domingo, 27 de janeiro de 2019

Streets of Rage 3


E vamos terminar esse mês com o (aparente) fim de uma das aventuras mais briguentas e gloriosas da história dos 16-bits. É hora de mostrar uma vez por todas que a justiça sempre ganha e que o crime não compensa.

Streets of Rage 3 foi desenvolvido e publicado pela Sega em 1994 para o Mega Drive. Apesar de basicamente melhorar e expandir ainda mais a série do que o jogo anterior, com uma história mais complexa, um elenco expandido e uma jogabilidade refinadíssima, uma falha crucial o impediu de superar SoR 2 como deveria, apesar de ainda ser um enorme sucesso.

É hora de andar pelas Ruas da Raiva uma última vez.


O jogo se passa um tempo depois do jogo e Gotham (vejam o texto do jogo anterior) parece estar finalmente tranquila e livre de problemas com o crime. Mas uma organização tão maligna quanto o Sindicato não desiste tão fácil e logo um plano digno de um episódio de Além da Imaginação é construído: substituir os oficiais de alto escalão da cidade por robôs subordinados a Mr. X, dando controle total das instituições para o crime organizado. Os criminosos esconderam bombas pela cidade, cuja destruição resultante seria mais que o bastante para distrair a polícia e garantir que as trocas ocorram sem problemas.

Mas eles não contavam com a presença de Dr. Zan, um cientista ciborgue, que descobre os planos do grupo e pede ajuda a Blaze Fielding, professora vigilante. Ela entra em contato com Axel Stone e Adam Hunter, que não pode comparecer devido a confusão e envia seu irmão Skate, e os quatro se juntam para impedir os planos dos vilões uma última vez.

Entretanto, essa história só é válida se você jogou a versão americana do jogo. A versão japonesa do jogo é focada na substância explosiva Raxine, que é descoberta pelo Dr. Zan mas que explode no meio da cidade, causando a morte de milhares de pessoas. Ao contrário de robôs dominando a cidade. Mr. X planeja usar Raxine e o sequestro de um general (na versão americana, é o chefe de polícia) para causar uma guerra mundial, o que mostra que suas ambições mudaram muito depois de tantas derrotas.

Um dos extras do jogo são personagens secretos, acessados através de códigos e hacks. Shiva, o braço-direito de Mr. X no jogo anterior, pode ser destravado através de uma sequência de botões. Roo, um canguru com luvas de boxe, pode ser destravado de dois jeitos: deixando ele viver na luta com ele e seu domador, ou com outro código no menu de seleção. Um dos chefes e o terceiro personagem secreto, Ash, foi removido da versão america por representar um estereótipo bem agressivo de homens homossexuais, mas ainda pode ser destravado através de hack.

Ao contrário dos outros jogos, SoR3 usa cutscenes pela primeira vez para contar a história, o que com certeza garante pontos a mais comigo. Apesar da discrepância, as alterações não são perceptíveis, e eu mesmo só descobri que tinha diferença ao pesquisar mais sobre o jogo.


A beleza desse jogo mostra que o fim dessa saga (até o momento) teve todo o esmero que conhecia.

O visual de quase todos personagens mudou para o melhor, apesar do sprite um pouc reduzido. Skate não deixou a regata de lado, mas comprou uma camisa pra complementar, além de patins menores, enquanto Axel jogou fora a camisa branca e o jeans azul por uma combinação de amarelo e preto. Infelizmente, Blaze parece estar usando uma roupa ainda menor do que a do jogo anterior. O estreante Dr. Zan, por ser quase todo robô, usa apenas uma calça, o que faz sentido, já que robôs não se importam com roupas, mas ciborgues sim. Os inimigos foram basicamente remasterizados, há apenas um acréscimo nos detalhes.

A trilha sonora merece um destaque especial, por estar a frente do seu tempo. Continua parecendo a trilha de uma balada, mas agora é muito mais carregado na influência eletrônica, e fãs de chiptune como eu vão se amarrar. Entretanto, o único tema que se manteve foi o do fim de fase.

E pela primeira vez, consegui entender a dublagem do jogo!


Se o segundo jogo arrumou as deficiências do primeiro, o terceiro evoluiu tudo que o segundo tinha de melhor para o máximo. Como não há porque eu me repetir muito, vou focar apenas nas principais mudanças.

Os personagens seguem o mesmo esquema de estilos do primeiro, com Zan substituindo Max Thunder como o porradeiro. Você ainda tem que percorrer os cenários limpando os bandidos do seu caminho, seja com os ataques especiais ou com armas. Mas agora ambos possuem uma barra de energia própria. Os blitz, como são chamados os ataques especiais não drenam mais da barra de vida, tendo agora uma barrinha própria. Mas se você for impaciente e não conseguir esperar a energia do ataque encher, ele ainda drena um pouco da sua força.

As armas possuem um uso mais limitado, também com sua barra de força própria, mas também podem integrar ataques especiais. Os ataques mais simples continuam presentes, e os estágios podem ser tão agressivos quanto os inimigos, com suas armadilhas, como no primeiro jogo. Entretanto, Dr. Zan os transforma em bolas de energia ao pegá-los, e os personagens secretos não podem usá-los.

O único defeito real é a dificuldade. Provavelmente inspirado pelos jogos de fliperama, a dificuldade normal do jogo foi consideravelmente elevada, ficando mais difícil até do que o modo difícil da versão japonesa. E nem adianta mudar para o fácil, pois só dá progredir até o nível 5, e o jogo tem 7 níveis, prendendo o jogador em alguns dos finais ruins do jogo. O único jeito de fazer o final bom do jogo é com muito sofrimento e cumprindo requisitos simples, mas que são sabotados pela dificuldade.


Apesar da dificuldade estragar o jogo pra mim, longe de mim deixar de recomendá-lo. Se você gostou da história, nada mais justo do que buscar o encerramento. Mas também não vou te julgar se você preferir pular esse e esperar por Streets of Rage 4, que tem lançamento previsto para esse ano.

E com as pendências resolvidas, podemos voltar à programação normal. Dessa vez, decidi montar um planejamento e os próximos jogos não serão simples análises, mas referências da minha juventude, aquela época boa pra qual eu quero voltar toda vez que lembro quem é nosso presidente. E pra começar, mais um clássico do Mega Drive estrelado pelo ratinho mais querido dos cinco continentes, e que vai entrar em domínio público daqui a 5 anos!

Se vocês acham que ser iludido pela crush é ruim, imagina por um castelo.

Por hoje é só, pessoal!

sábado, 19 de janeiro de 2019

Streets of Rage 2


Por mais que seja divertido e interessante resolver o problema do crime organizado na porrada, um vilão criminoso de verdade não se deixa abater por vigilantes. Ele se esconde, ele planeja, e volta pior ainda do que antes.

Streets of Rage 2 foi desenvolvido por uma equipe conjunta de vários desenvolvedores e publicado pela Sega em 1992. Programa pela mesma equipe do jogo original, todas as melhoras na jogabilidade, que levaram para uma alteração das especificações do cartucho, fazem esse jogo ser considerado o melhor da série pelo público.

E devo admitir, o que me foi apresentado realmente me leva a concordar com essa animação. Mas vamos falar com calma sobre isso.


A história se passa um ano depois do primeiro jogo. Depois da derrota de Mr. X e do desmantelamento do Sindicato, o trio de heróis segue com sua vida: Axel Stone e Blaze Fielding se mudaram de Gotham (ao contrário de Final Fight, a cidade não ganhou nome, então vou chamar de Gotham porque REFERÊNCIA), com Axel trabalhando de guarda-costas e Blaze dando aulas de dança, enquanto Adam Hunter voltou para a polícia e vive com seu irmão mais novo, Eddie "Skate" Hunter.

Sim, o apelido dele era Skate.

Nada contra skates ou skatistas, mas acho que é possível conseguir um apelido, tanto dentro quanto fora da comunidade do esporte.

Mas um dia que tinha tudo para ser comum se torna uma tragédia quando Skate volta da escola e vê sua casa revirada de cabeça pra baixo e seu irmão desaparecido, com uma foto colada na porta, mostrando Adam acorrentado aos pés de Mr. X. O Sindicato está se refazendo, e os níveis de criminalidade estão piores do que nunca. Ao ver essa situação, Skate liga para Blaze pedindo ajuda.

Agora Axel e Blaze estão de volta, e com a ajuda de Skate e do lutador profissional Max Thunder, amigo de Axel que decide ajudar no resgate de Adam, eles andam as Ruas da Raiva mais uma vez, para limpar o crime na porrada, salvar o amigo e dar um aos planos do Mr. X de uma vez por todas.


Não é qualquer jogo que força seus produtores a expandir e melhorar as capacidades técnicas da mídia onde ele é colocado. E como vocês já perceberam, eu não sou o melhor na hora de avaliar os aspectos e visuais de um jogo. Mas se formos fazer um comparativo com o anterior, a melhora é clara e significativa.

Acho que o mais notável é que o jogo parece realmente uma adaptação de um arcade. Apesar da Sega ser uma das gigantes da época dos fliperamas, podendo se utilizar disso para atrair jovens para os prazeres de um Mega Drive com adaptações como Golden Axe e Strider, a série SoR é um conceito "original", feito para o console mesmo. Então mesmo que o design dos inimigos não mudaram tanto de fato, o nível de detalhes aumentou de um jeito que realmente parecem diferentes.

Do lado dos protagonistas, Axel não mudou praticamente nada, enquanto Blaze voltou com uma roupa ainda mais curta do que antes, o que, na real, é uma pena. Talvez lutar de minissaia e uma brusinha seja mais prático do que eu penso, mas seria muito melhor se eles tivessem expandido na ideia da jaqueta, como uma guerrilheira urbana. Dos novatos, Skate é o mais... inusitado, afinal ele é um recém adolescente com luvas de boxe e que, apesar do apelido, ele usa patins pra se locomover no cenário (não espere consistência dos anos 90), enquanto Max não precisa nem de camisa, uma calça collant azul com um relâmpago desenhado e uma sunga por cima é tudo que ele precisa.

E a trilha sonora desse jogo... uau. As músicas não tem muita coisa em comum e não sei exatamente se combinam com o cenário e com a situação em si, mas são músicas sensacionais. Elas não se acomodam no fundo dos seus ouvidos, elas chegam e fazem você se balançar, como você estivesse jogando numa boate. Há também a presença de dublagem como no primeiro jogo, não apenas para os gemidos de dor como para falas do personagens na hora dos ataques especiais. Infelizmente, as limitações técnicas as tornaram praticamente impossíveis de entender, mas sempre fico admirado pela iniciativa.

Pensar nisso me fez refletir como a Sega tentava inserir dublagem bem mais do que a Nintendo, provavelmente tentando criar um diferencial.


Streets of Rage felizmente pertence à lista de sequências que pegaram o que o original tinha de bom e melhorou ainda mais.

O básico ainda é o mesmo, mas os personagens são realmente diferentes uns dos outros. São quatro personagens com estilos de lutas diferentes, com Axel focado nos punhos, Blaze usando técnicas de artes marciais, Skate se aproveita de sua agilidade e velocidade pra compensar a falta de força (ele ainda está na escola, pelo amor de Deus) e Max substitui Adam como o fortão, sendo mais lento mas com mais força no soco entre os quatro.

Todos eles possuem técnicas especiais de dois tipos relacionadas a seu estilo de luta: uma que não consome energia da barra de vida, que é bem eficiente e pode ser executada apertando o direcional duas vezes antes do botão de ataque, e outra que gasta energia da barra de vida, mas é executada com um botão específico e causa bastante dano. Cada estilo tem seus prós e contras e tudo depende do qual você se sente mais confortável ou acha que vai ser mais efetivo, dando uma dificuldade justa e uma camada extra de desafio.

No meu caso, eu escolhi a Blaze, por ela ser a mais equilibrada mas ainda ter um pouco da agilidade do primeiro jogo, além de ter um quase-hadouken que manda todos pra longe e pode ajudar na hora do aperto.

As armas também voltaram, melhoradas e mortíferas. A faca agora pode ser atirada de propósito, mas causa menos dano desse jeito, assim como a kunai, e o taco de beisebol foi substituído por uma katana, que é a arma mais eficiente e uma preciosidade que deve durar o máximo possível.

E ao contrário do jogo anterior (e do seguinte também), SoR 2 não tem finais múltiplos, sua única missão é se vingar do Mr. X e salvar Adam.


Apesar de mais melhorias chegarem na sequência é um jogo equilibrado e divertido, com certeza o melhor beat'em up do Mega Drive e uma adição válida pra qualquer coleção, seja como cartucho, seja como parte de uma dessas coletâneas nostálgicas. E apesar de ser uma opinião polêmica, gostei muito mais desse jogo do que de Final Fight 2.

A paz foi alcançada e o crime perdeu mais uma vez. Será que dessa vez é pra valer?

Como já falei que essa série é uma trilogia, todos vocês já sabem que não. Então aguardem a conclusão da saga de Blaze & Amigos (já que ela é a verdadeira protagonista pra mim) na próxima semana.

Por hoje é só, pessoal!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Streets of Rage


E continuamos o mês das pendências com o começo de uma baita trilogia.

Eu não entendo o Complexo de Batman desses personagens, Até entendo a vontade de viver em uma cidade pacífica e tranquila, mas se você não tem uma fortuna, uma mansão enorme, um mordomo altamente fiel e um ajudante mirim, destruir máfias na porrada não é recomendável.

Pena que não avisaram isso a esses três.

Streets of Rage (Bare Knuckle, no Japão) é um beat-em'-up lançado pela Sega em 1991 para o Genesis/Mega Drive. O jogo é o primeiro da trilogia Streets of Rage e fez enorme sucesso, se tornando um dos mais vendidos do console. Além disso, recebeu uma adaptação em quadrinhos escrita por ninguém menos que Mark Miller, autor de Kick-Ass, The Authority e Ultimate X-Men. Acho que já deu pra sentir o nível.

Preparem-se, meus caros, pois é hora de enfrentar as RUAS DA FÚRIA!!


O jogo se passa num cidade sem nome, que um dia foi pacífica e tranquila até cair nas mãos de um sindicato do crime, liderado pelo terrível Mr. X. Em pouco tempo, eles alastraram sua influência pela cidade, absorvendo inclusive o próprio governo e as forças policiais.

Três policiais, porém, não foram contaminados pela corrupção e tentaram diversas vezes montar uma força policial para combater o sindicato, mas sempre foram impedidos por seus superiores, que foram comprados pela organização ou tinham medo demais para contra-atacar. Cansados, os três resolveram largar mão da polícia e saíram da corporação.

Agora, Adam Hunter, Axel Stone e Blaze Fielding, armados somente de suas habilidades de luta e senso de justiça, eles estão decididos a limpar o crime da cidade, para que os cidadãos possam dormir em paza e não precisem mais andar pelas RUAS DA FÚRIA!!

Os três são auxiliados pelo Back-Up Enforcer, o último policial decente na força, que se aliou secretamente aos três e providencia suporte durante o ataque especial (falarei sobre isso lá na frente), além de aparecer durante os créditos. O principal antagonista é o Mr. X, cuja verdadeira identidade é desconhecida, sendo ele um típico chefe do crime em games, maligno, inescrupuloso e inteligente, tanto que no fim do jogo, ele vai dar o jogador a chance de mudar tudo... Os capangas são bem clássicos, não vão muito além das motivações de poder, dinheiro e sacanagem sem fim.

Vamos ver agora se as RUAS DE FÚRIA fazem jus às arrecadações fiscais.


E devo dizer, o imposto é bem investido.

Não sei se deixo transparecer, mas prefiro a capacidade gráfica do SNES ao invés da do Mega Drive. Entretanto, porém, todavia, eu tenho uma afinidade nostálgica com o Mega Drive e devo dizer, Streets of Rage se sai melhor do que a maioria.

A cidade é extasiante. Assim como em Final Fight, você consegue ver claramente que a cidade está dominada pelo crime em cada banco. Sabe Detroid no filme do Robocop? É exatamente como aquilo, a ideia desse tipo de enredo é mostrar como a cidade está decaída.

Os personagens são bem distintos um dos outros. Axel é mais musculoso que Adam, que por sua vez, é levemente mais alto e magro, porém ainda malhado, e Blaze é uma mulher meio musculosa, mas sem ser bombada, apenas mostrando que rola uma malhação legal. Os capangas são um pouco diferenciados e vem nas mais diversas formas, incluindo mulheres sado-masoquistas, malabaristas piromaníacos, lutadores profissionais e até mesmo robôs! E entre os chefes, estão incluídos versões piratas do Capitão Bumerangue e do Wolverine, um chinês estereotipado cuspidor de fogo e os melhores lutadores profissionais que o dinheiro sujo pode comprar.

Os efeitos dos ataques são muito bem executados e a animação é excelente. Claro que há a eventual chance da tela onde você está se tornar uma zona, mas felizmente, não há uma sobrecarga de inimigos e a luta é justa, além de você poder curtir cada detalhe. E ao menos, não há nenhuma "dublagem" clássica do Mega Drive no jogo, o que já é um alívio aos ouvidos.

A música é simplesmente fantástica. É empolgante, combina com a ação e ainda ajuda na ambientação. O tema principal certamente vai grudar na sua cabeça e você vai querer baixar pra ouvir sempre. É considerada uma das melhores trilhas da história, chegando ao ponto de ser chamada à frente de seu tempo devido ao seu uso de música house e hip hop.

Mas aposto que você quer saber: como andar pelas RUAS DA FÚRIA?


Se você já conhece meu trabalho (ou o universo dos games) a um tempo. Você já sabe como funciona. Sua missão é limpar as ruas um trecho de cada vez, surrando o máximo de bandidos que puder encontrar pelo caminho. São 8 rounds (como são chamadas as fases) e em todos, menos um, é necessário derrotar um chefe de fase para concluí-la. 

Cada um dos personagens luta do seu jeito: Axel é equilibrado, mas não tem muita agilidade, enquanto Adam é pesado e bate forte e Blaze é rápida no pulo mas precisa trabalhar um pouco mais pra derrubar alguém. Além dos seus próprios punhos, existem armas espalhadas por todas as fases, que garantem aquele dano extra na hora do aperto. Caso sua barra de vida esteja baixa, você pode achar comida espalhada pelo cenário, e se a tela estiver cheia demais, você pode contar com a ajuda de seus colegas policias, que chegam atirando e quebrando tudo com uma viatura. Só dá pra invocá-los uma vez a cada round ou vida, mas também há carrinhos de polícia escondidos que podem virar especiais extras.

Entretanto, uma coisa que se pode dizer de Mr. X é que ele não é um pouco acanhado. Antes da batalha final, ele oferece ao protagonista que você escolheu a oportunidade de ser o braço-direito dele na organização criminosa. E se você estiver jogando no modo co-op e um de vocês escolher "sim", não rola apenas uma luta até a morte, mas o sobrevivente pode se tornar o novo chefe do mal no pior final possível.

Levando em conta os problemas da polícia com corrupção, achei ousado abrirem essa possibilidade.


Streets of Rage é um clássico, no mais puro sentido da palavra. É uma pérola preciosa da biblioteca do Mega Drive, e seu sucesso rendeu mais duas sequências, que continuam a contar a história da luta dessas bravas pessoas da lei contra Mr. X e seus capangas malucos. Posso falar com tranquilidade que se você quiser um jogo de qualidade pra matar tempo nessa época de férias, SoR é a melhor pedida.

Mas a luta contra o cirme é uma luta sem fim. E vilão de videogame é que nem praga: não importa o que você faça, sempre dá um jeito de voltar. As ruas dessa cidade não conhecerão calma tão cedo, e nossos amigos ainda tem muitos vilões para surrar na continuação.

Por hoje é só, pessoal!

sábado, 5 de janeiro de 2019

Venom/Spider-Man: Separation Anxiety


2019 começou e é hora de uma continuação!

A anos atrás, prometi que falaria de dois jogos do Homem-Aranha: Maximum Carnage e Separation Anxiety. A ideia era falar em um seguido do outro, mas a minha vida virou um turbilhão de fortes emoções e não consegui concluir do jeito que queria, com uma diferença de 7 FUCKING ANOS (so sorry) entre os textos. Entretanto, decidi voltar pro blog em definitivo e vou concluir as pendências, a começar por esta.

Venom/Spider-Man: Separation Anxiety é um beat-em'-up produzido pela Acclaim e lançado para SNES e Mega Drive em 1995 e é a continuação direta de Maximum Carnage. Assim como o antecessor, é baseado no arco homônimo de histórias dos quadrinhos, apesar de ser mais parecido com outro arco, Lethal Protector. Entretanto, ele acabou não chamando tanta atenção, apesar de ainda ser considerado um excelente jogo.

Preparem seus lançadores de teia, pois vamos explorar mais um jogo do cabeça de teia.


Pois bem, vamos ir mais a fundo nessa história.

Uma organização chamada Life Foundation teve acesso ao simbionte original e extraiu dele cinco "sementes", que se transformaram em cinco novos simbiontes. Esses simbiontes se uniram a cinco soldados voluntários, que serviriam para proteger o abrigo anti-nuclear que eles estavam construindo para seus ricos clientes.

Em Lethal Protector, Eddie Brock tenta se livrar de sua vida de crime, mas o pai de uma de suas vítimas cria um grupo de mercenários, chamados de O Júri para matá-lo, e ele acaba pedindo ajuda a seu inimigo, o Homem-Aranha, que acaba encontrando os simbiontes da Life Foundation. E em Separation Anxiety, os mesmos simbiontes da Life Foundation procuram Eddie Brock para que ele possa ajudá-los a controlar seus simbiontes.

O enredo não é necessariamente uma fusão dessas histórias, mas pega elementos de ambas com uma nova justificativa de que Venom está indo atrás de seus filhos para que eles se juntem a ele de novo, pois ele está sofrendo... ansiedade de separação.

Além do Homem-Aranha, do Venom, dos filhos do simbiontes e do Júri, há também o retorno de Carnificina, que está sedendo de vingança, e também da participação de outros heróis, como Capitão América, Motoqueiro Fantasma, Gavião Arqueiro e Demolidor.


Em comparação ao jogo anterior, os gráficos melhoraram muito.

Os gráficos ainda tentam passar um clima cartunesco, similar aos gibis, porém eles estão muito mais definidos e bem desenhados, e sem dúvida melhores que o antecessor (imagino que tenha sido pelo não-envolvimento da LJN, mas não quero bancar o chato). Apesar disso, a estética "quadrinística" foi mantida, o que foi uma ótima decisão

Os cenários são muito mais elaborados e detalhados, além de serem divertidos de explorar com as habilidades de ambos os heróis. Os capangas são genéricos e até sem rosto, mas cumprem seu papel de saco de pancadas dos heróis (mesmo revidando bastante), que felizmente tem um design simples e fácil de adaptar para o jogo.

A música é sensacional e merece nota 10, é uma baita trilha pra se ouvir enquanto você toma uma porrada dos vilões (e você vai tomar), além de ser carregadíssima de puro anos 90, com direito a vozes fazendo sonorização da música na introdução, gritinhos e uma vibe meio hip-hop leve comercializável, que só o começo daquela década poderia nos oferecer.


Se você já jogou o primeiro jogo, a jogabilidade é literalmente a mesma, apesar de você poder ter a opção de escolher entre o Amigão da Vizinhança e o Protetor Letal dessa vez, ao invés de um ser automaticamente o jogador 1 e o outro ser o jogador 2.

O esquema é o mesmo: Homem-Aranha é mais ágil e rápido, enquanto Venom é mais bruto e forte. Você pode usar sua teia como escudo ou lançá-la como tiros para imobilizar o inimigo ou como corda para puxá-lo pra perto de você. Ambos também podem escalar os prédios do cenário para desviar e se posicionar melhor no cenário e balançar com as teias para se movimentar mais rápido e de forma mais ampla. Os itens especiais para convocar outros heróis também voltaram, apesar de ter menos opções dessa vez: Capitão América, Motoqueiro Fantasma, Gavião Arqueiro e Demolidor.

Entretanto, notei um aumento na dificuldade entre os dois jogos. Talvez pela barra de vida ser menor do que em outros jogos, mas já nas primeiras telas acabei perdendo uma vida e nem percebi que estava apanhando tanto. Talvez eu esteja enferrujado, mas fiquem bem atentos.


Se você é fã de alguns dos personagens ou busca algo divertido pra você, então vai se dar bem com esse jogo. Infelizmente, não há muitos motivos pra jogá-lo além disso, e existem jogos do gênero pro SNES, inclusive com super-heróis, muito melhores no mercado.

Peço perdão pelo texto não ter a mesma qualidade de antes. Esse artigo serviu apenas como forma de encerrar esse capítulo no blog e cumprir a promessa que vez, que é meio o tema desse mês. Durante as próximas, vou falar sobre uma trilogia de jogos que estava guardada pro mês do aniversário, mas que pelos mesmos motivos não consegui concluir.

A corrupção toma conta das ruas, e para combater esse nível de crime, só mesmo com fúria justa.

Por hoje é só, pessoal!