sexta-feira, 20 de abril de 2012

Breath of Fire II


Adivinha quem está de volta?

Exatamente, eu mesmo, o grande, fantástico e teoricamente charmoso Retronista! Após anos da mais profunda meditação nas mais distantes montanhas distantes do Himalaia (pra vocês, pareceu semanas, pois treinei um pouco com o Kami-sama na Sala do Tempo), eu me tornei um blogueiro, melhor, mais forte, mais rápido e ainda mais esperto. Então percebi que a hora do retorno chegou.

Por quê agora? Pra você que me acompanha, em abril faz um ano que comecei a postar nessa coisa chamada blog. Devido a essa ocasião tão especial, falarei de cinco RPGs que me tornaram o gamer obcecado que sou hoje, a começar pela continuação do meu primeiro texto.

Breath of Fire II foi lançado pela Capcom em 1994 para o Super Nintendo, sem ajuda da SquareSoft dessa vez. O jogo é uma continuação direta de Breath of Fire, só que a história possui muito mais desenvolvimento narrativo e a carga emocional dela aumentou consideravelmente (leia-se: a história ficou bem mais trágica)

Pois bem, é hora de ver como ficou o mundo depois da épica batalha entre um dragão e uma deusa.


A história se passa 500 anos depois da original. O herói da vez é Ryu Bateson (não, não é coincidência), uma criança que vivia com sua irmã Yua e seu pai Ganer, um sacerdote de St. Eva. A mãe dele morreu após um ataque de demônios em seu vilarejo, que foi parado pelo sacrifício de um dragão. Após passar uma noite próximo a ele, Ryu percebe que todos os moradores não o reconhecem mais ou se lembram de sua família, então ele passa a noite na igreja, onde o sacerdote Padre Hulk. Lá ele conhece um outro órfão, Bow, com quem ele foge e dá de cara com um demônio, que o chama de "Criança Destinada".

10 anos depois, Ryu e Bow se tornaram mercenários, fazendo todos os tipos de tarefas por dinheiro. E é justamente após uma dessas tarefas que Bow é acusado de roubo e forçado a fugir da cidade. Ryu decide então partir numa jornada pra limpar o nome do amigo, mas acaba se envolvendo em um mistério.

Com a ajuda da menina-tigresa Katt, do musculoso tatu Rand Marks, do jovem soldado-macaco Sten, da princesa exilada por suas asas negras Nina Windia, do príncipe destronado Jean e do homem-planta Spar, o jovem Ryu se envolve em uma conspiração envolvendo demônios, a aclamada Igreja de St. Eva, sua identidade como um membro do clã dos Dragões, o resultado da batalha contra Tyr e seu próprio passado, que se amarram numa trama fantástica, bem-construída e com a incrível capacidade de arruinar seu dia.

E não podemos nos esquecer de Bleu, a feiticeira metade-humana metade-cobra do primeiro jogo, que está de volta como um personagem opcional, pronta pra varrer os inimigos com chão na base da magia.


O jogo evoluiu consideravelmente em relação ao seu antecessor na parte gráfica, mostrando que eles realmente estavam dispostos a fazer uma continuação superior ao original.

O mundo se tornou muito maior em relação a BoF. Nós não visitamos mais vilarejos debaixo d'água e nem fortalezas voadoras, mas em compensação, a jornada de Ryu o levará a montanhas, coliseus e até cidades subterrâneas, expandindo ainda mais esse fantástico mundo.

Os cenários e personagens voltaram ainda mais bem-feitos e detalhados, tanto no world map quanto nos cenários da batalha. Assim como em BoF, um passo para o lado pode mudar o cenário de batalha, mas agora, um detalhe ou outro pode mudar ao invés do cenário.

E em relação aos personagens, os sprites melhoraram, e na hora da batalha, os personagens aparecem em uma visão meio lateral, se percebe muito mais detalhes nas roupas e nos rostos dos personagens, ao contrário de BoF, em que se vê eles de costas. Como o tempo passou, os monstros mudaram completamente, mas ainda se vê um ou outro semelhante a um monstro do jogo anterior.

A trilha sonora, assim como seu antecessor, é fantástica. Aliás, é ainda mais incrível, como se tivessem pego  a trilha de BoF, eliminado todas as falhas, implantado implantes cibernéticos e colocado no jogo. Há uma faixa em particular, que começa a tocar depois que se descobre os poderes de dragão no overworld. Quem tiver jogado o primeiro, vai dar gritinhos histéricos de fã na hora.


Pois bem, chegou a hora de explicar a mecânica. E pelo amor de Ladon, que belíssima mecânica!

Olhando superficialmente, o jogo é um RPG comum. Você vai de um lado pro outro, cumprindo tarefas que podem te fazer avançar ou não na história. No decorrer do jogo, você vai aumentando de nível, aprendendo novas técnicas e magias, enquanto vai derrotando o grupo de vilões do jogo.

Você possui diversos comandos na hora da batalha, como atacar, usar magias e itens e correr. Com uma boa estratégia, você pode superar os maiores perrengues sem nenhum problema. Você pode melhorar seu arsenal juntando dinheiro ganho com batalhas ou com negociações de itens.

Pois bem, essa foi a casca da coisa. Vamos ver o recheio.

Assim como em BoF, cada personagem tem uma habilidade especial no world map. Ryu pode pescar em pontos especificos, Bow pode caçar, Jean pode se transformar em um sapo gigante e por aí vai. Mas na batalha, cade personagem também possui um comando especial e exclusivo de cada um, que pode fazer toda a diferença numa batalha apertada.

Uma outra novidade são os Shamans. No mundo do jogo, os shamans são uma raça, um Clã, que pode se fundir com membros de outros clãs, dando a eles novas habilidade. Durante o jogo, você pode recrutar diversos shamans para auxiliar seu grupo, pois a combinação certa de shamans pode melhorar os status dos seus personagens e aumentar seus poderes, até mudando seu comando especial.

Em relação ao desenvolvimento da cidade, agora você possui sua própria cidade! No começo do jogo, Ryu e Bow tem que se abrigar em uma cidade abandonada, que você pode reviver com a ajuda de diversos NPCs especiais, que podem gerar diversas formas para a cidade. E ela também tem um papel muito importante no final do jogo.

Final esse que pode vir em dois tipos. Se você recrutar as pessoas certas e vencer um chefe de forma especifica, você pode liberar o final bom. Senão... bom, já prepare os seus lenços, por que você vai chorar.

E por último, o Dragon's Tear. Esse objeto é um cristal que aparece no canto da tela, que te permite ver as emoções de todos os personagens, te ajudando a perceber quem é seu amigo e quem não é, te dando pistas ao decorrer da história.


Breath of Fire é incrível. Breath of Fire II é muuuuito incrível. É um belo jogo de fantasia, mas que lida com temas tão sérios como religião, o passado e a família, e mesmo assim, você mergulha de cabeça na história, se ligando aos personagens e a suas histórias. Não são muitos os jogos a fazer isso, principalmente numa época em que predominava os jogos simples e rasos. BoF é mais um expoente da transformação dos RPGs que estava acontecendo na época, e é sobre isso que eu quero tratar esse mês.

E na semana que vem: hora de mostrar que não é só de caça à princesa que vive o Mario.

Por hoje é só, pessoal!

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