Como o foco deste blog são jogos antigos, nunca tive a chance de falar muito sobre o 3D. Acho que Super Mario RPG é o único jogo com alguma forma de 3D real, mesmo que não exatamente avançado, sobre o qual falei no site. Mas assim como para a própria indústria, a chegada da tecnologia foi inevitável, e para este site não seria diferente. Então, decidi pegar um dos melhores exemplos possíveis, que também vem carregado de história
Donkey Kong Country foi um jogo desenvolvido pela Rare e publicado pela Nintendo em 1994 para o SNES. Além de servir como um revival para o personagem que surgiu junto com Mario, também serviu para mostrar que o Super Nintendo ainda podia render bastante em um mundo que estava conhecendo o PlayStation e as vantagens do CD. Também serviu como um revival da própria empresa, que não era ddesconhecida dos gamers, mas estava prestes a entrar na sua melhor fase.
A Disney não é a única que tenta redimir seus vilões com uma nova obra, a Nintendo já fazia isso antes de ser legal.
Agora é a parte que eu mais gosto, onde mostro que sou um pouquinho mais nerd que a maioria.
Donkey Kong foi originalmente um jogo de arcade de 1981, que não apenas serviu pra estreia do Mario, mas também de um dos primeiros vilões definidos da história dos jogos, Donkey Kong. Baseado em King Kong, ele era um gorila que sequestrava a namorada do protagonista (Jumpman, o primeiro nome de Mario) e que era o adversário em todas as fases. Mas apesar do gigantesco sucesso, o personagem parecia fadado a continuar nos velhos gabinetes, enquanto a estrela de Mario brilhava cada vez mais ao ganhar sua própria franquia.
É aí que entra a Rare, desenvolvedora britânica que fez muito sucesso no NES com a série Battletoads. A empresa investiu na compra de equipamento da Silicon Graphics para focar no desenvolvimento de jogos tridimensionais, o que a colocou na frente da concorrência. Esse trabalhou chamou a atenção da Nintendo, que comprou parte das ações da empresa, o que serviu para que ela ganhasse destaque dentro da empresa. A equipe pediu pelo personagem Donkey Kong e usou toda sua habilidade para lidar com a limitações da época e produzir a pérola da qual falaremos hoje.
A seção Wikipédia acaba por aqui, vou falar da história do jogo mesmo.
Antes de mais nada, o Donkey Kong desse jogo é o neto do Donkey Kong dos flípers, agora chamado de Cranky Kong. Enquanto o original curte a aposentadoria, seu neto é um herói tão capacitado que pode treinar aprendizes, como seu amigo Diddy Kong. Como parte do treinamento, Donkey deixa Diddy responsável por ficar de guarda e proteger seu estoque massivo de bananas até a meia-noite, quando ele seria liberado do serviço.
Entretanto, o nosso protagonista acorda no dia seguinte, tendo se esquecido totalmente de fazer isso. Ao chegar no seu depósito, ele descobre que foi roubado e seu amigo foi amarrado e colocado em um barril. Um bando de piratas crocodilos conhecidos como Kremlings, liderados pelo rei K. Rool, saqueou seu depósito, tomando Diddy de refém e levando todas as bananas. Ambos os kongs decidem ir unir forças e ir atrás dos kremlings, para recuperar as bananas e trazer paz para sua floresta.
Uma das marcas registradas dos jogos da Rare, e que aparece nesse jogo, é o humor. O maior exemplo disso é Cranky Kong, que está no jogo para te dar dicas, mas ele não deixa de dar bronca no seu neto, até mesmo quebrando a quarta parede.
As imagens que peguei não captam totalmente a qualidade do jogo, mas acreditem que ele é muito mais bonito do que parece.
A Rare não poupou esforços e tecnologia para fazer um jogo inovador na aparência. Mesmo comparando a jogos de CD que saíram pouco depois, o cartuchinho ainda sim foi capaz de muita coisa. Mesmo envelhecido, a identidade visual ainda conquista e se torna elemento de destaque, principalmente por ser única e não apenas derivada de alguma outra franquia clássica.
Os cenários, além de variados, foram pré-renderizados. ou seja, foram feitos com alta qualidade num computador e depois reduzidos e processados pra caber no cartucho, e isso inclui muitas das plataformas. A qualidade dessas imagens e da construção das florestas, cavernas e ruínas constrói um cenário simples, mas vasto e convidativo para a aventura e a exploração, que é um dos fatores essenciais do jogo.
Os sprites também são 3D, mas não são tão bonitos quanto o cenário, mas isso é puramente pelas limitações técnicas que deixaram as texturas estranhas. Por isso, prefiro vê-los como bonecos animados, ignorando qualquer tentativa de realismo. Os Kremlings não se tornaram icônicos a toa, se tornando os rivais ideais para DK, assim como os Koopas são para Mario, com suas escamas esverdeadas e olhos esbugalhados.
A trilha sonora é simplesmente um espetáculo. Uma mistura de sons ambientes, barulhos de animais, piano e percussão, é algo que eu dançaria tranquilamente em uma festa. Cada som combina perfeitamente com a sua fase, além das músicas ficarem na sua cabeça e implorarem para serem baixadas, o que com certeza vai acontecer. É simplesmente uma das trilhas mais icônicas da história e merece todo nosso aplauso.
A Rare não queria crescer na aparência dos jogos, ela queria investir em qualidade em todos os aspectos. Apesar de seu portfólio não ser pequeno, DKC é o ápice de anos de trabalho, mesmo que seu esquema seja básico, mas ainda sim serviu de base para os jogos que se tornariam os mais bem-sucedidos da história da Rare, da Nintendo e dos jogos.
Você assume o controle de Donkey e Diddy Kong, podendo alternar entre os personagens ou jogar em modo co-op com um segundo controle. Ambos possuem os mesmos movimentos (correr, rolar e pular), mas DK é mais forte, com seu tapão podendo revelar até segredos do cenário, e Diddy é mais ágil, rápido e pular mais alto.
Seguindo de uma fase a outra, em cenários variados como florestas, minas, montanhas e até debaixo d'agua, você deve coletar o máximo de bananas possível, além de balões de 1-Up e as K, O, N e G para ganhar mais uma vida (inclusive, a localização das bananas pode ser indicador de segredos). Entretanto, os inimigos precisam ser combatidos de várias formas, seja com o tapão do DK, os pulos do Diddy ou até mesmo barris que podem ser jogados neles. No fim de cada mundo, uma área determinada do jogo, você encara os chefes, enviados por K. Rool, o chefe final, para atrapalhar sua jornada.
Barris são itens importantes no jogo, aparecendo em vários tipos. Eles podem ser atirados nos inimigos, reviver um dos Kongs que morreu (você só perde a fase quando os dois morrem), atirarem os Kongs pelo cenário e servir de checkpoints. Alguns inclusive podem levar a fases-bônus, onde o jogador pode coletar bananas e vidas adicionais. Quebrar paredes também é um jeito de acessá-las.
Felizmente, os Kongs não estão sozinhos nessa jornada podendo contar com a ajuda de amigos animais, Rambi o Rinoceronte, Expresso o Avestruz, Enguarde o Peixe-Espada, Winky o Sapo e Squawks o Papagaio. Exceto por Squawks, todos servem como um meio de transporte no meio das fases, seja para derrotar os inimigos com mais facilidade ou para percorrer a fase mais rápido e procurar por mais segredos. O Papagaio aparece em apenas uma fase, para segurar uma lanterna e ajudar os heróis a completá-la,
Seu clã também não te deixa na mão. O avô de DK e o Donkey Kong original, Cranky Kong, pode ser acessado em vários momentos do jogo para dar dicas e zoar com a cara de seu neto. Seu amigo Funky Kong tem uma agência de "aviação", podendo atirar você de um barril pra qualquer área já visitada, mesmo a mundos de distância. Sua crush, Candy Kong, é quem salva o jogo, fazendo isso assim que você alcança sua barraca. É salvando que você percebe o quanto avançou no jogo, seja no andamento nos mundos ou na porcentagem.
O primeiro DKC possui uma característica especial que eu valorizo toda vez que consigo percebê-la em qualquer trabalho de entretenimento: esmero. Apesar das limitações tecnológicas, uma empresa conseguiu fazer um jogo como ela queria do melhor jeito que podia, iniciando uma franquia de sucesso que traria outros jogos ainda mais espetaculares. Na verdade, ouso até recomendar toda a trilogia Donkey Kong Country pra você que está afim de fugir do Carnaval, com certeza irá te satisfazer mais do que os blocos ou jogos mais modernos.
E na semana que vem, vou trazer uma espécie de fechamento para o blog. Admito que o Carnaval pode resultar em atrasos no post, mas posso garantir que o jogo vai valer a pena. Afinal, ele é sobre alguém azul com super-velocidade que destrói robôs ao som de Michael Jackson.
Sim, isso mesmo que você ouviu.
Por hoje é só, pessoal!
A trilha sonora é simplesmente um espetáculo. Uma mistura de sons ambientes, barulhos de animais, piano e percussão, é algo que eu dançaria tranquilamente em uma festa. Cada som combina perfeitamente com a sua fase, além das músicas ficarem na sua cabeça e implorarem para serem baixadas, o que com certeza vai acontecer. É simplesmente uma das trilhas mais icônicas da história e merece todo nosso aplauso.
A Rare não queria crescer na aparência dos jogos, ela queria investir em qualidade em todos os aspectos. Apesar de seu portfólio não ser pequeno, DKC é o ápice de anos de trabalho, mesmo que seu esquema seja básico, mas ainda sim serviu de base para os jogos que se tornariam os mais bem-sucedidos da história da Rare, da Nintendo e dos jogos.
Você assume o controle de Donkey e Diddy Kong, podendo alternar entre os personagens ou jogar em modo co-op com um segundo controle. Ambos possuem os mesmos movimentos (correr, rolar e pular), mas DK é mais forte, com seu tapão podendo revelar até segredos do cenário, e Diddy é mais ágil, rápido e pular mais alto.
Seguindo de uma fase a outra, em cenários variados como florestas, minas, montanhas e até debaixo d'agua, você deve coletar o máximo de bananas possível, além de balões de 1-Up e as K, O, N e G para ganhar mais uma vida (inclusive, a localização das bananas pode ser indicador de segredos). Entretanto, os inimigos precisam ser combatidos de várias formas, seja com o tapão do DK, os pulos do Diddy ou até mesmo barris que podem ser jogados neles. No fim de cada mundo, uma área determinada do jogo, você encara os chefes, enviados por K. Rool, o chefe final, para atrapalhar sua jornada.
Barris são itens importantes no jogo, aparecendo em vários tipos. Eles podem ser atirados nos inimigos, reviver um dos Kongs que morreu (você só perde a fase quando os dois morrem), atirarem os Kongs pelo cenário e servir de checkpoints. Alguns inclusive podem levar a fases-bônus, onde o jogador pode coletar bananas e vidas adicionais. Quebrar paredes também é um jeito de acessá-las.
Felizmente, os Kongs não estão sozinhos nessa jornada podendo contar com a ajuda de amigos animais, Rambi o Rinoceronte, Expresso o Avestruz, Enguarde o Peixe-Espada, Winky o Sapo e Squawks o Papagaio. Exceto por Squawks, todos servem como um meio de transporte no meio das fases, seja para derrotar os inimigos com mais facilidade ou para percorrer a fase mais rápido e procurar por mais segredos. O Papagaio aparece em apenas uma fase, para segurar uma lanterna e ajudar os heróis a completá-la,
Seu clã também não te deixa na mão. O avô de DK e o Donkey Kong original, Cranky Kong, pode ser acessado em vários momentos do jogo para dar dicas e zoar com a cara de seu neto. Seu amigo Funky Kong tem uma agência de "aviação", podendo atirar você de um barril pra qualquer área já visitada, mesmo a mundos de distância. Sua crush, Candy Kong, é quem salva o jogo, fazendo isso assim que você alcança sua barraca. É salvando que você percebe o quanto avançou no jogo, seja no andamento nos mundos ou na porcentagem.
O primeiro DKC possui uma característica especial que eu valorizo toda vez que consigo percebê-la em qualquer trabalho de entretenimento: esmero. Apesar das limitações tecnológicas, uma empresa conseguiu fazer um jogo como ela queria do melhor jeito que podia, iniciando uma franquia de sucesso que traria outros jogos ainda mais espetaculares. Na verdade, ouso até recomendar toda a trilogia Donkey Kong Country pra você que está afim de fugir do Carnaval, com certeza irá te satisfazer mais do que os blocos ou jogos mais modernos.
E na semana que vem, vou trazer uma espécie de fechamento para o blog. Admito que o Carnaval pode resultar em atrasos no post, mas posso garantir que o jogo vai valer a pena. Afinal, ele é sobre alguém azul com super-velocidade que destrói robôs ao som de Michael Jackson.
Sim, isso mesmo que você ouviu.
Por hoje é só, pessoal!