sábado, 17 de setembro de 2011

Phantasy Star III - Generations of Doom


E aqui estamos nós novamente, prontos pra desbravar novamente essa grande aventura pelo sistema de Algol. E vamos falar da ovelha negra da série.

Toda série, seja de jogos ou filmes, tem sua ovelha negra. Aquele filme que não encaixa bem na história ou aquele jogo que não explica nada e te deixa com ainda mais perguntas, como Super Mario Bros. 2 (que não é 2 coisa nenhuma). PS3 é um desses jogos.

PS3 - Generations of Doom foi lançado em 1991 para o Mega Drive pelas mãos da própria Sega. Seu predecessor foi um dos maiores sucessos do console e mostrou uma história muito maior que o primeiro, mas eles não podiam revelar tudo em PS2 e deixaram muitas respostas no ar, pra te fazer comprar as sequências. Pra resumir, as respostas que você procura... não estão aqui exatamente.

Mas como assim? Permita-me esclarecer melhor.


Pra começar, PS3 não tem um lugar na cronologia especificado. Na tradução inglesa, o jogo se passa em conjunto com Phantasy Star IV, o que não faz muito sentido. Na tradução japonesa, entretanto, o jogo se passa depois de PS4, o que fa mais sentido, mas nem tanto assim.

Lembra que eu disse que PS imitou Zelda? Pois bem, a série é notória por sua cronologia confusa de doer. Agora sabemos de onde veio essa ideia de mandar a sequência de tempo pro saco. Tanto que o único que sabe realmente a cronologia é seu criador, Shigeru Miyamoto.

Mas estou me adiantando. Guardarei meus pensamentos sobre o assunto pra novembro.

Mas enfim, voltando ao que importa. Esse baita furo na continuidade não incomoda muito praqueles que não se importam, mas enche os fãs da série até hoje. Por isso, ele é considerado um dos piores da franquia e esculachado pelos fãs. Mas chega de embromação e vamos a história.

1000 anos antes do começo do jogo, houve uma puta guerra entre duas facções, os Orakianos, liderados pelo espadachim Orakio (O RLY?) e os Layanos, liderados pela feiticeira Laya (YA RLY). Os dois lutaram e lutaram e lutaram, até que tomaram vergonha cara e decidiram se encontrar pra negociar um cessar-fogo. Só que depois desse encontro, os dois desapareceram.

Sem seus líderes, os dois exércitos ficaram desamparados e então começou o festival de acusações. Um exército acusava o outro do desaparecimento de seus líderes. Eles cortaram qualquer laço de comunicação, viagens entre seus mundos foi proibida e o risco de uma guerra mortal se tornou constante.

Pense na Guerra Fria, só que mais legal e mortal.

Enfim, o tempo passou e a ameaça de guerra diminuiu. Você assume o papel de Rhys, príncipe do Reino Orakiano de Landen. É o dia do seu casamento com Maya, uma garota com amnésia que ele encontrou na praia. Obviamente, algo dará errado, senão o jogo não teria nem cinco minutos. Um monstro voador, identificado como um layano sequestra a princesa no melhor estilo Bowser, causando a possibilidade de um novo conflito. Rhys não deixará isso barato e decide partir em busca de sua amada.

Claro que você encontra muitos aliados no caminho, como os andróides Mieu e Wren, o misterioso Lyle e a princesa Lena. Isso na primeira geração. Ainda há mais duas, com uma maior gama de personagens, aumentando a história.

Como esperado, você vai descobrir que há muito mais por trás da guerra. Você começa a perceber que a linha do bem e do mal é muito mais tênue e os verdadeiros motivos de cada lado. Além de um segredo horrível envolvendo os líderes originais e um terrível mal que iniciou tudo...

Que é óbvio que é Dark Falz. Sim, é um possível spoiler, mas já deu pra perceber depois de dois artigos quem é o vilão-mor da série. E se você não percebeu, tá na hora de prestar mais atenção no que eu leio.


Muitos podem discordar, mas notei uma grande melhoria gráfica, principalmente nos cenários.

As cidades se tornaram mais limitadas de certa forma, mas não se percebe isso, já que as lojas e casas se tornaram muito maiores, o que foi uma bela sacada.

O overworld recebeu mais atenção também dessa vez, se tornando muito mais detalhado do que nos jogos anteriores. A tonalidade está mais escura e simples, mas não estraga a paisagem de nenhuma forma.

Os sprites dos personagens também receberam uma repaginada séria, deixando de ser os bonequinhos alegres de antes. Eles também se tornaram mais detalhados que antes. Você pode ver as roupas muito mais desenhadas, E como já esperado, os monstros continuam com uma ótima arte gráfica, mas seus sprites se tornaram melhores, o que os fez perder um pouco do detalhismo.

Não só eles se tornaram menores, como os personagens também perderam as animações de batalha. Assim como no primeiro jogo, você só vê uma linha passando pelos monstros simbolizando os ataques. Mas em compensação, o cenário de batalha voltou a ser variado e mudar de acordo com o ambiente, ao invés daquele cenário genérico que parecia mais um simulador de realidade virtual.

A trilha sonora, bom, também foi melhorada, mas perdeu um pouco do charme. Ela se tornou uma trilha genérica de RPGs, sem o encanto dos outros jogos.

E já que toquei no assunto,permitam-me ressaltar um certo detalhe. Aqui em PS3, a série perdeu seu toque de ficção científica e isso é uma das maiores reclamações dos fãs. Geralmente, procuro não julgar algo pelo que falam dele, preferindo vê-lo com meus olhos, mas darei crédito aos fãs chatos dessa vez. Essa mistura de futurismo e magia foi um dos grandes destaques da série e, mesmo que PS3 tenha certos traços de ficção científica, como androides, não é a mesma coisa.

Enfim, chega de reclamar da aparência. Vamos a estrutura do jogo, que inclui uma das melhores sacadas que já vi.


O jogabilidade não mudou praticamente nada. A história continua progressiva e o sistema de batalha continua praticamente o mesmo de PS2, mas com uma adição.

Assim como em PS2, você pode deixar o computador lutar sozinho ou programar os comandos pra ele lutar sozinho. Mas aqui, você pode fazer ele lutar sozinho ou por só um turno, mudando os comandos entre os turnos. Comandos que não mudaram nada, como ataque, defesa, magia e item.

Isso de certa forma, facilitou as batalhas, pois permite uma economia de tempo. Você pode curtir muito mais a história e o jogo, sem perder tempo com lutas desnecessariamente longas.

De resto, nada de incomum em relação ao RPG. A não ser pelo sistema de gerações, um dos pontos fortes do jogo e motivo de destaque.

Quando Rhys resgata sua noiva Maya, você chega a um impasse interessante: você pode escolher com quem vai se casar. Você se casará com Maya, a desmemoriada de cabelo azul ou Lena, princesa de um reino vizinho que te acompanhou pela jornada de resgate?

Cada casamento gera um filho diferente, com aspectos diferentes, e cada filho parte em uma jornada diferente. Na verdade, é a mesma história, mas de pontos de vista diferentes. E cada filho pode chegar a um mesmo impasse, dando a possibilidade de quatro aventuras diferentes na terceira geração.

Entendeu? Suas escolhas aqui realmente influenciam seu futuro. Mesmo que seja a mesma história, vê-la sobre pontos de vista diferentes é uma grande experiência, que torna esse jogo ainda mais único.


Resumindo, é um bom RPG. Sim, tem a história de não se encaixar na continuidade nem ter muito futurismo presente, mas ainda acho que ele tem chance. Os gráficos são estupendos, a dificuldade é equilibrada e o sistema de gerações foi uma grande sacada, que não entendo por que ninguém copiou a ideia.

É, amigos, nossa jornada está no fim. Semana que vem, falaremos do último jogo da série original, e considerado um dos melhores RPGs da história.

Por hoje é só, pessoal!

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