segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Marble Madness


Sim, eu sei, não era esse jogo que você estava pensando.

Eu pretendia falar de um jogo dos Smurfs, mas não consegui encontrar uma ROM de qualidade. Mas decidi falar desse portátil mesmo assim e para isso, decidi falar desse clássico.

Para quem ainda não percebeu, o portátil em questão é o Sega Game Gear. O Game Gear foi um console portátil produzido pela Sega e lançado em 1990. Ele é uma versão de mão do Master System, com uma resolução mais baixa, porém mais colorida. Ele foi um dos primeiros portáteis de tela colorida, seguindo o Atari Lynx e o TurboExpress.

O game em questão é Marble Madness, lançado pela Atari em 1984 como um arcade. Em 1986, começou a receber ports em praticamente todos os consoles conhecidos, sendo o Game Gear um deles. Esse jogo foi um dos maiores sucessos dos arcades, sendo lembrado até hoje como um clássico. Como não joguei a versão original, vou me ater ao que pude perceber nessa versão.

E o que eu percebi? Leia e descubra.


O jogo não tem absolutamente nenhuma história. Seu objetivo é simples, você tem que levar a bolinha azul até o final do percurso, passando por bolas inimigas, poças de ácido e outros obstáculos.

Como eu acho que já disse, os gamers não ligavam pra história e sim pro placar.


Os gráficos são bem construídos. O jogo se utiliza basicamente de estruturas isométricas para dar a sensação de 3D. Pelo que pude ver, essa versão reproduz isso muito bem, mesmo levando em conta as limitações de portáteis.

A variação de cores é mais presente no cenário. Cada um deles possui uma cor diferente. Em compensação, a bolinha e seus obstáculos são os mesmos durante todo game, apenas aumenta o número.

A trilha sonora, na minha opinião, é razoável. Não te faz querer pôr o volume no zero mas também não gruda na sua cabeça, ao contrário das músicas de Castlevania.

Como aquelas músicas grudam. Mas falarei melhor disso em outubro.

Os controles são meio duros e dão a impressão de serem imprecisos. Alguns acham que é por causa deles serem direcionais, mas mesmo assim, não acho que isso seja desculpa.


Como eu disse antes, seu único objetivo é chegar ao fim de cada pista.

São seis pistas no total, totalmente diferentes umas das outras, mas igualmente desafiadoras. Cada uma delas oferece um desafio diferente e o jogo é bom o suficiente pra te prender até que você consiga terminá-lo.

Claro que não será tão fácil, já que haverão bolas inimigas, poças de ácido, aspiradores gigantes e lombrigas estranhas prontos pra te atrasar.

Você possui vidas infinitas aqui, então pode morrer quantas vezes quiser. O verdadeiro inimigo é o relógio. Se você não terminar a pista à tempo, é Game Over.


Marble Madness faz por merecer seu lugar nos corações de milhares de jogadores ao redor do mundo. E não estou falando só das inovações técnicas, mas também do impacto cultural.

Quero aproveitar e anunciar que não escreverei no blog por um tempo e só voltarei em setembro. Não se preocupem, é que setembro é o mês do meu aniversário e estou planejando um mês especial sobre uma série de RPGs que mudou a história dos games.

Não, não é Final Fantasy. Mas a fantasia também está presente...

Por hoje é só, pessoal!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mônica no Castelo do Dragão


Você gosta da Turma da Mônica?

Claro que gosta! Você gosta, sua mãe gosta, seu vizinho gosta, o chefe dele gosta, até a presidente Dilma gosta!! Essa garota baixinha e seus amigos surgiram a mais de 50 anos e conquistaram milhões de fãs ao redor do mundo. Foi graças a ela que muitos brasileiros começaram a ter hábito de leitura. O legado dela é tão grandioso que seu criador, Maurício de Sousa ocupa uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, sendo o primeiro quadrinista a obter tal feito.

Mas qual é o papel do Master System nessa história?

Bem, os jogos da Sega eram distribuídos aqui no Brasil por uma empresa chamada Tectoy. Como a Sega chegou aqui antes, ela fez muito mais sucesso que a Nintendo no nosso território. A Tectoy, querendo garantir um bom ano fiscal, uniu o útil ao agradável e criou esse jogo baseado na franquia da menina de vestido vermelho.

Mônica no Castelo do Dragão foi lançado para o Master System pela Tectoy em parceria com a Mauricio de Sousa Produções em 1991. O jogo foi um dos sucessos do console, já que o acompanhava nas versões normal e rosa.

Mas esse não é apenas um simples jogo da Turma da Mônica, há uma história bem legal por trás dele.

Quer saber qual é? Continue lendo.


A história é bem fiel aos gibis. Capitão Feio invadiu um reino mágico e, pra variar, quer transformá-lo num paraíso de sujeira e poluição. Cabe a você, no papel de Mônica, arruinar seus planos e lhe dar aquela coelhada esperta na cabeça.

Até que o roteiro não é ruim. Não é um exemplo de profundidade, mas uma história complexa não combinaria com um jogo da Mônica, essa história é até bem sacada, já que o Capitão Feio é o inimigo nº1 da turma.

Aliás, vocês sabiam que o Capitão Feio é tio do Cascão? Ele amava colecionar gibis antigos, mas um dia, caiu em cima deles. Eles estavam cheio de poeira e isso deu a ele seus poderes de sujeira. Depois do incidente, ele despirocou, assumiu a identidade de Capitão Feio e decidiu poluir o mundo inteiro.

Eu amo essas trívias.

Mas enfim, hora de falar dos bastidores. Mônica no Castelo do Dragão é uma versão localizada de outro jogo, Wonder Boy in Monster Land. Eles pegaram o jogo, colocaram a Mônica no lugar do personagem principal, criaram outro roteiro em português, modificaram uns detalhes e pronto. Tudo com autorização da Sega.

Exatamente como Yo! Noid, só que esse jogo é muito mais divertido.

Mas esse não foi um caso isolado. A Tectoy ficou famosa por fazer localizações. Outros jogos da série Wonder Boy se tornaram jogos da Turma da Mônica. Ela também localizou diversos jogos, criou outros originais e fez traduções também, mas essa história fica pra outro dia.

Paciência, eu ainda tenho muitos planos para esse blog.


Vamos falar do visual do game.

Os gráficos são belos. São bem coloridos e variados, mas não cansam os olhos. Os cenários são interconectados e variados. Você nunca passa pelo mesmo lugar duas vezes durante o jogo.

Os sprites foram bem feitos. A Mônica ficou um pouco estranha, mas bem construída mesmo assim. Creio que isso se deve ao fato dela não ser desse jogo. Ainda sim, foi um bom trabalho. Toda vez que você está com uma nova armadura, o vestido dela muda de cor.

Os monstros também não fogem dessa regra. Ao contrário da Mônica, os inimigos e NPCs não sofreram nenhuma modificação, ou seja, são do jogo original. Não há muita variedade, mas mesmo assim, também estão legais, apesar deles serem pequenos. Mas é um jogo de 8-bits, então dá pra perdoar.

A trilha sonora também passou no teste. Não há muita variação das músicas no jogo, mas elas são boas o suficiente pra ignorar isso. Ao contrário de muitos outros jogos, trilha repetida não é trilha ruim. Os efeitos sonoros são inexpressivos e não merecem muito destaque, são comuns à outros jogos.


Aqui temos uma espécie de RPG de plataforma.

A parte de plataforma fica na progressão. Ela é lateral, da esquerda pra direita. Não há nenhuma tela de combate, você luta com os monstros na tela principal mesmo. Também não há um overworld aqui, não tem como você retornar a um lugar que já tenha passado. Há também uma pontuação aqui, com direito a bônus caso você termine os níveis com a barra de energia completa.

A parte do RPG fica na evolução do personagem. Você pode comprar vários acessórios, como armaduras e escudos, usando o dinheiro dado pelos monstros quando são derrotados ou as moedas que aparecem aleatoriamente pelo cenário. Há muitas moedas e sacos de ouro escondidos, nunca se sabe quando eles aparecerão.

Há também uma barra de energia que funciona como HP. Se você esvaziá-la uma vez, você revive automaticamente, mas se esvaziá-la de novo, é Game Over. Você começa com 5 corações, mas a cada 100 mil pontos, você ganha um coração novo. Sua barra de energia pode chegar a ter 10 corações.

A única coisa que você não compra é sua arma. No jogo original, as armas armas eram espadas, porém aqui você só possui uma arma fixa, o Sansão, chamado de "Coelho". Você não pode alterá-lo, mas pode torná-lo mais forte, através de lutas com chefes opcionais. Ele começa como fraco, mas pode chegar até hiper, se você maximizar sua potência.

As batalhas com os chefes são difíceis, mas do jeito certo. Eles não possuem uma barra de energia, mas uma bolinha pequeninha que tem essa função e vai mudando de cor à medida que você os ataca. Quando ela fica vermelha, é só atacar mais uma vez e correr para o abraço.

Eles mesclaram dois gêneros diferentes e geraram um excelente jogo. Mas infelizmente, (quase) nenhum jogo é perfeito.

Há uma ampulheta aqui, obviamente para marcar o tempo. Apesar dela poder ser recarregada durante o jogo, ela não acrescenta nada a ele, só aumenta o desafio. Se o tempo acaba, você só perde um coração. Porém, fica cada vez difícil você recarregá-la, o que pode ser o pouco frustante.

O jogo também não te indica bem o que você tem que fazer. Durante o jogo, você recebe um item e tem que entregá-lo a alguém em certo ponto. Até aí, nada demais, só que esse alguém pode estar em uma entrada secreta e você pode avançar de fase sem nem perceber isso.

Eis algo que aconteceu comigo. Na primeira fase, você recebe uma carta e entrega para alguém (o alguém atrás da porta secreta) na quarta fase e em troca você recebe uma flauta que deve ser usada na sétima fase para chegar a um tal eremita.

SÓ QUE NÃO HAVIA NADA QUE ME INDICASSE ISSO!!

Passei para a próxima fase antes que eu descobrisse que tinha que ir numa ilhazinha, subir ao topo dela, aí a eu tocaria para revelar o castelo do Eremita, que me daria outro item.

Os chefes adicionais, que aumentam o poder do Sansão, também estão escondidos atrás de portas secretas. Eles não são mais difíceis que os chefes normais, é só você encontrá-los e lutar direitinho.

Isso sem falar na última fase, que é um verdadeiro labirinto. Se você fizer tudo direitinho, você pode escolher um item que pode te ajudar a seguir por ele, mas perderá um item que te ajudará na batalha final, contra o Dragão Cospe-Fogo.

Odeio ter que dizer isso, mas se você quiser terminar o jogo da melhor maneira possível, use um detonado.

E  pra terminar e evitar decepções, o Capitão Feio não aparece no jogo, a não ser na tela de apresentação e várias citações durante o jogo. Acho que havia um limite para as alterações no jogo e provavelmente não tiveram como encaixá-lo no produto final.


Como disse, esse jogo uniu dois gêneros completamente diferentes de forma magistral. Não é à toa que foi um sucesso e se tornou um clássico do Master System e da geração 8-bit.

E semana que vem, vamos aproveitar a hype de um filme sobre seres pequeninos e azuis e falar sobre outro portátil, só que de uma empresa diferente.

Por hoje é só, pessoal!