segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pitfall!


Pra quem não sabe, os videogames existem desde a década de 70. Eles começaram como uma atração em feiras de computador e em 40 anos, se tornaram um das maiores industrias midiáticas existentes, podendo ser comparado ao cinema e à televisão.

Entretanto, esse enorme salto não foi do nada. Esse legado foi construída aos poucos, e o começo dessa construção foi possível graças a uma empresa: Atari.

A empresa criada por Nolan Bushnell e Ted Badney alcançou enorme sucesso na produção de consoles de mesa, arcades e computadores domésticos. Um de seus produtos mais vendidos, e provavelmente o mais conhecido foi o Atari 2600 (não, ele não era feito de ouro), console que marcou a vida de milhões de crianças por todo mundo e começou a cimentar essa grande mídia que hoje são os games.

Pitfall! é um dos clássicos desse grande aparelho. Lançado pela Activision em 1982, o jogo se tornou o segundo jogo mais vendido do 2600, com 4 milhões de cópias, perdendo apenas para Pac-Man, que vendeu 7 milhões.

Se um jogo foi capaz de tamanho, ele obviamente é bom, certo?

Vamos ver.


O astro do jogo é Pitfall Harry, um típico arqueólogo aventureiro, pronto para as maiores aventuras em busca de tesouros.

Nesse jogo, ele terá que procurar por vários tesouros, estes que espalhados pelo "mundo" (os cenários do jogo). Entretanto, não há um motivo aparente.

Ao contrário de hoje, não se ligava muito para o enredo do jogo. O único objetivo de jogos, como os do Atari, era chegar ao fim dos mesmos com a maior pontuação possível. Raras eram as exceções.

Isso também exige um pouco mais de imaginação, o que pode ser bom de certa maneira. A história é você que cria, o que dá uma sensação de maior inserção no jogo.

Resumindo, caso você jogue Pitfall!, crie você mesmo a história, isso aumenta mais a diversão.


Estamos falando do Atari 2600, então os erros são desculpáveis.

Longe de mim querer desfazer do 2600, mas infelizmente, ele pode ser considerado primitivo.

Mas isso não quer muita coisa. O jogo tem um bom visual e é bem longo. São 256 cenários pra você explorar e buscar por tesouros.

A animação do Pitfall Harry é impressionante, ainda mais com duas cores, principalmente lembrando a capacidade gráfica bem limitada do 2600, assim como a do cipó.

Apesar desse número bem impressionante, os obstáculos não variam, apesar dos cenários se dividirem em duas partes, a superfície e o subterrâneo. Eles vão desde escorpiões até poças d'água que vêm e voltam.

Os programadores criaram um verdadeiro milagre para unir todos esses aspectos gráficos.

A trilha sonora é literalmente inexistente, mas há poucos efeitos sonoros, como quando você perde pontos e agarra um cipó.


A jogabilidade é realmente básica. Você só pode andar e pular, o que pode parecer bem limitado para os gamers modernos.

Como disse antes, há vários tesouros para você procurar pelos 256 cenários. Há quatro tipos de tesouros, oito de cada tipo: a bolsa de dinheiro, a barra de prata, a barra de ouro e o anel de diamantes. Cada um deles têm uma pontuação diferente.

Como eu disse antes também, o foco não é só a exploração mas também a pontuação, e esse é mais um dos aspectos de destaque desse jogo.

Ao contrário da maioria esmagadora dos games do Atari, o jogador não começava com a pontuação zerada, mas com 2000 pontos só de cara. Seu objetivo é aumentar esse placar ao máximo.

Mas essa tarefa não será nada fácil. Você pode perder pontos caindo em buracos e entrando com as toras espalhadas pelo jogo, estejam elas paradas e em movimento.

Você terá três chances e 20 minutos para obter todos os tesouros e terminar esse jogo, o tornando ainda mias emocionante.

Devido a essa incrível jogabilidade, o jogo acaba de três maneiras: quando o tempo acaba, quando você perde todas as vidas ou quando você coleta todos os tesouros.

À propósito, a pontuação perfeita é de 114000 pontos. Boa sorte ao tentar obtê-la.


Gráficos inovadores e uma jogabilidade absurdamente divertida tornaram esse jogo um dos mais populares da história, gerando uma bela franquia e mostrando por que o Atari 2600 se tornou um sinônimo de videogame.

Se você sabe de algum outro jogo do Atari 2600 que eu deva falar, me avise por comentários, e-mail e redes sociais. E não se preocupe, a biblioteca do 2600 (e seus sucessores) é enorme, textos sobre é o que não vão faltar. E quanto aos outros consoles da enquete, tenho vários planos, mas é preciso paciência.

E semana que vem, voltarei a falar do Master System. Dica: tem a ver com coelhinhos de pelúcia azuis.

Por hoje é só, pessoal!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Godzilla


Tenho que admitir, não sou um fã de filmes de monstros gigantes.

Provavelmente porque não nunca tive a chance de ver um (mesmo com a net), não sinto pelos monstros a mesma paixão pelos Super Sentais e Kamen Riders.

Mas eu adoro o Godzilla! Isso é indiscutível!!

Fala sério, você realmente acha que existe algo mais foda que um réptil gigante indestrutível capaz de cuspir radiação pela boca? Se a resposta é sim, 57 anos de sucesso e um impacto cultural incomensurável podem te fazer mudar de ideia. Claro que esse impacto também atingiu os games.

Este em particular foi lançado para o Game Boy em 1990 pela Compile. Não é o primeiro jogo lançado para a franquia do Rei dos Monstros, mas não é um dos mais queridos entre seus fãs, devido a diversos fatores dos quais pretendo falar.


Tá vendo o bichinho ali no canto inferior esquerdo da imagem? Aquele é o Godzilla.

WTF?

Como eles pegaram ele e transformaram nisso? Godzilla é o rei dos monstros, ele deveria ser representado como o ser colossal que ele é, mesmo com o poder de processamento do GB. Já tá começando errado...

Enfim, vamos a história. Minilla, o filho do Godzilla foi sequestrado pelos monstros que Sua Majestade já derrotou (ele é um rei e merece ser tratado como tal) e foi levado para o Labirinto da Matriz. Agora, Godzilla terá que enfrentar seus inimigos enquanto tenta atravessar o labirinto em busca de seu filho.

Pra quem não sabe, Godzilla realmente tem filhos, Minilla e Godzilla Jr., sendo Minilla o mais velho. Ele apareceu pela primeira vez em 1967 no filme Son of Godzilla e é filho adotivo do Rei dos Monstros. Ao contrário do pai, ele é possui um enorme coeficiente de fofura, afinal ele é praticamente uma versão de pelúcia do kaijuu (é como os monstros são chamados no Japão), além de ser uma maneira de atrair crianças, já que nos filmes ele até aparece nos sonhos delas.

O engraçado é que Godzilla também é conhecido como O Amigão da Garotada, mas isso já é outra história...


Infelizmente, nunca tive muito contato com o Game Boy em comparação ao SNES ou o Mega Drive. Mas acho que eles se esforçaram um pouco aqui.

Não tem muito o que se falar do visual. Os cenários até que foram bem feitos, levando em conta que há dezenas deles. Como Godzilla é um jogo de labirinto, há muitas fases diferentes e eles realmente se esforçaram pra não repetir as estruturas do cenários.

Não tenho nada a falar das cores, já que o GB original não tinha cor.

Em relação aos sprites eles são bem pequenos e não são nada mais do que representações fofinhas do Godzilla e dos outros kaijuus. Pra quem é fã da série, vai ser legal identificar quem é quem, mas para os noobs, isso provavelmente não vai fazer diferença nenhuma.

Felizmente, ninguém liga para noobs.


O jogo nada mais é do que uma mistura de labirinto e quebra-cabeça.

Como disse antes, Godzilla está em um labirinto. Se você não prestar atenção, pode acabar se perdendo no meio do caminho.

Eis como o jogo funciona. Cada fase possui várias pedras espalhadas pelo cenário. Para você prosseguir no jogo, você precisa destruir todas as pedras. Aí entra a parte do quebra-cabeça: as pedras estão espalhadas estrategicamente, então você precisa destruí-las da maneira certa, senão você pode ficar preso ou não conseguir alcançar uma das pedras, já que aqui você não pode pular.

Levando em conta o tamanho do Godzilla, isso é até compreensível, mas levanta uma dúvida. Se eles realmente tiraram a possibilidade de pulo pra ser fiel ao personagem, por que eles foram fieis só nesse detalhe? Tem horas que não dá pra entender a cabeça dos programadores.

Continuando. Depois que você destruiu todas as pedras, aparecem setas pelo cenário e cada uma delas leva a uma fase diferente. Eis a parte do labirinto: é necessário seguir uma sequência correta de setas para chegar até o fim do jogo. Como você está num labirinto, um passo errado significa o fracasso total.

Não podemos esquecer dos inimigos. Há vários monstros para atrapalhar sua vida e te impedir de salvar seu filhote. Você não possui arma, a não ser um soco, que pode derrotar todos os outros, menos Ghidorah. Há também itens nas pedras, como uma ampulheta que paralisa os monstros e um relâmpago que mata todos os presentes, menos Ghidorah.

Pra quem não conhece, eis King Ghidorah.

Eu sei, é muito foda.

Claro que você não pode jogar o dia inteiro, então uma hora você terá que parar. O jogo usa um sistema de password pra salvar seu progresso. Há dois tipos: o de quatro dígitos, que guarda sua posição no mapa, e o de dezoito dígitos, que guarda os cenários já revelados e permite recomeçar da fase em que você parou. É meio complicado no começo, mas até que dá pra acostumar.


O jogo não pode ser um dos melhores da série, mas até que é legal. Se você é um fã bitolado da série, você pode não gostar do que fizeram com o personagem, mas não deixe isso estragar a diversão. Caso você nem conheça a série, taí um grande quebra-cabeça que vai te prender por algum tempo.

Desculpem mais esse sumiço. Viajei esse fim de semana e nem tive a chance de atualizar direito. Como não tenho mais nenhum plano, acho que tudo vai voltar ao normal.

E pra semana que vem, mais uma votação. Dessa é sobre um novo console que vocês acham que eu deva falar. Amanhã, postarei a pergunta no meu Facebook.

Por hoje é só, pessoal!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Yo! Noid


Muito bem, vocês escolheram. Após inúmeros votos (na verdade, um único voto), vou falar desse jogo-propaganda do NES. Apesar de já ter ouvido falar muito desse jogo, só agora tive a chance de desbravá-lo.

E sim, esse era um dos jogos de merda que eu pretendia falar, e como o único voto foi pra ele, nada mais justo que dissertar sobre ele.

Yo! Noid foi um advergame de plataforma lançado pela Capcom em 1990 para o NES e protagonizava a mascote da rede de pizzaria Domino's Pizza, Noid. Pra quem não sabe, advergame vem da mistura das palavras "advertising" (propraganda) e game, ou seja, advergame é um jogo que tem ligação direta e serve como uma forma de propaganda de determinada empresa. Existem dezenas deles, então ainda vou falar de muitos jogos desse estilo.

Então, peguem seus pula-pulas e me sigam.


Antes de mais nada, vamos falar do personagem.

Noid foi criado como mascote da rede de pizzarias Domino's Pizza no início dos anos 80. Ele protagonizou diversos comerciais em Stop-Motion, aqueles feitos de massinha, como "A Noiva-Cadáver" e "O Estranho Mundo de Jack". O engraçado é que, ao invés de falar algo bom das pizzas, ele sempre tentava destruí-las.

É a primeira vez que eu vejo uma mascote que tenta destruir os produtos da própria empresa. Acho que já podemos considerar isso o primeiro sinal.

A história do jogo é básica. Um vilão chamado Mr. Green (que é a cópia exata do Noid, só que verde) juntos com seus aliados (que também são cópias coloridas do Noid, o que indica um pouco de má vontade nessa parte) e capangas, está causando o maior caos em Nova Iorque. Então cabe a você, Noid, parar seus planos malignos e salvar o dia.

Só que o cara não tem preparação nem ânimo nenhum, já que a única arma que ele leva é um ioiô, que por sinal é muito fraco. Além do quê, nas propagandas, ele é tratado com um vilão. Qual seria o interesse dele em salvar a cidade? Será que tem algum interesse escuso por trás? Acho que essa dúvida pode ser considerada o segundo sinal.

Agora, uma trívia rápida: Yo! Noid é a localização de um jogo japonês chamado Kamen no Ninja Hanamaru. A Capcom só mudou um pouco a história e o visual dele e trouxe pro ocidente. Acho que eles pensavam que as crianças preferiam mascotes de pizzaria do que ninjas.

WTF?


Como esperado da Capcom, o jogo é graficamente impressionante. Sério, pegue os jogos licenciados dela pro NES e você verá como eles são incríveis.

Os gráficos são bem coloridos. Eles não são muito detalhistas e bem-desenhados, só que acho que isso não combinaria com o jogo.

Os personagens não são lá criativos, mas são bem desenhados e animados. O Noid parece bem abobado e os inimigos são caricatos e cartunescos. Isso sem falar nos obstáculos, mas eles são típicos dos jogos de plataforma.

As fases são únicas. Há uma grande variação de cenários aqui. O jogo possui 14 estágios, porém, eles não têm quase nada em comum. Se você pegou a manha de uma fase do jogo, esqueça, pois o próximo será bem diferente. As fases se passam no circo, num ringue de patinação, nos altos de prédios, enfim, você não encontrará repetição aqui. Além do estilo plataforma, há as fases de skate e a de girocóptero.

A trilha sonora é divertida. Ela passa bem o clima de alegria e cor do jogo. Algumas músicas podem grudar na sua cabeça, apesar de que não grudou nenhuma. Mas elas são bem grudentas, então prepare-se para ouvi-la na sua mente muitas vezes.

Os efeitos sonoros são inexpressivos, típicos do NES, então eles não tem nada demais.

Você deve estar pensando: "Se o jogo é tão bonito, colorido e variado, por que você falou que era um jogo de merda?"

Simples, pois os programadores cometeram o pior erro possível em um jogo.


Eles elevaram a dificuldade a enésima potência!!!

Tá bom, posso estar exagerando, mas Yo! Noid é um daqueles jogos difíceis, mas não aquele difícil empolgante e sim o frustante.

Pra começar, ele não possui uma barra de energia, ou seja, um único golpe e o velhote fantasiado de coelho vai cumprimentar o Puro-Osso pessoalmente.

Eu sei que inúmeros jogos também funcionam assim, como Contra, só que nele, há uma enorme variedade de power-ups, o que pode te salvar muitas vezes. Aqui, não rola isso.

A única arma que o Noid possui durante todo o jogo é seu ioiô. Ele não pode equipar mais nada nem melhorar o que ele já tem, o que dificulta muito. O alcance dela piora tudo, já que é preciso estar próximo do inimigo para acertá-lo. E isso não é muito bom contra inimigos que precisam de mais de um hit para morrer.

Além do ioiô, você pode usar uma daquelas magias varre-tela. Existem vários tipos, como a de gelo e a de raio. Você pode usá-las ao recolher pergaminhos pela fase.

Como eu disse, há vários tipos de fase aqui, como a do gelo. Vários jogos da época vinham como uma fase dessas, e todas eram difíceis, só que Yo! Noid leva essa dificuldade a outro nível. Você escorrega muito mais que o normal aqui e é muito difícil você controlar Noid. Junte isso ao excesso de abismos da fase e você terá a melhor maneira de estragar o dia de alguém.

A fase de skate então, é tão difíceis que perdem todo o sentido. Você precisa acertar os inimigos em cima da cabeça precisamente, senão você morre. E como há muitos inimigos, você precisa ir bem devagar, o que tira toda a graça da fase.

O que me lembra, é necessário ter reflexos felinos nesse jogo, principalmente nas plataformas. Quando você pula pra uma plataforma, você precisa cair bem no centro dela, se você pousar nas beiradas, você cai e morre. Juro, fiquei com muita raiva desse jogo de tanto morrer de bobeira.

E pra encerrar, as batalhas contra os chefes.

Ao invés de batalhas normais, em que você tem que analisar o chefe e pegar seu ponto fraco, como em um jogo normal, aqui você tem uma competição de comer pizzas.

Você e seu oponente recebem cartas, cada uma com um número. Cada um escolhe uma delas, o valor da menor é subtraído do da maior, que então se torna pizzas para serem comidas pelo vencedor, que é aquele que joga a maior carta.

Parece bem simples e até mesmo divertido, mas conforme você avança no game, seu adversário começa a receber cartas muito melhores que a sua. Você pode recolher durante as fases vários itens que funcionam como auxílios, como duplicadores e tal, mas o jogo se a partida é tão injusta que ganhar se torna uma questão de sorte. Isso sem falar que, se você demorar demais a fazer sua jogada, você tem que recomeçar a FASE INTEIRA!!!

É brincadeira, viu?


Yo! Noid teria tudo pra ser um clássico dos anos 80, um jogo com grande potencial pra garantir horas de diversão, mas sua dificuldade desumana estragou tudo, o tornando um daqueles clássicos que ninguém quer jogar. Mas, por incrível que pareça, ele ainda aparece em algumas listas, sendo considerado um dos melhores jogos do NES, atrás apenas de jogos como The Legend of Zelda (?) e Super Mario Bros.(???).

E semana que vem, falarei do Game Boy de novo! Só que dessa vez, será do original, de tela verde e preta. E o jogo deixará vocês surpresos, eu garanto.

Por hoje é só, pessoal!