E continuamos com o mês do terror aqui no blog. Depois de falarmos sobre uma das maiores franquias do gênero, vamos partir para algo um pouco mais pesado. Mas antes, um pouco de história.
No fim dos anos 80, a Hudson Soft, produtora de jogos como Bomberman e Adventure Island se uniu com a NEC, uma empresa japonesa de tecnologia para criar um console que chegaria pra tentar desbancar o NES de seu posto como console mais vendido, o TurboGrafx-16 (PC Engine no japão). Com um poder de processamento melhor e uma mídia de armazenamento estilosa, os HuCards, O TurboGrafx-16 consegui seus cinco minutos de fama no Japão, mas se tornou relativamente obscuro do nosso lado do mundo, mesmo tendo poderosas produtoras a seu lado.
Pois bem, o TurboGrafx-16 era um pouco mais poderoso graficamente, permitindo a ele rodar até jogos de arcade. A única versão doméstica de Street Fighter I está presente nesse console, assim como o jogo que falarei agora.
Splatterhouse é um beat em' up desenvolvido e lançado pela Namco em 1988 para arcades e teve uma versão doméstica somente no TurboGrafx-16, e é dela que vamos falar agora.
A história do jogo, como a maioria dos jogos da época, se resumia a salvar a namorada. Só que aqui, há um pouco mais de recheio.
O jogo conta a história de Rick Taylor e sua namorada Jennifer Willis, que, numa noite de tempestade, decidiram investigar a mansão do Dr. West, um famoso parapsicólogo que desapareceu a anos. Há rumores de que diversas criaturas das trevas rondam a mansão, que se tornou conhecida na região como Splatterhouse.
Infelizmente, os rumores se provaram verdadeiros quando o casal foi atacado por monstros, que sequestraram Jennifer e surraram Rick até quase matá-lo. Felizmente, a história não acaba aí.
Rick acaba nos porões da mansão e descobre que ainda está vivo graças a Terror Mask, um artefato místico e consciente. Ela se uniu a Rick, o transformando em uma versão monstruosa de si mesmo, com força sobrehumana. O rapaz decide, então, usar os poderes da máscara para salvar Jennifer, surrando todos os monstros e demônios que encontra no caminho.
Você tem que admitir, é um belo recheio para um simples beat em' up.
Os gráficos, bem, são amedrontadores.
Eles são detalhados, pois há muita coisa acontecendo ao fundo enquanto você está surrando. Lembre-se de que o ambiente é de puro horror, então você pode ver restos mortais, monstros semi-decompostos e coisas do gênero.
Os sprites de Rick e dos monstros são grandes. Não muito detalhados, mas competentes.
Como se pode perceber, não há muitas cores nos cenários. Os cômodos da mansão possuem tons escuros e negros, passando um clima sombrio, pra te lembrar que o mal está por todo o lugar.
Uma das razões do jogo ter ganhando tanto destaque são as mortes. Ao contrário dos beat em' ups comuns, onde o inimigo pisca e some da tela, aqui, os monstros podem ser decapitados, esmagados, explodidos e muito mais. Tudo isso em toda a sua glória sanguinolenta, pelo menos no arcade. A versão do TurboGrafx-16 sofreu uma bela censura na hora da transição.
A parte sonora não merece muito destaque. Apesar dela ser bem sinistra e combinar bem com o clima de terror do jogo, ela não gruda na sua cabeça como outras músicas, por exemplo Vampire Killer.
E como deu pra reparar, o visual de Rick foi inspirado em Jason Vorhees, mas para evitar processos, a versão americana sofreu modificações, como por exemplo, a mudança na cor da máscara.
Como já disse, é um beat em' up, então a jogabilidade é bem simples.
A movimentação é lateral, da esquerda pra direita. Você segue em frente, surrando tudo o que encontrar em seu caminho.
Rick pode socar, chutar e dar voadores, o que já é suficiente. A maioria dos inimigos morre com um só golpe, mas sempre tem um ou outro mais persistente, então fique ligado.
Claro que você não lutará de mãos vazias somente. Há inúmeros itens espalhados por cada fase, como pedaços de pau, ferramentas e espingardas de munição limitada, que podem facilitar sua vida nos momentos mais complicados.
Mas não vá pensando que o jogo é só sair batendo. Rola um pouco de estratégia também, principalmente em relação ao posicionamento.
No lugar certo, seus ataques podem ser escudos e os inimigos não tem chance, mas no lugar errado, você é um alvo mais fácil que um cego num tiroteio e morrerá muitas vezes. Você pode morrer várias vezes antes de achar os melhores pontos pra atacar.
Espero que sua memória seja boa. Se não, você sofrerá muito com esse jogo.
Splatterhouse não é um daqueles jogos fantásticos, mas possui seu valor. Foi um dos primeiros a trazer essa temática mais pesada, mostrando que histórias de games não se limitam a salvar princesas em mundos coloridos e cheios de cogumelos e que eles podem evoluir muito nas mãos certas.
A propósito, semana que vem vamos tratar de uma verdadeira revolução.
Se você conhece a Umbrella Corporation, agradeça ao jogo que eu irei falar esse fim de semana.
Por hoje é só, pessoal!
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