domingo, 29 de março de 2015

Doom


FPS é um dos gêneros mais jogados do mundo.

First-Person Shooters permitem ao jogador se sentir totalmente parte da ação, da guerra, da treta. As franquias mais famosas faturam milhões ao ano e, apesar de manterem a mesma mecânica básica, estão sempre se inovando pra continuarem atraindo jogadores do mundo todo. Mas como será que esse gênero surgiu pra valer? De onde veio essa mecânica?

Muitos diriam que foi com o jogo Wolfenstein 3D, mas como ele não foi adaptado em um filme sensacional protagonizado por ninguém menos que Dwayne "The Rock" Johnson, vou pular direto pro jogo que glorificou o gênero (de muitas maneiras).

Doom foi lançado em 1993 pela id Software para diversos consoles, mas começou no PC. Como meu computador não é lá essas coisas, resolvi falar de uma versão doméstica, a do SNES por que o cartucho era vermelho. Quer motivo melhor?

Então, como não joguei a versão original, vou manter as comparações no mínimo, apesar de citar uma ou outra coisa que aprendi externamente.


A história do jogo é uma mistura de sci-fi com terror, nos naipes de Alien e Resident Evil. Obviamente, como Alien veio antes, a referência ao filme é muito mais forte.

O jogo se passa nas luas de Marte. Uma equipe de cientistas de um conglomerado interplanetário estava trabalho em um sistema de teleporte entre as duas luas do planeta vermelho, Phobos e Deimos. Entretanto, como a combinação de capitalismo e espaço nunca dá certo, esses experimentos deram errado em dezenas de níveis diferentes.

Resumindo, esse povo abriu um canal de acesso ao Inferno, e os demônios fizeram a festa com as tripulações das bases nas duas luas.

YOU JUST HAD ONE JOB!

Como havia uma base de soldados espaciais em Marte que servia de segurança pra essa galera, eles foram logo ao resgate dos cientistas, mas também foram vítimas do ataque demoníaco, sobrando apenas um sobrevivente, o Doomguy.

Como a ideia do jogo era que o jogador fosse o verdadeiro protagonista, ele é um soldado durão genérico, cujo único objetivo é matar qualquer monstro que tem pela frente. A história do jogo é simplista porém cumpre bem seu papel. Além do mais, é bem brutal pros padrões da época, o que já mostra o quanto o cenário já estava certamente amadurecendo e ficando mais sério nesse aspecto.


Levando em conta que havia finalmente começado a transição do 2D pro 3D, até que o jogo mandou bem.

O programador do jogo criou toda uma engine nova pra poder montar a adaptação do jogo, que usava a tecnologia Super FX pra gerar os gráficos 3D. Pra quem não entendeu o que eu disse: engine é a estrutura básica de um jogo que define como funciona a maioria das mecânicas dele, e Super FX é um chip usado nos cartuchos do SNES pra melhorar o desempenho e permitir melhores gráficos 3D. Poucos jogos usaram essa tecnologia por ela ser custosa, alguns jogos que usaram isso foram os clássicos Star Fox e Super Mario World 2: Yoshi's Island.

Por causa disso, os cenários do jogo parecem um Minecraft bizarro, bem de começo de PlayStation, sabem? Não tem muitas texturas, o chão e o teto nem foram renderizados e muitos dos detalhes não estão bem acabados. Se você quiser ser mais extremo, a versão de console é bem inferior à versão original, apesar de ser a melhor versão de console, mas é a mesma coisa e adaptar um jogo de fliperama, pode não ficar tão bom quanto a versão original.

Felizmente, a Nintendo, conhecida por sua censura extrema, liberou uma parte legal da sanguinolência pra essa adaptação. Entretanto, por causa das limitações, muitos dos detalhes legais acabaram de fora. Não há gotas de sangue e animações mais legais das armas. Até tem animação dos inimigos caindos, e eles foram bem-feitos, mas essa falta de detalhes, apesar de inevitável, é um pouco chato.

A trilha sonora é sensacional. Ela é bem séria, meio gótica até, pra mostrar o clima de seriedade e terror. Ela é bem acelerada também, já que esses jogos tem como função mexer com a adrenalina e te deixarem alertas.


O jogo é um FPS muito simples, mas foi praticamente o que definiu o gênero nos anos que viriam.

O atributo mais importante é o de saúde, que funciona como o HP de RPGs. Ele possui um limite máximo, que pode ser aumentado com itens especiais. Quando você é atacado e atingido pelos monstros, ele diminui, e quando você acha algum kit de primeiros-socorros, ele aumenta novamente.

Pra você também não morrer rápido demais, existe também o atributo de armadura, que impede que você perca muita saúde e diminui o dano que você sofre. Até onde eu pude perceber, não possui limites e pode ser reforçado com itens que se assemelham a elmos e coletes.

Seu objetivo, no caso, é exterminar todos os demônios e impedir essa invasão extra-dimensional e para isso, você conta com um belo arsenal de armas, que variam dos seus punhos, passando pela pistola básica, escopeta e metralhadora, até chegar em lançadores de foguetes e pistolas de plasma. A arma mais famosa do jogo é a BFG9000. A sigla significa "Big Fucking Gun" e se tornou praticamente um meme, sendo referenciada das mais diversas formas. Munição é limitada, e algumas armas podem compartilhar o mesmo tipo de munição, então deve administrar bem seu recurso

Existe a possibilidade de se jogar online, através de uma gambiarra muito loca envolvendo um modem (se você tiver o console), aonde você pode jogar com cooperação (um ajuda o outro) e deathmatches (um luta contra o outro), o que colaborou consideravelmente pro sucesso estrondoso do jogo.


Doom não é apenas um excelente jogo, é um jogo influencial. Não apenas definiu um gênero mas definiu toda uma geração de jogadores. Em 1997, a empresa liberou os códigos do jogo e, graças a isso, diversos jogadores criam inúmeras versões do jogo, algumas ainda produzidas e mantidas até hoje. Graças a esse sucesso, também gerou várias sequências, expansões e adaptações em outras mídias.

Uma delas, que citei no começo, foi o filme lançado em 2005, estrelado por Karl Urban (Dredd, Star Trek) e Dwayne Johnson (Velozes e Furiosos, G.I. Joe). Assim como diversas adaptações de jogos, é um filme de qualidade sofrível, mas é bisonho e divertido, então eu recomendo fortemente.

E pra semana que vem: como ninguém ainda não percebeu os poderes demoníacos dessa bolinha?

Por hoje é só, pessoal!

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