sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Phantasy Star II


O fim dos anos 80 foi tumultuado.

Era a queda do socialismo, o mundo estava mudando de uma forma nunca vista antes. A Guerra Fria acabou, com uma vitória de lavada dos Estados Unidos. Mas é pra essas coisas que servem a aula de história. Esse momento histórico não tem vez aqui.

Só uma coisa desse período importa pra nós: o lançamento do Mega Drive. A Sega, querendo competir com o NES, que era um fenômeno na época, e o TurboGrafx-16 (mais informações mês que vem) decide lançar seu console da geração 16-Bits. Com seus incríveis ports de arcades, que a Sega tinha um certo domínio, ele chegou pra arregaçar com o mercado e complicar a vida de Miyamoto & Cia. Muitas das franquias famosas da Sega, como Sonic, surgiram, enquanto muitas outras, como Alex Kidd, migraram pra geração seguinte. Phantasy Star é do segundo grupo.

Phantasy Star II foi lançado pela Sega em 1989 para o Mega Drive. O jogo é uma continuação direta do primeiro e um dos primeiros jogos da vida do console. É também um dos RPGs mais aclamados da própria série e da história dos games em geral, só perdendo em popularidade para o PS IV, mas aí já é outra história.

Vamos focar no que interessa, o segundo capítulo dessa lenda.


A sequência se passa mil anos depois do jogo original. Muita coisa mudou depois que Alis e seus companheiros arruinaram a vida de Lassic e derrotaram Dark Falz (o correto é Dark Force, mas esse foi o nome usado no original, e acho ele muito mais legal que o verdadeiro), o terrível mal por trás de todos os problemas.

Lembram-se de Motavia (aqui chamado de Mota), o planeta desértico e praticamente sem vida? Pois bem, ele se tornou um verdadeiro paraíso, cheio de vida por todo o lado, graças a tecnologia. A criação do super-computador Mother Brain foi a chave dessa nova era. Ele é responsável por tudo que acontece em Motavia, controlando o clima, as plantações, o desenvolvimento dos animais... enfim, ele é praticamente o coração do planeta.

Tava tudo na maior paz, até que PÁ!! Aberrações monstruosas e que não pertencem ao ecossistema começaram a pipocar por todo o planeta. O governo não sabe o que fazer, e acham que pode ser culpa da Mother Brain, já que ela é a responsável por toda a vida no planeta. Mas por que ela estaria fazendo isso...?

O protagonista aqui é Rolf, um hunter, nome dado a guerreiros mercenários, que são designados a várias tarefas. Ele recebe a missão de investigar o que raios está gerando os monstros e o que está acontecendo com o planeta. Junto com Nei, um numan, híbrido de humano e animal, ele parte em busca de respostas, sem nem imaginar o que o aguradava.

Agora, você possui muito mais aliados, sete pra ser exato. Você será acompanhado por Nei, a já citada numan, Rudo, sucessor espiritual de Odin, Amy, A típica curadora, Hugh, o biólogo lutador e útil na luta contra os biomonstros, Anna, a caçadora de recompensas, Josh, o mecânico especializado em destruir e Shir, a ladra do grupo.

O vilão aqui, obviamente, é Mother Brain. Mas tem outro ser por trás, um mal muito maior, que deveria ter sido destruído a mil anos...


Como ouve um salto de gerações de consoles, uma melhoria era inevitável.

Os gráficos foram muito melhorados. As cidades estão bem maiores e há muito mais prédios, muitos deles servindo de cenário, não podendo ser acessados. É a primeira vez que eu vi algo do tipo. O overworld também foi melhorado, assim como os dungeons

Os personagens também sofreram melhorias.O Mega, por ser mais potente, permitiu a possibilidade o uso de sprites maiores, o que garantiu mais detalhes nos personagens. Não só isso, agora eles possuem animações de batalha. Durante os comandos, você os vê de costas, enquanto eles encaram os monstros. Depois que os comandos são dados, você vê eles atacando os inimigos. Pode não parecer muita coisa, mas em relação ao primeiro, é uma bela melhora. Os monstros continuam incrivelmente bem detalhados, como de costume.

Os dungeons sofreram uma baita mudança. Agora, eles não são mais e, primeira pessoa. Eles se tornaram dungeons de vista superior mesmo, como visto em diversos JRGs, como Dragon Quest. Os cenários de batalha sofreram um certo retrocesso. Ao contrário de PS I, que tinha um cenário pra cada ambiente, agora ele se tornou um cenário genérico, sendo o mesmo até pro chefe final.

A trilha sonora também foi muito melhorada. Obviamente, O Mega possui uma placa de som melhor, garantindo aquele upgrade legal nas músicas. Há também um maior repertório em relação ao primeiro jogo. A trilha condiz bem com o jogo. Como ele possui uma ambientação mais negra, por assim dizer, as músicas não tem muita animação, mas também não te fazem chorar.

O enredo aqui sofreu uma bela melhora. Há muito mais desenvolvimento de personagens aqui, já que todos eles possuem algo contra a Mother Brain, uns mais ligados a ela do que outros. O sonho de Rolf no começo do jogo já dá uma ideia de que eles já estavam destinados a algo grande. Só um lerdo não perceberia que a batalha em seu pesadelo é o conflito final entre Alis e Dark Falz.


Vamos a mecânica das batalhas, um dos aspectos mais aclamados e queridos do jogo.

Existem duas opções aqui: Fght (fight, luta) e Stgy (strategy, estratégia). Os personagens já começam a batalha com comandos pré-determinados, geralmente ataque. Personagens de nível mais baixo ou sem equipamento começam com defesa.

Ao selecionar Fght, os personagens atacam sozinhos, seguindo os comandos escolhidos. Ao selecionar Stgy, você pode escolher entre Ordr (order, ordem) e Run (correr). Se for em Ordr, você pode selecionar a ação de cada personagem, que pode ser ataque, defesa, magia e item, nada além do convencional. Se for em Run, você foge da batalha.

Aí entra o diferencial do jogo. Ao contrário da maioria dos RPGs, em que você precisa escolher os comandos em cada turno, você pode escolher seus comandos e deixá-los assim por toda a batalha. É assim: você escolhe o comando que quer e pode deixar seu personagem usá-lo pelo resto da batalha. Mas não se preocupe, pois você pode escolher os comandos pra cada rodada. O elemento estratégia não é prejudicado aqui.

E antes que alguém pergunte, você não pode mais falar com os monstros. A opção Talk foi tirada do jogo e nunca mais foi usada nas sequências.

Mas, assim como o sistema de batalha foi melhorado, a dificuldade foi piorada. Você não encara mais quatro ou cinco batalhas consecutivas, o que te dá uma falsa sensação de alívio. Em compensação, as chances de fugir de uma batalha se tornaram bem menores. Isso sem falar na necessidade de muito grinding. Como todo personagem novo entra no grupo com nível 1, você precisa evoluí-lo de forma decente, pra que ele não morra de primeira. E a necessidade de evoluir se torna maior no decorrer do jogo.

E só pra encerrar. Lembra que citei que tem uma ladra no grupo? Pois então, se você entrar com ela nas lojas, ela pode roubar diversos itens, alguns impossíveis de se obter comprando normalmente. Mas você precisa deixá-la e reencontrá-la na sua casa, para conseguir o item especial.


Phantasy Star II possui tudo de bom do primeiro, com uns detalhes a mais. A dificuldade foi incrementada, mas a história melhorada e cheia de reviravoltas, junto com a repaginada gráfica o tornam um excelente RPG. Não é a toa que ele sempre aparece em listas de melhores jogos, quase sempre no topo.

Ah, e assim como primeiro jogo, ele também recebeu uma tradução pela Tec Toy. Suas sequências também.

A seguir: por que imitar a série Zelda nem sempre é uma boa ideia. E não tem a ver com a jogabilidade.

Por hoje é só, pessoal!

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