pode dar um passo e alterar o cenário completamente, já que eles estão interligados.

E os dungeons? Aí é que está o trunfo do jogo: eles são em primeira pessoa. Pode parecer ridículo e simples a primeira vista, mas para a época foi um estrondo. Com um efeito tridimensional incrível, PS foi um dos primeiros RPGs a apresentar uma estrutura desse tipo. Mas explicarei melhor na próxima parte.

A trilha sonora é pouco variada, porém incrível. Ao contrário da maioria dos RPGs, em que cada cidade tem seu tema, as cidades de cada planeta possuem o mesmo tema. A variabilidade só acontece nos FPDs. Mas o que elas pecam em quantidade, elas ganham em qualidade. Os caras levaram a placa de som ao limtie aqui.


Agora que já falei da aparência, é hora do recheio.

PS é um RPG bem típico da época. É linear, bem simples e se resume a ir de uma cidade a outra cumprindo missões e pegando itens.

Eis um dos primeiros problemas do jogo. Sabe aqueles jogos que você nunca sabe pra onde ir e acaba ficando preso num lugar, ficando completamente perdido? Phantasy Star é um desses jogos. Apesar de você saber o que fazer, você nunca sabe pra onde ir, ficando perdido. E, obviamente, isso é irritante.

O sistema de batalha é bem normal, apesar das lutas serem vistas em primeira pessoa, daí a razão dos monstros serem tão bem-desenhados. Você pode escolher entre ataques físicos, magias, itens e falar com os monstros.

Peraí, falar com monstros? Sim, exatamente. Através de um comando ou uma magia especial, você pode falar com certos monstros, evitando uma batalha desnecessária e arriscada.

E eis um outro problema do jogo. As batalhas são randômicas, como de praxe. Você poderá estar andando tranquilamente e dar de cara como um monstro chato, pra variar. O chato aqui é que você pode sair de uma batalha e ir direto pra outra. Você pode enfrentar até cinco batalhas consecutivas! E isso não é muito bom quando você não tem muitos itens ou está sem MP.

E não podemos esquecer dos dungeons. Como eu disse antes, eles são explorados em primeira pessoa, como os tão aclamados jogos FPS, ou como chamarei aqui, FPD (First-person dungeon). Na época, os FPDs de Phantasy foram não só uma revolução tecnológica, pelo efeito tridimensional, mas também um grande acréscimo a jogabilidade. Mas não foi muito bem planejado.

Não sei se é falta de costume, ou algum outro motivo, mas não fiquei muito à vontade com esse novo estilo. Além do quê, a dificuldade aumentou exponencialmente. Você pode se perder muito fácil nesses dungeons. Eu, por exemplo, fiquei um tempão perdido tentando encontrar Noah numa caverna. Tive que apelar para mapas espalhados pela net.

E tome cuidado. Muitas caixas de tesouro, principalmente as dos FPDs, tem armadilhas. E pior, elas estão quase sempre vazias.


Phantasy Star é um grande jogo e o recomendo piamente. A dificuldade pode assustar no começo, mas aqueles que persistirem terão uma grandiosa jornada pela frente. Phantasy Star fez tanto sucesso que recebeu uma versão traduzida oficial pelas mãos da Tec Toy, a mesma dos jogos da Turma da Mônica.

Esse jogo seria o começo de uma incrível e fantástica franquia de jogos, que se estenderia por muitos anos, ganhando uma sequência em apenas dois. E é dela que falarei semana que vem.

A seguir: por que ninguém aprende que criar uma hiper-inteligência artificial pra controlar seu mundo nunca é uma boa ideia?

Por hoje é só, pessoal!

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