terça-feira, 25 de setembro de 2012

Final Fight


Só pra deixar claro, falarei sobre Separation Anxiety em novembro. Como tenho estado meio enrolado com assuntos da faculdade e o texto não têm saído como eu gostaria, prosseguirei com meus planos normais e voltarei a falar do Homem-Aranha em novembro.

E agora, mês de aniversário!

Assim como fiz no ano passado, falarei sobre uma série específica de jogos. Mas ao contrário do ano passado, falarei sobre DUAS séries, duas trilogias para ser exato. Duas trilogias CRÁSSICAS do beat-em'-up, uma do SNES e outra do Mega Drive. E começarei falando da do SNES.

Final Fight era originalmente planejado como uma sequência de Street Fighter, de 1987. Você pode inclusive ver a imagem de divulgação. Entretanto, o game se diferenciou demais do jogo original e decidiram o distanciar da franquia, se tornando um jogo próprio.

O primeiro jogo da trilogia foi lançado no fim de 1989 para as máquinas de fliperama e foi adaptado em 1990 para o Super Famicom, sendo lançado em 1991 para o SNES. O jogo possui diferenças substanciais entre a versão original, o que é motivo de discussão até hoje, mas ainda é considerado um dos melhores jogos do gênero e do console.

Agora vamos aprender por que não se ferra com a família de um lutador profissional


Nossa história começa na cidade de Goth... Metro City, uma típica metrópole americana, consumida pelo crime, pela corrupção, por tudo que há de ruim nesse mundo, um ambiente de perdição liderado pela gangue Mad Gear, a maior gangue criminosa da cidade. Mas um homem decidido e honrado chegou ao poder decidido a acabar com a esbórnia.

Seu nome era Mike Haggar.

Um ex-lutador profissional, Mike Haggar foi eleito prefeito de Metro City e fez uma limpa geral na cidade. O crime e o caos deram lugar à lei e a ordem. O crime foi praticamente erradicado das ruas e os cidadãos finalmente puderam dormir. Todos estavam felizes. Menos a Mad Gear.

Dispostos a fazer com que Mike se submetesse às suas vontades, assim como todos os outros prefeitos antes dele, os membros do grupo sequestraram sua filha Jessica e exigiram total obediência pela garantia de sobrevivência dela. Só que já é notável a falta de bom senso da gangue. Se já perigoso mexer com um lutador profissional, mexer com a família do cara é suicídio.

Então Mike fez o que qualquer pai. Vestiu uma roupa de combate, chamou o namorado de Jessica, Cody, e seu amigo ninja vagabundo Guy, e partiu para dar uma surra na Mad Gear e resgatar sua filha com as próprias mãos.

Uma perfeita reação de um protagonista de beat-em'-up.

E, apesar de imaginar que todos vocês saibam, a ausência de Guy foi uma das alterações do jogo na versão do SNES, mas a Nintendo relançou Final Fight algum tempo depois, com Guy no lugar de Cody como protagonista e mais algumas alterações. Já dá pra perceber o nascimento do estilo Capcom de lançar extras que não fazem muita diferença ao invés de lançar um jogo completo.


Uma das partes mais arriscadas em se fazer uma versão doméstica de um jogo de arcades é a parte gráfica. Máquinas de fliperama eram mais poderosas em diversos aspectos do que um videogame doméstico, com sons melhores e gráficos mais coloridos. Uma conversão poderia significar uma perda considerável de qualidade, o que a tornava inviável em diversos casos. Como no caso de Final Fight, eles decidiram cortar diversos aspectos do jogo, mas pelo que pude ver, não há uma perda de imagem aqui.

Os gráficos são excelentes e envelheceram bem, mas pra mim pareciam um pouco estoicos, apesar dos bons controles. Ao contrário da maioria dos beat-em'-ups da época, os sprites dos personagens eram bem maiores que o normal, permitindo muito mais detalhes. Claro que isso se deve ao fato de ser um jogo de fliperama e pelo poder gráfico do SNES.

Metro City é retratada como uma cidade ferrada. Apesar do sucesso de Haggar em reconstruí-la, nós temos que entrar no território da Mad Gear, e vemos a parte ruim e negativa da cidade, que é dominada  pelo crime. O domínio da gangue se espalha por diversas áreas da cidade, desde a parte pobre do subúrbio até os bairros mais ricos, onde a influência negativa da organização é claramente mostrada.

Mike e Cody são muito diferentes, pois Cody é um cara comum, com estatura normal e músculos normais enquanto que Haggar é baita dum gigante, devido a seu status de lutador, e você não duvida de que ele seja capaz de partir um carro ao meio. O elenco de vilões, ao contrário de muitos jogos, acabaram se tornando imortalizados, desde os chefes Sodom e Rolento até mesmo os bucha-de-canho como os Andore e Poison.

Sim, a polêmica Poison. Eu duvido que vocês não saibam da história, mas adoro contar de qualquer jeito. Poison era uma inimiga feminina no jogo original, porém a censura pesada da Nintendo of America não admitiria violência contra a mulher nos seus jogos, então a Capcom japa decidiu redesenhá-la como uma transexual, na tentativa de evitar problemas futuros (WTF?). Apesar dela ter sido retirada de qualquer jeito, sua sexualidade se tornou um dos maiores mistérios dos games. Apesar de muitas fontes confirmarem essa história, ainda há algumas dúvidas, mas ela é considerada uma das personagens mais sexy já criadas, o que acaba gerando certos inconvenientes.

A trilha sonora da série é simplesmente um crássico. Lembra um pouco a música de Street Fighter II, mas possui identidade própria e vai badalando na sua cabeça por algum tempo. Apesar disso, ela se tornou amada o suficiente para ser refeita e reutilizada nas aparições dos personagens em outros jogos, como nas aparições dos personagens em Street Fighter.


Final Fight é um beat-em'-up no seu ápice. Muitos consideram este jogo aquele que refinou o gênero e que o ajudou a crescer em popularidade (até ser destronado por Street Fighter e os jogos de luta).

O jogo transcorre lateralmente, pois você segue de um lado para o outro, podendo se movimentar pra baixo e pra cima numa forma isométrica. Há cinco fases aqui (eram seis, mas uma foi removida), além de duas bônus. Assim como em diversos outros, você deve ir socando o máximo de capangas que puder, até chegar no chefe, que você derrotar para seguir para a próxima fase.

Há dois personagens aqui, Cody e Haggar. Cody é o típico personagem regular, nem muito forte e nem muito rápido, sendo ideal pros iniciantes e praqueles que curtem um certo desafio. Ele é um mestre das artes marciais e se utiliza de diversas formas de lutar, como combos de socos e chute. Haggar, ao contrário, é uma massa de músculos. Ele possui maior força, porém menor velocidade, e usa técnicas de agarrão e pilão, além de socos maciços para derrubar o oponente. O terceiro personagem da versão original, Guy, seria como um ninja, muito rápido, porém mais fraco. Ele foi um dos diversos fatores excluídos do jogo.

Há também diversas armas escondidas pelo cenário, como pés-de-cabra, facas e armas de fogo, que podem fazer a diferença em um momento decisivo. E caso esteja com pouca energia, você sempre pode contar com os mais suculentos pernis assados que podem ser encontrados debaixo das latas de lixo.

É, eu também nunca entendi isso.

A dificuldade do jogo é bem equilibrada. Você pode terminá-lo tranquilamente em um dia inteiro de jogatina, mas as fases possuem limite de tempo e há continues limitados. As fases bônus são apenas minigames, como o de destruir o carro (assim como em Street Fighter) e destruir janelas. Não há um modo co-op aqui, ele foi um dos detalhes técnicos removidos na conversão.


Final Fight é um jogo fantástico e muito divertido. Se ele tivesse realmente se tornado uma sequência de Street Fighter, não creio que ele seria tão bem lembrado como é agora. Mas não se preocupem, meus amigos, este é apenas o começo.

A vingança é um prato que se come frio... junto com um pernil assado debaixo da lata de lixo.

Por hoje é só, pessoal!

Nenhum comentário:

Postar um comentário