sexta-feira, 27 de abril de 2012

Super Mario RPG - Legend of the Seven Stars


Não importa sua idade, sua terra natal, sua raça, sua fé, seu jeito de se vestir. Você certamente conhece o Mario.

Justamente por isso não farei uma longa introdução dessa vez. Mas se você conhece o Mario, sabe o quanto ele pode ser versátil, podendo protagonizar jogos dos mais diversos. Apesar disso, há certos tipos de jogos que simplesmente não com a temática colorida e alegre da série.

RPG não é um deles. Junto com a Square, a Nintendo decidiu criar uma nova maneira de se contar as aventuras de um encanador italiano. Agora não era apenas salvar a princesa, mas sim os sonhos do mundo inteiro.

Super Mario RPG - Legend of the Seven Stars é o resultado dessa parceria. Lançado em 1996, durante a, como eu gosto de chamar, época de ouro da Square, foi um dos últimos jogos lançados para um console da Nintendo, pouco tempo antes das empresas cortarem relações por um bom tempo. O jogo é simplesmente incrível, e foi aclamado pelos gráficos 3D e o humor.

Pois bem, vamos reconstruir a Estrada Estelar.


Esta aventura começa como todas as outras. Bowser resgata a princesa Peach (apesar dela ainda se chamar Toadstool na hora, manterei o nome atual por que sim) e Mario parte para salvá-la. E assim como todas as outras, ele derrota o mal e espanta o temporal.

Mas ao contrário de todas as outras, uma espada gigante cai do céu e se finca no castelo de Bowser. Todos são arremessados pra longe e, com a princesa em perigo novamente, Mario parte para salvá-la. Mas como eu disse antes, essa jornada se tornará muito maior que isso.

Essa espada possui um dono, Smithy, um ferreiro cibernético de outra dimensão que veio para conquistar nosso mundo. E para facilitar sua conquista, ele destruiu a Star Road, a estrada responsável por tornar os desejos em realidade, e acabou a repartindo em sete Star Pieces, que ficaram espalhados pelo Mundo do Cogumelo.

Mario, junto com Mallow, um garoto-nuvem que pensa que é um sapo, Geno, um espírito estelar com a missão de encontrar as Star Pieces que possuiu um boneco de madeira, Bowser (sim, ele mesmo), que quer seu castelo de volta do exército de Smithy e Peach, que quer se aventurar por que sim, decidem partir nessa jornada para encontrar as Star Pieces e reconstruir a Star Road.

Claro que isso não será fácil, pois os servos de Smithy estarão dispostos a impedir a busca dos heróis, com direito a paródia de Power Rangers, dragões-zumbis, robôs de todos os tipos e paródias da série Final Fantasy, mas não podemos nos esquecer dos inimigos clássicos, como Goombas, Koopas, Shy-Guys e Bob-Ombs.

E você achando que Super Mario tinha enredos fraquinhos e bobos. É sempre produtivo quebrar a cara.


A parte visual do jogo é simplesmente uau.

Sim, uau mesmo.

Antes de mais nada, os gráficos são 3D. Pode não significar nada numa época de jogos HD e tal, mas na época em que foi lançado, foi um estrondo, e é comentado até hoje, sendo considerado um dos pontos fortes do jogo.

Os cenários do jogo são todos renderizados, ou seja, foram modelados fora dos dados do jogo e então fixado nas versões finais (se eu tiver errado, por favor me corrijam). Partes extras do cenário, como colunas e escadas com técnicas avançadas de computação. Técnicas especiais de iluminação e sombreamento foram usadas para reforçar ainda mais o efeito 3D.

Os personagens também estão todos em 3D, com direito a sombra e tudo. Eles parecem aqueles bonequinhos em miniatura, daqueles de colecionador mesmo, o que eu acho impressionante. O visual dos personagens clássicos foi fielmente reproduzido, afinal não faria sentido mudar nada, e os novos também não deixam nada a deseja. Os monstros também são muito bem feitos, tanto dentro quanto fora da batalha. Dá até gosto de ver os detalhes dos monstros e chefes gigantes.

A trilha somora é epicamente épica. Ela é de autoria de Yoko Shimomura, que já havia composto para jogos como Final Fight, Street Fighter II e Breath of Fire e que viria a compôr para a série Mana e a série Kingdom Hearts, uma de minha favoritas. As músicas transmitem o clima alegre e animado do mundo de Mario, e mesmo quando o jogo chega em seus momentos sérios, elas não ficam melancólicas ou tristes demais, afinal tristeza não combina com os jogos do italiano. Uma das faixas mais conhecidas é Forest Maze, que toca durante as andanças pela floresta. É, sem dúvida, um trabalho excepcional.

E não podemos nos esquecer dos Easter Eggs. Pra quem não sabe, são referências secretas escondidas pelo cenário, podendo estar escancaradas e você não viu, ou então só podem ser vistas pelos mais observadores. Por exemplo, em certos Inns do jogo, você pode dar de cara com Samus Aran hospedada. Ou até o clássico truque da Booster Tower, em que Mario fica na versão 8-bits por alguns segundos.


O jogo é um clássico RPG em alguns aspectos, sem perder o charme dos pulos da série Mario.

O mundo não é exatamente aberto como a maioria dos RPGs. Na verdade, são diversas áreas interligadas, que variam de florestas a até mesmo esgotos, com cidades de toupeiras e um reino nas nuvens jogado na mistura toda. Não podemos nos esquecer de lugares clássicos, como o castelo de Bowser, tomado pelo exército de Smithy no começo do jogo e a capital do Reino do Cogumelo, que não tem nome na verdade. Pra falar a verdade, a disposição dos locais é semelhante aos mundos dos jogos do Mario, sendo referenciados assim nos guias oficiais do jogo.

Fora das batalhas, há alguns elementos de plataforma vindos diretamente da série, como os famosos blocos ?, nos quais você pode achar diversos itens. Alguns estão até escondidos, e rendem itens mais valiosos. Muitos obstáculos também só podem ser superados com o pulo, como inimigos mesmo por exemplo. Como a visão do jogo é isométrica, você pode demorar a se acostumar um pouco, mas creio que não há muito com o que se preocupar.

As batalhas são opcionais. Você vê sprites de tamanho normal dos inimigos e vai até eles. Assim que você encosta nele, a batalha começa automaticamente. Dentro das batalhas, o jogo tem o melhor dos RPGs da Square. As batalhas são por turnos, e você pode lutar com três personagens do seu lado, mesmo com cinco personagens no grupo. Você possui ações básicas como atacar, usar itens, técnicas especiais e fugir. Cada botão do joystick dá acesso a uma das opções, e isso é bem prático.

O diferencial do jogo é como eles conseguiram adaptar tudo para o universo Mario. Poções viraram cogumelos, espadas viraram martelos e monstros se tornaram goombas e koopas. Você pode usar cascos de tartaruga e panelas como armas, armaduras podem ser calças e capas de boneco e você tem que passar por novos e velhos inimigos para derrotar o mal.

Até as técnicas especiais são totalmente ligadas ao universo do jogo e aos próprios personagens. Mario usa super-pulos e bolas de fogo, Mallow controla o clima, Geno usa magias estelares, Peach tinha técnicas de cura e Bowser podia invocar seus servos para atacar e causar status nos inimigos. E apertando o botão Y na hora certa, o ataque ficava mais forte, até dobrando o dano. Um ataque especial do Geno pode infligir até dano máximo de 9999.


Sim, unir Mario e RPG foi possível. Não só possível, como fantasticamente bem feito e incrível. A Square e a Nintendo criaram juntos um dos maiores clássicos de toda a série, sendo referenciado em futuros jogos, mesmo que muitos personagens não tenham aparecido muito depois. E ao mostrar que essa combinação é possível, inspirou outras duas séries, muito queridas pelo público: a série Paper Mario e a série Mario & Luigi.

E pra continuar esse mês incrivel, amanhã é hora de um RPG mais... contemporâneo.

Por hoje é só, pessoal!

Um comentário:

  1. Este jogo tem nada de 3D, amigo. São sim gráficos em 2D trabalhados em estação gráfica, da mesma forma que foram os Donkey Kongs do console.

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